MAMÃE

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-Ana Cavalliery

(antes)

Aquela noite ainda ronda em minha mente, cada toque de Adam, seus lábios nos meus... Tudo tão perfeito, tudo tão mágico... Adam é e sempre será o amor da minha vida, faço tudo por ele, dou tudo por aquele garoto. Por um instante pensei que esse filho seria bênção, que abriria os olhos de Nobel... Por um instante abriu, por um instante vi que ele se importou. Hoje ele está pouco ligando, pediu exame de DNA. Já é duro ter que estar grávida e agora o pai da criança acha que "pulei a cerca" ou pior dei o golpe da barriga, sai com outro e pus a culpa nele.
Nem esse filho eu queria! Sou bonita e nova demais para estar grávida! Quando a droga desse exame ser feito Adam ira quebrar a cara com a verdade!
E pensar que enquanto ele estava com a megera da Jackson eu pelo menos tinha uma atenção, agora nem em segundo plano estou! Pensei que essa separação seria bom para ele, o deixaria livre daquela garota idiota. Nunca estive tão errada, depois que se afastaram Nobel começou a passar noites fora, em boates com vadias e muita bebida. Nunca o vi assim antes, parece que o mal que ele tanto segurava agora está solto. Adam está tão frio, ainda mais manipulador, quando sorri expressa a mais pura malícia, está tão cínico... Muda de humor rapidamente, vive isolado, as vezes olha para as demais pessoas como se as quisesse mortas. Não sei o que Katherine fez, apenas sei que quanto mais longe ela fica mais ele afunda em seu lado maldito.
Fico dias sozinha nesse apartamento, consumida pelo tédio, esperando os meses passarem e vendo a droga da minha barriga se esticando e junto a Nobel contando os minutos para explodir.
Não posso viver assim, vendo o amor da minha vida se afundar, vendo e sendo um nada para ele. Sei o quanto é errado deixá-lo só em em momento como esses, mas já esgotou minha paciência, não sei se é a gravidez ou minha mente, mas ficar sozinha é nada menos que horrível.
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(agora)

Pior do que pensei, Adam agora está me seguindo... Sério? E pior, nem é ele próprio, é um projeto de garoto tentando espiar alguém como eu. Brincadeira? Só pode.
Olhei para Brian no chão, com o meu salto apontado para sua garganta. O mesmo parecia assustado e aquilo só me fazia rir ainda mais.

-------- A quanto tempo está me vigiando? - apertei ainda mais o pé contra o rapaz, o fazendo respirar com certa dificuldade.
--------- Eu não... - interrompi.
--------- Achou mesmo que eu não te descobriria Brian? - ri - Vocês homens são patéticos! - o libertei.
Como esperado o mesmo levou as mãos em direção a garganta para ter a certeza de que nenhum corte havia sido feito.

--------- Café? - sorri no momento que um dos gemeos me olhou confuso.
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Quinze minutos atrasado, começando a supor que Adam não iria ao resgate do querido informante, esse que até o momento se mostrava fiel, não falava nada que poderia compromete-lo.

-------- Vamos Brian! O que Adam está aprontando? Sei que sabe... - passei a mão por cima da dele - Me diga - apertei minhas unhas em sua pele.
--------- Você pode até ser má Ana Cavalliery mas Adam é pior! - me olhou sério - Se você me matar por não te contar os segredos dele será lucro, agora se eu abrir a minha boca, ele não só ira me matar como também ira me torturar, e depois ir atrás da minha família!
--------- Ele não faria isso... - senti um ar gelado me consumir e meu corpo estremecer.
------- Quer pagar para ver? - uma voz surgiu atrás de mim, olhei para cima e lá estava ele, uma mistura de sombrio com seu verdadeiro eu. O meu Adam, aquele que ajudei a se libertar a muito tempo...
------- Olá querido... - soltei o garoto e sorri.
------- Sai daqui Brian! - olhou para ele, sem mais demoras o rapaz se levantou e saiu de cena.
-------- Colocando medo em seus amigos? - ri.
-------- Não tenho amigos. - sentou a minha frente roubando o meu copo de café - Para ter descoberto Brian ou ele estava dando mole ou ainda está em forma... - sorriu malignamente.
--------- Você me subestima Adam... Devo ter dó de você? - sorri - Por que estava me seguindo?
--------- Já te disse... - interrompi.
--------- Não me convenceu.
--------- De que importa?! Te encontrei não é mesmo? Chega desse assunto.
--------- Tudo bem, vamos para o segundo. - arranquei a caixinha vermelha da bolsa, abri e coloquei sobre a mesa revelando o belíssimo anel - De quem era, ou melhor... Para quem era? - meu olhar se tornou sério, e o de Nobel por um mísero segundo se tornou surpreso, porem foi logo substituído por um riso e um sorriso ridiculamente malicioso.
--------- De que importa? - tirou um cigarro do bolso e acendeu.
--------- Importa Adam! Desde o momento que me deu ele, logo após pediu exame de DNA.
--------- Primeiramente o "casamento" é para te manter em Londres e por consequência deixar sua mãe longe de ameaças... Ela fez muito por mim, devo isso a ela! Segundo, é apenas um anel bobo, se quiser usa, se não joga fora! - me olhou rindo enquanto levava novamente o cigarro a boca.
--------- Por que está rindo tanto? Sei o quanto está fingindo! É tudo falso... Seus risos, seu bom humor, sua preocupação e tudo mais! Está mentindo para si mesmo, sei disso porque mais do que todos, eu realmente te conheço.
--------- Desde quando está tão chata? Parece a minha mãe, claro antes dela morrer. - riu novamente.
---------- Sei o quanto Luciana Nobel significa para você, esse seu tom irónico por ela só revela o quanto estou certa. - Adam continuou a ignorar meus sermões, revirou os olhos e soltou a fumaça no ar.
---------- Era para a Katherine - finalmente me olhou sério - O anel era para ela.
--------- O anel era... - me calei - Isso explica muita coisa... Por que me deu? Por que justo para mim?
--------- É a droga de um anel sem importância... Como eu já disse se quiser ficar, fica. Se não, joga fora! - era visível o quão desconfortável ele ficava quando tocava o nome da Jackson.
--------- É pior do que pensei... Está louco por ela. - acabei pensando alto demais.
---------- Já mandei não tocar no assunto "Katherine Jackson" - voltei minha atenção para ele.
-------- Por que não vai atrás dela? - não pude deixar de perguntar.
-------- Oi? - me lançou um olhar surpreso - Não é você quem fez da vida dela um inferno? Que fez o que fez para me separar dela? Está brincando comigo? - riu
-------- Acredite, aquela megera não me agrada nem um pouco mas, ter que aturar seu humor bipolar é nada menos que tediosamente chato! - me ajeitei na cadeira e apoiei minhas mãos na mesa - Se quer ir até ela então vá! Quebre a cara, de novo! Não me importo, apenas pare de acabar consigo do jeito que está acabando! - elevei a voz.
-------- Ficou completamente louca... - Adam não deu a mínima para minhas palavras, apenas continuou a fumar e a olhar para o nada.
--------- Quer saber - me enchi de raiva e levantei - Vamos acabar com isso! A clínica é ali - olhei para a mesma - Pelo menos o meu filho deixará de ser um peso para você!
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(uma hora depois)

Exame feito, agora era apenas esperar o resultado.
Vi nos olhos de Nobel o quão apreensivo ele estava e o quanto, mesmo que implicitamente nossa conversa o tinha afetado... Sei que a culpa de tudo é daquela garota, ela não devia ter cruzado o caminho de Adam. Sempre a mesma história, nunca um Nobel poderá ser feliz ao lado de uma Jackson.

> uma suicida e seu psicopata < CONTINUAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora