Outra chance

2.4K 316 54
                                    

************************
-Adam Nobel

   Que droga de plano Ana tinha, como pude deixa-la sozinha com Katherine? O que ambas fariam, a mãe do meu filho e a garota que me tem nas mãos. Uma mistura desnecessária.

-------- Você quebrou o trato! - voltei meu pensamento para o momento real, ainda na casa de Max, agora em um dos quartos, Jordan e seus sermões junto ao segurança Allen/Allan, seja lá que raios for o nome desse infeliz.
-------- O trato era fingir para as cameras, foi o que fiz. - respondi seco.
-------- Devia se manter longe daquela garota! - Jordan revidou.
-------- Difícil já que nos trancou na mesma casa, no mesmo cómodo com pessoas em comum para conversar, você mais do que ninguem já sabia o que iria acontecer. Foi armação, não vale.
-------- Tem resposta para tudo não é filho? - Nobel me olhou serio - Seja lá o que você e a menina Cavalliery estejam aprontando irei descobrir e sua querida Jackson vai conhecer o peso de sua desobediência. - sorriu para Allen.
------- Você é tão covarde assim Jordan? - levantei - Se quer machucar alguém para me punir então machuque a mim - ri - Ou não é capaz? - Nolf deu um passo a frente tentando me ameaçar porém Jordan levantou a mão o fazendo parar.
-------- Se eu tocar em você de nada adiantará, acontece hoje você esquece amanhã. Ela é o seu pontinho fraco, toco nela e você sofre para sempre... - sorriu - Nada pessoal filhinho, são apenas negócios... E você não pode ficar no meio deles. - olhou para Nolf novamente - Fique com os olhos naquela pirralha, se achar que deve agir então haja. Se ela souber demais tire-a do mapa - ordenou me fazendo caminhar até ele, furioso.
-------- Se tocar nela eu mato você! - antes que eu posse minhas mãos em ambos, Allen sacou uma arma e apontou para a minha cabeça.
------- Eu faço o que eu quero, Katherine é descartável... Uma falha e ela morre! Sem mais nem menos - Jordan caminhou até a porta - Vamos Allen! - chamou pelo cachorrinho esse que de costas caminhou até ele e juntos saíram do quarto, ouvi a porta ser trancada e os mesmos irem embora, novamente preso e ela em perigo.
   Tudo ao meu redor foi ao chão, o quarto não passou de moveis quebrados poluídos pelo ódio que exalava no ar. Sentei na cama e tentei respirar normalmente,  precisava de um plano, precisava pensar e para isso teria que ter calma.

  "Quando o triângulo estiver reunido, então ele atacará"

  A frase de Naty soou em minha mente me fazendo encarar a porta metros a frente. O triângulo reunido, vejamos...

       Katherine
      /                 \
     /                   \
Ana_______ Adam
  
  Ou talvez

    Katherine
    /                \
   /                  \
Rick______Adam

  Ambos já reunidos por muitas vezes, nenhum sinal de Thomas, e se... Bem, ele não seria baixo a ponto de jogar sujo, não é mesmo? Não é o que ele faria... Exatamente! Não é o que ele faria, não é o que espero ou seja, deve ser exatamente o que ele fará. Confuso? Totalmente, mas com todo sentido. Franklin não seria idiota a ponto de planejar algo que eu pudesse descobrir de primeira, com os olhos em Katherine ele não chegaria perto, ao menos que me tirasse do caminho. O triângulo reunido, Thomas atacaria!
  Levantei em um salto e tentei abrir a porta, trancada. Bati na mesma e chamei por Jordan, nenhuma resposta ou qualquer sinal de movimento.
   Olhei ao redor e caminhei até a janela, grades me impediam de sair pela mesma, Jordan havia se certificado de trancar até mesmo a varanda, bater, gritar, tentar arrancar cada mísera grade não adiantaria de nada, eu não tinha recursos para nada, além que perderia muito tempo. Parei, respirei fundo e tentei me concentrar, o que fazer? Katherine cada minuto mais em perigo, a noite cada segundo mais próxima.
  Caminhei até o banheiro e olhei através do pequeno vidro, grande o suficiente para que eu passasse, porem alto o bastante para uma queda desastrosa.
  Com certa agilidade consegui ter visão de todo o pátio, a varanda não estava muito distante eu apenas precisava ter equilíbrio. Subi na banheira, abri o vidro e com certa força e flexibilidade me esforcei para passar sem cair dez metros em chão liso. Do lado de fora pude apoiar minhas mãos em um enfeite ridículo pendurado próximo a janela, e assim ficar em pé na mesma. Alguns passos para o lado, um salto e então novamente firme com os pés no chão, quer dizer, na varanda do quarto. Olhei para baixo e para a parede ao lado, agarrei as grades e desci por elas até estar realmente no patio. Meu olhar se voltou para cima o caminho tinha sido difícil, talvez eu não estivesse totalmente em forma, aquilo sem duvidas me custaria muito porém a vida dela valia mais do que qualquer outra coisa, nem Jordan ou Thomas, eles não a tocariam.
  Me escondi entre arbustos quando a voz de Allen soou, ele parecia estar no telefone algo parecido com "vigiem a garota, temos ordens para agir se necessário. Então não percam a oportunidade - riu" sem duvidas se referia a Katherine, minha vontade de ir até ele e socá-lo constantemente até a morte se acalmou assim que o mesmo abriu o porta malas do carro, uma variedade de armas me fizeram sorrir. O mesmo nem se quer notou minha presença, apenas trancou tudo e saiu andando de volta para a casa. Esperei por alguns segundos e então me movi, passos rápidos até o carro, um grampo e então o porta malas se abrindo. Um canivete, uma pistola e munição, sim eu não era o maior fã de armas de fogo mas qualquer diversão ali seria lucro, desmontei o resto das armas e armei um circuito que impedia o carro de ser ligado, se o porta malas se abrisse ou a chave fosse rodada o veículo dispararia o alarme, acionando a energia que incendiária todo o lugar já que o tanque de gasolina havia sido furado.  
   Contando o tempo, e calculando cada passo voltei para dentro da casa e furtei o celular de Carla, esse que obviamente não estava grampeado, vesti uma jaqueta negra de capus e meus óculos de sol escuros, tudo sem que ninguem me visse, andando e respirando como um fantasma. Pela saída de emergência entrei na garagem, arranquei um espelho de um dos carros, quebrei os demais e furei tanto os pneus quanto os tanques de gasolina, entrei em meu carro e sai pelos fundos como um segurança qualquer. Cabeça baixa, vidros escuros, finalmente livre daquela prisão.
   Tempo era um inimigo naquele momento, a qualquer instante Jordan descobriria tudo e Thomas talvez agisse. Rodei Chicago toda atrás de Ana e Katherine porem nem sinal de ambas tive, os dois celulares fora de área. Parado frente ao predio onde a menina Jackson agora morava, esperado apenas um sinal ou movimento estranho porém nada acontecia, estava  silencioso demais, algo errado. Não resisti, sai do carro e subi até o andar onde Kat morava, toquei a campainha quase que impaciente, quando me movi para arrombar a porta a mesma se abriu, em vez de um rosto feminino o oposto, Robert Jackson. Um momento em silêncio e então o mesmo tomando a voz.

------- Em que posso ajudar? - seu olhar estava desconfiado.
-------- A Katherine está em casa? - adiantei.
-------- Ela saiu com o namorado, - me olhou de cima a baixo - Quem é você? - com touca e óculos, não era o melhor disfarce mas...
------- Ninguem importante - me virei para sair porem Robert chamou por mim outra vez.
-------- Adam não é? - parei - É como ela diz... - como ela... Me voltei para ele.
-------- Ela... - me calei.
-------- Ela grita seu nome quando dorme rapaz, seja o que for precisa encontrá-la... - aquelas palavras me serviram de expiração, virei e quando dei por mim já estava fora do prédio.

#Celular tocando, numero privado

------- Onde você está? - mal atendi e logo a voz de Ana soou, um tanto nervosa porem em tom baixo - Você é louco só pode! Se ele descobrir... - interrompi.
------- Não vai! Já que entrou no quarto faça com que ele não descubra!
-------- Ele é o Jordan Nobel! - se segurou para não gritar - Isso é suicídio! Não vale a... - se calou.
-------- Ana, Thomas ira atacar hoje. Onde a deixou? - me interrompeu.
------- Não vale a pena entrar nisso Adam!
------- Onde ela está Ana?! - aumentei o tom.
-------- Eu a deixei em casa!
-------- Ah droga! - dei um murro no volante.
-------- Eles irão atrás de você... Por favor pare com essa loucura e volte para casa... - a voz de Cavalliery parecia preocupada.
-------- Não vai dar Ana... - respirei fundo e olhei para a arma no banco ao meu lado - Se cuida! - desliguei.   

(Capítulos novos em breve)
       

    
       
     

> uma suicida e seu psicopata < CONTINUAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora