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-Katherine Jackson

------- Internado? - repeti - Não... Onde ele está? - tentei levantar - Eu preciso... - Sarah segurou o meu braço.
------- Kat acalme-se! Ele está no final do corredor... Estão na mesma ala. Apenas a noiva - parou por um instante - A outra garota - se referiu a Ana - Está no andar superior se recuperando... Vocês se meteram em uma encrenca das grandes - interrompi.
------- Ah Deus! A criança... Mãe, como está o bebe? - adiantei.
-------- Bem eu não sei ao certo... Fiquei preocupada demais com você para poder ir lá em cima.
------- Preciso sair dessa cama! - tentei novamente levantar - Preciso ver o Adam... - insisti.
-------- Ei! Acalme-se... - impedida outra vez pela própria mãe - Precisa de outra avaliação antes de sair por ai! - retrucou - Como está esse ombro? - olhei para o mesmo e para o curativo que o tampava.
------- Está bem!
------- Sem dores?
------- Não mãe... - (apenas pontadas, mas sem duvidas algo normal já que eu havia levado um tiro!)  
------- Vou chamar um medico... Já que ainda não posso executar minha função aqui. Se ele liberar, e somente SE ele liberar então você fica sem os aparelhos, ok?
-------- Ok! - (não!)

  Voltei minha atenção para a televisão enquanto a mesma se afastava da cama, o noticiário já havia voltado e isso acabou por prender minha atenção por alguns instantes.

  "O caso apenas se agrava a cada dia e com isso duvidas surgem a respeito de uma nova candidatura. O ministro se encontra atolado em provas que podem sujar toda a sua carreira de vez por todas... E assim o nome de sua família.
  Hoje a tarde os representantes do conselho de justiça se reuniram para discutir o que farão a respeito, se condenado Jordan pode pegar até 60 anos de prisão em regime fechado.
  O filho, Adam Nobel, ainda não se pronunciou a respeiro, o jovem de vinte anos ainda está internado no hospital central de Chicago e se recupera de um suposto atentado contra a vida do mesmo, a polícia não deu detalhes sobre o caso. Adam teve algumas fraturas porém segundo alguns médicos está se recuperando, sem risco de morte. A polícia no entanto deixou claro que continuara as investigações para saber se o jovem está ou não envolvido nos projetos e trapaças do pai.
  Dona Cavaliery também envolvida nas investigações deu seu depoimento hoje para o juiz responsável pelo processo, tudo segue em sigilo porém segundo informantes, a canditada a presidência (Dona), negou sua participação nos projetos esquematizados de Jordan [...]"         

   A notícia do momento era nada menos que os podres de Jordan, tudo em si estava confuso demais, entretanto, a conversa que tive com Ana dias antes aliviou um tanto de toda aquela surpresa. Algo como duas seitas, ambas com minha vida em mãos, tanto uma quanto a outra usando isso para prender Adam.
  Minha vida usada para atingir alguém, quem diria Katherine Jackson, a idiota da turma, em algo assim. Bem, agora ele pagava com a vida... Não era exatamente o castigo que eu desejava para o Adam por tudo o que ele já havia me feito.
  Independente do passado meu sentimento ainda era o mesmo, queimava como nunca antes, e eu precisava vê-lo.

  Sarah estava demorando e minha paciência já havia se esgotado. Arranquei os aparelhos e ao longe avistei uma muda de roupas, me esforcei e levantei da cama. Tontura e uma leve dor de cabeça, parei, respirei fundo e olhei novamente para a televisão a foto de Adam junto a família me fez criar forças de onde já se esgotava, me vesti segurando a dor em meu braço e sai do quarto. Dois corredores e uma duvida cruel, para onde ir?
  Segui meu instinto e optei pelo lado direito, passos largos e rápidos. A voz de Sarah surgiu, parecia conversar com algum medico desviei o caminho e dei a volta evitando nosso encontro, um suspiro de alívio logo após meu coração saltando, parada frente a uma janela de vidro com vista para ninguém menos que o garoto dos olhos azuis. Deitado em uma cama, cercado por aparelhos, uma imagem ruim já que o vidro era escuro e me impedia de vê-lo com clareza, porém era ele, meu coração gritava afirmando que aquele era Adam.
  Me aproximei do vidro e voluntariamente senti minha mão tocar o mesmo como se quisesse sentir Nobel, no mesmo instante uma mão tocou meu ombro direito me fazendo olhar para trás, um homem alto de olhar fusilante, terno e o cano de uma pistola a mostra.

------- Essa é uma área restrita! - suas palavras saíram firmes. Dei um passo para trás e olhei novamente para o vidro.
------- Preciso vê-lo! - voltei-me para o homem - Sou a... - me calei por um instante - Uma amiga próxima!
------- Seja quem for... Sem visitas! - retrucou - Desculpe mocinha, ordens são ordens.
------- Se não me der licença irei passar por cima de você, seja lá quem for! - meu olhar se tornou sério assim como minhas palavras - Eu quero e eu vou ver o Adam... Será que você está me entendendo? - senti minha raiva gritar - Ou quer que eu faça um escândalo aqui? - voltei um passo a frente o encarando.
   O homem me olhou ainda mais serio e levou a mão até a arma na tentativa de me intimidar, porém permaneci intacta no mesmo lugar e posição.

------- Não vou falar novamente... - insistiu.
------- Deny - uma voz surgiu o fazendo olhar para trás - Deixe a garota entrar! - acompanhei seu olhar e me deparei com o mesmo rapaz que me socorreu dias antes, Brendo. 
  O mesmo homem que antes barrava minha entrada no quarto agora me cedia passagem para o mesmo, passei por eles e entrei. Meu coração se partiu no mesmo instante, Adam não estava nada bem... Sua parte abdominal enfaixada, remédios ao lado da cama, soro ejetado em sua veia e a televisão ligada em noticias sobre ele e o pai.
  Talvez eu tivesse chegado tarde demais.

------ Sei que sempre foi marrenta, mas não lembrava de toda essa braveza... - voltei minha atenção para ele e seu sorriso - Colocou medo no meu segurança... Inacreditável, é a mesma Katherine Jackson que eu conheço? 
------- Um pouquinho mudada mas ainda a mesma... - me aproximei da cama - Como você está? - adiantei.
------- Bem... - disfarçou me fazendo revirar os olhos logo após levantar a sobrancelha em discordância - Na medida do possível... - corrigiu - E quanto a você?
-------- Seguindo... - sorri - Nunca mais quero levar um tiro.
------- Eu... - Adam olhou para o lado se deparando com os "amigos" se é que posso os chamar assim - Nos deixem a sós! - ordenou e no mesmo instante ambos saíram do quarto, apenas ele e eu novamente sozinhos - Eu sinto muito Kat... Não queria que chegasse onde chegou, a ponto de se machucar... Eu.. - interrompi.
-------- Você é um idiota, mas fiz e faço novamente... - levei minha mão na direção da dele - Sei que a culpa foi minha... - respirei fundo - Tudo, desde Thomas ao Allen... Seu pai, ameaças... Ana, o bebe.. - Adam me interrompeu.
-------- Não, claro que não! A culpa não é sua... - voltei a interrompê-lo.
-------- Olha nos meus olhos e diz que não sou o motivo... - Nobel tentou mover os lábios porem voltei a falar - No fundo dos meus olhos, sem mentir Adam. Sem mentiras, diga... Não fui o motivo? - o mesmo se calou e isso bastou - Acho que o mundo conspira para nos manter afastados... - sorri para segurar uma lágrima atrevida - Nós... - me interrompeu.

------- Nós somos o errado mais certo que existe Katherine... Independente do quanto lutem para me afastar de você lutarei o dobro apenas para te ver feliz, porque por mais que eu não consiga dizer ainda sim eu sinto... E nada e nem ninguem ira te machucar novamente sem ter que passar por mim, vou matar e morrer por ti, Kat... - olhou para o meu ombro - Isso não ira acontecer outra vez, é uma promessa!
------- Não... - a força que eu tinha para segurar a maldita lágrima havia se esgotado - Não quero que se machuque por mim... Nem que busque justiça ou faça vingança. Quero apenas que fique bem, apesar de tudo... Você estar bem me faz ficar bem. Ainda mais agora com tudo o que a sua família está passando... Tudo o que está acontecendo, quero apenas que fique bem.

-------- Isso não me atinge nem um pouco... Ele tem o que merece, a mascara caiu Kat. Menos uma ameaça mais um ponto para ficarmos juntos. - apertou a minha mão com suavidade - Sei que é complicado, que sou complicado, que essa confusão toda é confusa desde o dia que trocamos nossas primeiras palavras, desde aquele elevador à todas as idiotices, brigas e vaciladas que dei contigo... Eu sinto muito, sinto por ter te feito mal... Sou impulsivo e faço bobagens, mas se eu pudesse voltar atrás e ter feito de todas as suas lágrimas sorrisos... Então amor, eu faria! A culpa não é sua, nunca foi... Katherine você é incrivelmente incrível, e eu  sou muito sortudo por ter te conhecido...        

    

> uma suicida e seu psicopata < CONTINUAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora