Plano de ação

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-Adam Nobel

  Apaguei e então viagei em um mar de lembranças, certos pesadelos, me vi de cara com o medo e de frente para a morte. Meu passado como pequenos flashes que iam e vinham, o dia que conheci Thomas,  minha infância, aqueles "presentinhos" nos dias dos pais, época em que Jordan era tudo o que eu mais amava, apesar de tudo a inocência me fazia tê-lo como herói, criança tola... Tantas noites, boates, carros de luxo, poder e mais poder. Tudo sempre aos meus pés, manipular sempre foi a arte que mais amei. Eu pouco me importo com as pessoas, ou pelo menos não me importava, uma sociedade hipócrita e corrupta, pessoas que se contentam com migalhas, outras que não valem uma meia mal lavada.
   Tanta morte, tanto ódio, dor, um mundo movido a sofrimento, conheci o pior dos lados e pude pertencer a ele, isso fez ser quem sou. Cada parte me moldou, hoje tenho forças e luto contra tudo o que um dia ousou me machucar, meu passado que todas as noites insiste em me assombrar precisa ficar para trás, o controle de ser ou não tem que ser meu.
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Anteriormente

--------- Ela estará na formatura Adam, não tem como não se cruzarem você estará no palco e ela ira passar pelo mesmo! É uma armadilha, ele quer ter motivos para matá-la! - Brendo parecia se preocupar, momentos em uma lanchonete. Fugidos dos seguranças de Jordan, momentos antes de enfrentar a realidade de rever Katherine.
--------- Sei muito bem o que ele está fazendo Brendo, mas nada ira acontecer com ela. Tenho um plano e isso servirá tanto para Thomas quanto para Jordan.
--------- Plano? - me olhou confuso.
--------- Sim, hoje está mais do que claro que Jordan ira agir não sei quantos homens disfarçados estarão no evento, então temos que ser discretos. Quero que espalhe nossos homens e que peça para que eles se misturem a multidão, nada de agir precipitadamente, apenas observem o movimento... Olhos em Ana e em Katherine, estarei dentro posso cuidar de ambas mais perto, apenas preciso do apoio.
--------- Claro, como quiser - concordou Brendo - Mas e se Jordan agir? Ou se Thomas mostrar as caras?
--------- Se Thomas aparecer eu mesmo acabo com ele, ele é esperto agirá na surdina, creio que esperará o momento em que Katherine estará só, quero olhos e ouvidos nela. Quanto a Jordan, tenho uma carta na manga - levei a mão na direção do meu bolso esquerdo e agarrei um papel, disfarcei e entreguei a Brendo - Se algo der errado, se ele ousar ameaça-la, quero que vá a esse endereço e pegue tudo o que estiver lá, depois entregue nesse outro endereço.
-------- O que exatamente terei que pegar? - pareceu confuso.
-------- Não importa agora, apenas faça o que mandei. Espero que não seja necessário, mas se preciso não exite.  - olhei ao redor - Não temos muito tempo, preciso voltar antes que sintam minha falta - levantei - Estou contando com você Brendo, espero que não me decepcione.
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Horas mais tarde
-Brendo Donyan    

"-------- Não temos como esperar mais Brendo! Pegue o que te mandei e siga como planejado... Minha vida está em suas mãos!"

  Inacreditável, totalmente surreal, Adam Nobel dizendo tais palavras. Confiando em alguém que não fosse ele mesmo, talvez ele esteja realmente na pior. Katherine e Ana devem significar muito para ele, pois fazer tudo o que ele está fazendo, se arriscando e se submetendo a atitudes alheias... Bem, esse não é exatamente o Nobel que conheço.
  Após a ordem e ao tom desesperado porem ainda sim firme de Adam me pus a fazer o que tínhamos combinado, quer dizer, o que ele havia planejado.
  Me vi frente a um prédio em uma área simples de Chicago, apartamento 45, pelo menos assim indicava o papel. Entrei e me vi cercado por um puro nada, sim, estava completamente vazio, nada além de poeira e madeiras velhas tampando as janelas. Revistei tudo, porém não havia nada. Adam me mandara para um lugar inútil, droga!
   Ligações e todas dando na caixa de mensagens, só podia ser brincadeira. Minha paciência me fez descer pelas escadas de incêndio, caminhar por tras do prédio e ir ao encontro do estacionamento, para a minha surpresa ao fim da saída de emergências uma porta tinha o tão procurado n° 45, não seria possível que ele... Bem, ele é Adam Nobel coisas difíceis devem ser seu sobrenome.
   Um tanto de técnica para arrombar a porta e então outra vez surpreendido, um novo nada! Nada além de um quartinho de limpeza com algumas vassouras e armários, um enigma? Ótima hora para joguinhos Sr. Nobel!
   Parei por um instante e então reparei em uma das portas do armário a minha frente, um novo 45, sem mais escolhas me aproximei, agarrei a pequena chave que Adam havia me entregado e então tentei encaixá-la na fechadura, perfeito.
   A porta se abriu e então meus olhos saltaram, uma caixa recheada por papéis, muitos documentos, fotos em envelopes, digitais, números e mais números. Um amontoado de evidências, uma verdadeira mina de ouro, bombas e mais bombas contra Jordan Nobel e todos os seus aliados.
   Aquilo podia simplesmente me levar ao topo dos topos, um mar de dinheiro e todos aos meus pés. Com aquele tipo de prova eu simplesmente seria um rei perante cada nome daquela lista, todos em minhas mãos...  
  Porém, isso custaria a vida de Adam, o deixaria na mão, o levaria ao declínio total e apesar de ser autoritário, orgulhoso e vingativo, ainda sim ele era o meu amigo. Nobel fez muito tanto por Brian quanto por mim, e eu não o trairia!
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  Peguei tudo e sai sem causar suspeitas, me vi frente a um apartamento endereço no qual Adam havia mandado entregar tais provas, bem... Um plano louco, sem o menor sentido, simplesmente dizia para deixar frente a porta daquele apartamento, assim fiz.
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-Adam Nobel
    
   Cercado e por um fio, quem diria que tudo resultaria em vitória. Sim, por um leve momento pude perder a esperança, pude ver Katherine sendo morta pelas minhas mãos, Ana perder a criança... Tudo por estarem envolvidas comigo. Tudo por eu ser quem sou.

   No entanto tudo entrou nos trilhos, ou pelo menos amenizou. Allen está morto, nunca mais ousara ameaçar minha menina... Remorsos ou culpa por ele ser o primeiro em que sujei as mãos? Não, nem se quer pesadelos. Talvez meu lado sombrio não seja tão ruim assim, ele me priva de tamanhos sentimentos, sentimentos que fariam outra pessoa ir de cabeça ao fundo do poço.
   Thomas fugiu por entre os meus dedos e por mais que esteja a beira da morte, ainda sim, sei que ele dará um jeito de revidar. Preciso pegá-lo antes que aconteça, antes que outro alguém pague.

Hospital de Chicago
momentos atuais

  Tão pequeno, tão frágil... Tayler Cristian Nobel, o resumo de minha história, a continuação do meu legado.
   Dormindo como um anjo, fazendo do meu colo um travesseiro, mãozinhas minúsculas que apertavam o meu dedo e ao mesmo tempo prendiam o meu coração. Algo indefinível, estranho e ao mesmo tempo incrível.

-------- Ele é tão pequeno... - sorri.
-------- Ele nasceu faz menos de dois dias Adam... - Ana retribuiu o gesto - E gostou de você... - voltei-me para ela - É a primeira vez que se veem, e ele nem se quer está chorando... Normalmente é um chorinho atrás do outro... - sorri outra vez enquanto me voltava para Tayler, o mesmo riu entre um leve suspiro, aquele pequeno movimento me fez rir para Ana.
-------- Você viu? Ele... - ri outra vez.

  
 
       

> uma suicida e seu psicopata < CONTINUAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora