Vale a pena

2.9K 325 81
                                    

************************
-Adam Nobel

   Mal terminei a ligação e logo um grito me fez olhar para trás, um dos rapazes havia sido atingido. Me voltei para os vagões e me vi cercado, bem... Eles acabaram por serem mais rápidos. Estavam em grande número no entanto o líder não parecia estar presente, Jordan não se rebaixaria a ponto de sujar as próprias mãos.

-------- Cercado... - uma voz surgiu no meio daquela multidão - Outra vez em desvantagem... - a roda se abriu e Allen deu um passo a frente com um sorriso macabro nos lábios - Irei perguntar apenas uma vez... Se rende? - olhei ao redor outra vez e senti meu medo querer aparecer, engoli o mesmo e sorri.

------- Nem que você me peça de joelhos Allen... - sorri em deboche.

-------- Como quiser - retribuiu o sorriso - Mas, você quem pedira por misericórdia de joelhos Adam.

______________________________

   Sozinho, cercado por todos os lados, praticamente desarmado. Minha única saída era a agilidade de Brendo, talvez ele chegasse a tempo ou não. Me pergunto quando tudo chegou ao ponto em que estamos? Quando Katherine se tornou uma vítima, quando passei a lutar incansavelmente pela segurança dela. Quando começei a me importar. Quando abaixei a guarda, quando deixei o controle? Na verdade, não importa... Cheguei aqui, nesse maldito ponto, nessa maldita guerra.

Seja o que for estou pronto.

------- Seu pai mandou ficar longe disso! Mas você o ignorou... Apesar de saber as consequências. - suas palavras saiam juntas a um risinho debochado - Ele deu ordens para matar todos... - continuou Allen - Apenas pediu para que você ficasse vivo, mas não disse nada a respeito de te darmos  uma boa surra... - seu olhar falou por si só - Acho que posso usufruir dessa brecha - sorriu - Nada melhor do que reconciliarmos os laços de família! - "laços de família?" aquelas três últimas palavras tentaram por um instante me deixar confuso.

------- Do que está falando? - tarde de mais para surpresas? Pensei.     

-------- Jordan não te contou a história Adam? Você não desconfiou do fato dele preferir a mim? - riu dando um novo passo a frente - O sobrenome Nolf não é familiar? - do que raios aquele idiota falava? Ele não passava de mais um soldadinho de Jordan, nada além! Todo aquele papo não passava de conversa fiada, algum tipo de distração, sim! Devia ser exatamente isso.

-------- Acha que vai me amolar com esse papinho? - retruquei - Ridículo Allen, totalmente ridículo. - sorri.

-------- O que acha de um pequeno empurrãozinho? - me olhou sério - 2006 quando Luciana Nobel misteriosamente morreu... O ano que tudo começou tanto para a minha família quanto para a sua -  aquelas palavras me fizeram gelar interiormente, o pior ano... Meu terrível e assombroso passado, onde tudo começou realmente, o ano que minha alma começou a ser arrancada de mim - Se lembra da mamãezinha, não é? - sorriu em provocação me trazendo ao momento real, ali cercado com Nolf a minha frente.

-------- Não toque nesse nome! - minha raiva voltou a fluir, agora com mais intensidade.

-------- Está na hora de por as cartas na mesa garoto! A verdade deve ser dita. - o tom de sua voz alterou-se por um momento - Sua mãe descobriu as traições de Jordan, descobriu seu segredo... Aquilo que o levaria ao declínio, então ele a matou.

-------- Acha que vou acreditar nessa historinha idiota? - (não, não podia ser real!) ele só podia estar me zoando ou algo assim. Aquilo não fazia o menor sentido, não naquele momento, não naquele lugar.

-------- Seu pai nunca foi um santo, e você sabe. Mas quando Luciana descobriu tudo de ruim o que ele aprontava, ameaçou entregá-lo a midia, para acabar de uma vez só com a fama que ele estava alcançando. Sabe como Jordan fica quando tocam em sua imagem não é? - sorriu novamente - O acidente de carro que sua mãe sofreu não foi exatamente um acidente Adam... Seu pai mandou mexerem no carro naquele dia, inventou uma desculpa e fez Luciana usar o automóvel e então BUM! Aconteceu... - por um mísero instante o tempo parou, me vi em um beco estreito, em um recuo de memória que me fez lembrar o que eu um dia jurava ter esquecido.

> uma suicida e seu psicopata < CONTINUAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora