RECAIDA

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-Adam Nobel

   Beber para não lembrar do fora que levei, vou superar, óbvio! Aquela garota conseguiu me amolecer mas não é pra tanto! Ah DROGA! Como você é um idiota Adam! Katherine é como as outras, você apenas viu algo inexistente. Hora de esquecer, virar a página.
   Outro dia de trabalho terminando em uma boate do centro de Londres. Bebidas, musica e garotas quase nuas em meu colo.
   De frente para a pista de dança, meu olhar não resistiu e se prendeu ao de uma garota, cabelos negros na altura dos seios um tanto ondulado nas pontas, um sorriso tímido e sem o menor jeito na multidão.
   Instantaneamente meu sorriso malicioso apareceu, dispensei as garotas e levantei. Despiestei uns colegas e lentamente me aproximei da jovem por trás, como se não quisesse nada ganhei espaço e o olhar dela, sem exitar me aproximei ainda mais ficando a poucos centímetros da mesma.

--------- O que faz sozinha nessa multidão? - (o bom e velho truque do garoto educado, misterioso e atacante)
--------- Se é uma multidão então não estou sozinha! - virou de costas para mim.
--------- Ui desculpa moça... - a virei novamente para mim - Como se chama?
--------- Desculpa mas está entendendo errado, não estou aqui para ficar com ninguém, apenas... - interrompi.
--------- Quer apenas fugir da realidade? - (na mosca!) o olhar da garota denunciou minha tese.
---------- Não! - se soltou - Apenas não quero idiotas na minha... - se calou - Não importa! Vou dar o fora daqui.
--------- Sei do que precisa! - agarrei seu braço - Tenho a solução para isso... - a fiz me olhar - Me encontre no estacionamento em quinze minutos, carro prata, placa final 769.
--------- Você é louco! - se soltou novamente.
--------- Veremos docinho... - me virei e segui de volta ao andar de cima. A isca havia sido jogada, agora era só esperar o peixe fisgar.

   Acabei com outra garrafa de bebida e ainda estava lúcido. Dei uns amassos em outra garota e segui para o estacionamento, nenhum sinal da jovem tímida de cabelos negros.
   Encostei no carro e olhando para as horas na tela do celular, ouvi passos.
   Virei em direção as sombras e lá estava ela, respiração lenta e coração batendo forte, tanto que a expressão assustada  demonstrava isso. 

--------- E então? - adiantou ainda com receio.
--------- Está com medo? - perguntei revelando um sorriso malicioso.
--------- Não.
--------- Mentira. - dei um passo a frente e ela um para trás.
--------- Isso foi uma péssima ideia, vou ir embora!
--------- Você é o tipo de garota tímida que esconde uma pervertida, olhar inocente desejos que até Deus, se esse existir mesmo, duvida! - dei outro passo - Diga-me, também se corta? - ri.
--------- Quem é você? - perguntou com a respiração um tanto mais acelerada.
--------- Sua liberdade docinho... - sorri.
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Minutos depois:

   Outra vez uma bela e inocente jovem caiu em minhas garras, mordidas na orelha, puxadas no cabelo, sussurros pervertidos

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   Outra vez uma bela e inocente jovem caiu em minhas garras, mordidas na orelha, puxadas no cabelo, sussurros pervertidos.
   Ah, ela não era nada, um monte de NADA! Apenas uma noite, apenas uma garota nova na minha lista infinita de iludidas esperando pelo príncipe encantado.
   Deitada sobre o meu peito em um sono profundo a fiz virar para o lado, levantei e me vesti. Olhei as horas e eram quase três da manhã, ligações perdidas de Ana Cavalliery era o que mais tinha em meu celular, bem, ignorei todas.  
   Abri a porta e antes de cruzar a mesma a voz da jovem invadia meus tímpanos.

-------- Ei... Já vai ir? - olhei para ela por cima do ombro - Nem ao menos disse o seu nome...
-------- Isso é o que menos importa.
-------- Mas... - interrompi.
-------- Esquece que isso aconteceu, nunca estive aqui e você nunca me viu! - sorri - Tchauzinho docinho! - sai e fechei a porta, logo em seguida o grito de ódio vindo da garota, esse que me fez rir ainda mais.
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   Cheguei em casa e me deparei com Ana, essa que chochilava no sofá, não dei a mínima e passei reto.

-------- Adam? - parei antes de entrar no quarto.
   Senti Ana levantar e caminhar em minha direção, continuei parado.
-------- Onde esteve? - perguntou - Te liguei mil vezes... - interrompi.
-------- Sei que ligou.
-------- Sabe!? E não me atendeu!? E se fosse uma emergência!? - interrompi novamente.
--------- Pelo que vi está tudo bem! Então não me enche.
--------- Não te encher!? - se aproximou - Adam fiquei preocupada! Você saiu cedo e não deu notícias, ninguém sabia onde estava! Nem mesmo o seu pai! E você diz para não te encher!? Está zuando com a minha cara?
--------- Escuta bem Ana - me virei para ela - O que eu faço ou o que deixo de fazer é problema meu, que eu me lembre sou maior de idade e não devo satisfações para ninguém! Muito menos para você, que nem minha mulher é! Presta atenção porque será a primeira e a última vez que irei falar, a droga desse casamento é falsa! Não tem nada de real nisso! Não vamos dormir juntos! Não vamos trocar afetos e muito menos informações pessoais de com quem ando ou deixo de andar! - o olhar de Cavalliery começou a se encher de lágrimas  - Então abaixa essa bola de "dona da razão" e sai do meu pé! - virei para entrar novamente no quarto.
--------- Foi ela não foi..? - voltei a ficar imóvel - Katherine terminou com você por isso está assim, não é? - começou a gritar - Bebendo e fumando como um louco! Vivendo sozinho! Adam... Esquece ela, eu... - voltei minha atenção para ela.

-------- Não quero o nome dela nesta casa! - gritei - Você ficou surda!? - senti minha raiva dominar todo o meu corpo - E você o que Ana? Vai me fazer feliz? Vai ser a mulher dos sonhos? Haha, você não passa de uma manipuladora cruel! Só pensa em si! Nunca iremos ficar juntos! NUNCA! - voltei a gritar - Ouviu ou quer que eu repita!? Escreve Ana Cavalliery, o que temos é apenas uma "amizade" se é que podemos chamar disso. Nada além desse bebê importa! Agora sai daqui e me deixe em paz! - entrei no quarto e bati a porta com força, fazendo as janelas tremerem e um barulho horrendo correr pelos corredores.
  

> uma suicida e seu psicopata < CONTINUAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora