O errado mais certo que existe

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-Cinco anos depois de uma quase morte-
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   Final de tarde, escolas abrindo as portas e seus alunos correndo em direção aos pais.
   A bela Chicago, a formação de uma familia exemplo, ou pelo menos o que pareciam.

-------- Querido, não quer esperar o seu pai lá dentro? - comovida com a espera de um dos garotos mais inteligentes do primário, a diretora do colégio se pos à sentar ao lado do mesmo, nas escadas da portaria - Ei, pequeno Nobel..? - o fez olhá-la - Seu pai está atrasado.  Não quer... - foi interrompida.

-------- Não diretora Gorly, estou bem! - seu tom de voz se tornou tão rude quando o do próprio pai - Posso cuidar de mim mesmo!

-------- É claro que pode... - uma voz surgiu fazendo ambos levantarem a cabeça, encarando a figura de uma bela mulher. Cabelos loiros e olhos lindamente azuis - Um Nobel com sangue de um Cavalliery, pode tudo o que quiser... - sorriu.

-------- Quem é você? - a diretora levantou-se, assustada com a situação. Mas, para a sua surpresa o próprio garotinho se pos a respondê-la.

--------- É a minha mãe! - sorriu.
--------- Sim, meu pequeno e belo Tayler Cristian Nobel... A mamãe voltou! - riu maliciosamente.
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--------- O que? Mãe? - paralizei ao telefone com a diretora do colégio de Tayler.
--------- Sim, senhora Nobel, ela afirma ser a mãe dele!
--------- Impossivel! - não, ela só podia estar de brincadeira... Alucinado! - Estou indo para o colégio! Não deixe que essa mulher leve a minha criança. - desliguei.

    Peguei as chaves do carro e no caminho, disquei para o escritório de Adam.

-------- Oi meu amor... - pude sentir seu sorriso no outro lado da linha. Acabei por interrompê-lo.
-------- Adam, Tayler está com problemas... - respirei fundo e tentei simplificar e organizar o que eu precisava dizer - Não ele, mas... - pausa - O colégio ligou e parece que uma mulher com as mesmas características da Ana está lá, querendo levá-lo! Mas isso é impossivel, já que ela... - fui interrompida.
--------- O que? - pareceu surpreender-se - Droga! - desligou. 
  "Droga"? Parei por um instante para refletir sobre aquilo. Entretanto deixei passar, ele apenas devia estar surpreso pelo fato de eu ter dito o nome da ex, eternamente vadia. Mas, impossivelmente ela estaria no colégio, bem, ela havia sumido a cinco anos. Por que raios estaria de volta?
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  Mal virei a esquina do colégio e logo avistei o carro de Adam, rápido de mais? Totalmente.
  Corri para dentro do prédio e no corredor principal me deparei com Tay e a própria diretora, sem a menor pista da suposta mulher loira ou o meu marido.

-------- Ah meu Deus! - abracei o pequeno Nobel - Você está bem querido? - alisei o rosto do mesmo o fazendo concentrar-se em mim.
-------- Sim tia Kat! - sorriu.
-------- Ótimo! - retribui o sorriso e olhei para a diretora, essa que parecia assustada.
-------- Deve estar procurando o papai... - voltei-me para Tayler.
-------- Sim, estou procurando o papai... Onde ele está?
-------- Na sala da direção! - apontou para a porta poucos metros a frente - Com a mamãe... - (o que?) - Ele brigou com a dona Gorly e entrou lá dentro... - (Adam fez o que?) segurei meus pensamentos.
-------- É mesmo querido? - levantei - Fique aqui com a dona Gorly, ok? Volto em em minuto... - sorri e me virei para a diretora do lugar, pela expressão que mantinha as palavras de Adam não haviam sido nada gentiz. Tanto que tremia, enquanto mantinha um olhar atento. O pior me veio a mente, ele não teria sido capaz de ameaçar alguém outra vez, ele havia prometido.
  Deixei ambos e caminhei até a porta da sala, ouvi vozes e extremeci ao decifra-las. Impossivel? Meus olhos precisavam testemunhar para ter certeza.
  Lentamente movi a maçaneta e então paralizei.
   Adam se voltou para mim, a mulher ao lado dele também. Um sorriso e meu mundo caindo em um pesadelo.

-------- Olá Katzinha... - a voz de patricinha vadia invadiu os meus ouvidos - Gostou da surpresa? - meu vocabulário inteiro desapareceu no mesmo instante - A mamãe está de volta! - sorriu para Adam.
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-horas mais tarde-

   A familia pateticamente feliz, movidos a alegria que partiu do sofrimento e declinio de muitos. O meu declínio em particular! Tão desesperados por atenção, pensando que o mundo gira em torno de uma pobre Jackson e um egoísta Nobel. Coitados!
   Arrancaram tudo de mim, e agora sofrem o drama de uma familia complicada e tola. Qual a melhor hora para remexer na ferida se não no momento de vulnerabilidade? Um conflito que resultará em um golpe.

   Uma discussão que tomou tanta atenção que os deixou a mira de qualquer um.
  Meu momento perfeito, como fizeram comigo agora eu faria de volta. Arrancar a peça mais preciosa do tabuleiro.

-------- Ei rapazinho! - me movi em direção à calçada, parando na cerca do quintal dos Jackson's e Nobel's. Do outro lado, o pequeno Tayler de apenas cinco anos, ou melhor dizendo, o meu alvo.
-------- Sim? - com um carrinho em mãos me olhou.
-------- Você é o Tayler, certo? - me fiz de curioso com um simples sorriso.
-------- Sou, quem é você? - olhou-me confuso.
-------- Sou um amigo da família...
-------- Não posso falar com estranhos! - levantou da grama e encarou-me com certa raiva, igual ao pai - A tia Kat disse que é errado! Vai embora.
-------- Tayzinho, sou praticamente da família... - sorri escondendo meu odio pela semelhança que aquela criança tinha com Adam - Olha aqui... - estendi a mão para entregar-lhe uma foto antiga.
Ele exitou por alguns instantes até criar coragem e se aproximar, levantar a mão e através das grades pegar a imagem.

-------- É o papai! - sorriu - Você é o... - interrompi.
-------- Não sou um estranho não é? - sorri - Seu pai iria me apresentar a você, mas deve estar ocupado de mais para isso... Uma pena, já que eu tinha que te entregar um presente.
-------- Presente? - os olhos do pequeno brilharam.
-------- Sim, seu pai disse que você gosta de carros. Te comprei aquele que você estava querendo, o...     
--------- Mobil gas Tanker 1965? - seu sorriso enlargueceu - Mas o papai disse que só iria me dar no meu aniversário... - (tola criança)
------- Ah droga! Era pra ser uma surpresa! Que boca essa minha. - disfarcei, olhei ao redor e avistei uma camera - Mas já que você sabe, porque não te entregar agora não é? - sorri - Tem apenas um problema.
-------- Problema? - me olhou triste.
-------- Está no meu apartamento, quer vir com o tio para pegar?
-------- Mas a tia Kat disse... - se calou - Tudo bem tio, acho que o papai não vai se importar se eu ir né? Vocês são amiguinhos... - sorriu.
-------- Claro que não! - com um movimento de celular abri um dos portões do jardim para que ele passasse - Vêm Tayler, o titio vai te entregar seu presente - sorri olhei para a camera e mostrei o dedo para ela. Agarrei o menino pela mão e segui, iniciando minha vingança.  

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    Mais informações em breve
                           [...]

 

> uma suicida e seu psicopata < CONTINUAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora