Obstáculos

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-Katherine Jackson 

   As vezes quero saber como ele está, se está bem, com quem anda, o que faz... Quero muito ligar, não consigo me controlar, mas e se eu tentar e já for tarde demais? Quase um mês sem um contato se quer, já estou assim... Por quê?
  Sim, tenho o Rick, e eu o amo... Não posso fazer isso com Negan, sei o quanto ele é bom para mim, o quanto é maravilhoso para todos... Porem não me sinto completa, sinto que tem algo errado.
  Meu coração está apertado, como se uma faca estivesse enterrada no mesmo. Adam não sai da minha cabeça, se eu não estiver louca ele está com problemas, loucura minha pensar isso? É talvez... Mas eu preciso, preciso saber o que está acontecendo, saber que não estou ficando louca, ter a certeza de que ele não está afundando.
   Agarrei o celular e disquei o número de Nobel, olhei para a tela do aparelho e pensei bem... Aquilo não teria volta, era sim ou não, talvez até mesmo a quebra dos seis meses. Aquela ligação poderia afetar meu relacionamento com Rick, talvez ele não entendesse os motivos, tantas barreiras, qual a melhor decisão? O que fazer..?
  Apenas um "você está bem?" pode mudar toda uma historia, eu... Vou, não... Não vou! Ah droga! Sim eu vou... 
  Levei a mão até o botão de discagem, mas antes que eu apertasse o mesmo uma mensagem chegou no aparelho. Numero desconhecido, abri a mesma e senti meu peito arder, meu coração subir a boca.

"Foi anunciado hoje a oficialização do casamento de Adam Nobel e Ana Cavalliery, os pombinhos anunciaram o noivado. E segundo os pais dos jovens, o casamento acontecerá antes do nascimento do novo membro da família [...]
Jornal oficial de Londres"

  Casamento, oficializado? Não era apenas um disfarce? Que droga era aquela?
  Meu peito pareceu se rasgar, minha cabeça começou a doer... Meu coração tentar sair pela boca. E eu pensando que ele estava mal!
Ah como sou idiota!
  Meu Deus, como pude pensar em ligar para ele? Bem? Ele está ótimo! Casando com a cretina da Ana Cavalliery, assumindo para todos. Adam está seguindo, cortando os laços. Quer saber? Ele está certo! Tem mesmo que seguir! Essa droga nunca daria certo mesmo!

   Encostei a cabeça na parede e joguei o celular longe, meu rosto já dominado pelas lágrimas, uma voz gritando em minha mente o quanto eu era patética e outra dizendo para eu ligar mesmo assim. Ligar, ligar..?! Depois de ler isso? O que ele ira pensar? Terá certeza de que sou a bonequinha dele, que ele brinca, se cansa e joga fora.
  Meu coração está partido demais para escutar qualquer coisa que minha mente grite, eu apenas quero chorar, chorar e me afundar nas lágrimas na tentativa de esquecer tudo... Rick não merece isso! Não posso fazer isso com ele! Vou amá-lo, nem que o falso sorriso prevaleça em meus lábios, mesmo assim... Apenas para fazê-lo feliz! Sim! por que não? Se Adam pode se casar eu também posso ser feliz ao lado do garoto mais perfeito e completo que alguém possa desejar! 
  Ironia do destino, a vida brincando com seus fantoches. Paixões, amores, ilusão... Como isso dói, ser humano e sofrer, ver os dias passarem, nunca estar completa sempre algo estará faltando, ninguém é feliz por completo. É a vida, temos que vivê-la... Ou pelo menos tentar até o ponto onde desistimos e então somos levados pela única certeza que temos, a morte.
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   Adormeci entre a raiva e tristeza, o sol nasceu e as forças que eu até então parecia ter simplesmente sumiram. Sem o menor animo para ir ao colégio, atrasada era pouco então porque não continuar ali? Deitada, tampando as feridas da alma com um bom cigarro e uma boa vodka.

-------- Katherine, sete horas! - o grito de Robert me fez afundar a cabeça no travesseiro - Vamos querida! Eu te levo hoje...

"Se manter na linha para permanecer em Chicago" ou seja, ficar longe de encrencas, ser "boazinha" e ir ao colégio, af.
   Bem, sem muitas escolhas acabei levantando, me trocando e como já esperado chegando quando todos já estavam na sala de aula.
  Bati na porta e entrei, assim que a sala em si olhou para mim todos, sem exceção, caíram no riso.
  Não entendi absolutamente nada porem os olhares e os cochichos começaram a me perturbar no decorrer das aulas. Finalmente o intervalo chegou, talvez Allan tivesse a resposta da nova fofoca.
  Peguei meus fones e sai da sala, nos corredores acabei novamente sendo vitima dos olhares alheios, uma parte do time de futebol começou a caminhar em minha direção levantaram a manga das blusas e com a outra mão simularam lâminas, que merda era aquela? Quando dei conta já estava cercada por todos aqueles garotos.

------- A dor da alma é maior do que a dor fisica! - um disse e os outros riram.   
  Por que raios eles diziam aquilo?
 
  Senti minhas lágrimas começarem a se formar, porem uma mão me puxou para fora do círculo, Allan.

------- Veio defender a novata, esquisito? - um rapaz loiro aparentemente capitão do time deu um passo a frente - Ela é tão esquisita quanto você - riram novamente.
------- Você vai conhecer o esquisito do meu punho se continuar a me perturbar! - o garoto Galf olhou para o loiro e ficou sério, seus olhos queimando pela raiva foi o suficiente para fazer o time todo recuar.
------- Ainda iremos resolver sua intromissão Galf! Ainda terá uma bela recompensa por nos provocar... - o valente do time riu, se virou e seguiu caminho junto aos companheiros.
-------- Não preciso de proteção! - resmunguei ainda perplexa.
------- De nada! - revirou os olhos - Você precisa sair daqui... Vamos! - agarrou o meu braço e começou a me puxar pelo corredor.
------- O que? - aquilo estava confuso de mais - Allan! - tentei pará-lo porem não conseguia - Ei, espera! - gritei e desta vez o mesmo cessou os passos - Por que tenho que sair daqui? Por que aqueles idiotas fizeram aquilo!? O que está tentando esconder? - puxei meu braço da mão dele, ficando novamente livre.
------- Não importa, apenas não é o melhor momento para estar no...

"E o pai morreu em um acidente de carro, sorte a dele já que a mãe traiu o mesmo com o próprio irmão... E se não bastasse o irmão do falecido é o verdadeiro pai da Katherine

   Meu coração acelerou, um aperto se apoderou do meu peito. Olhei para trás e uma voz soava pelo corredor vinda direto do pátio, uma voz conhecida, Carla.

-------- Katherine não faz isso... - Allan tentou me segurar porem desviei e corri em direção a voz, parei frente a porta, meus olhos não acrediram no que viram... Só podia ser um pesadelo.
  Carla em cima do palco acompanhada por um telão expondo uma foto minha dizendo nada menos  que a minha vida.

-------- A bastarda foi enganada durante toda a vida, e idiota do jeito que é se deixou apaixonar por um manipulador galinha que apenas a usou! - continuou - "O errado mais certo que existe" que patético - riu - Olhem só para esse ser de sobrenome Jackson - apontou para a foto - Acham que alguém como ela teria chances com alguém como Adam Nobel, o conhecem não é? O filho do ministro, o gato rico... Acham que essa multiladora de pulsos conseguiria conquistar o coração daquele - riu - Ser maravilhoso?! Er... Não! - todas aquelas pessoas riram. Foi então que Carla olhou para mim, levou novamente o microfone a boca e sorriu - E olhem a estrela ai! - o colégio inteiro olhou para mim - Diga-nos Katherine, como é ser o fracasso que é você?     

> uma suicida e seu psicopata < CONTINUAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora