No controle

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-Adam Nobel

   Tinha Thomas nas mãos, seus olhos presos ao meu, seu ódio e seu medo misturados me davam ainda mais força.
   Ajoelhado perante mim, julgado como o traidor que era, manipulador que acabou sendo manipulado, causador do fogo cruzado porem o que mirou na própria cabeça. Pensava conhecer minhas fraquezas no entanto eu tinha as dele na palma da mão, dando corda para se auto enforcar.

-------- Pode fazer o que quiser, eu venci Adam! - sorriu - Eu venci!
-------- Está enganado... Você nunca, em hipótese alguma venceria sem mim! - retribui o sorriso - E por sua traição ao grupo... - aumentei o tom para que todos pudessem me ouvir - Te considero culpado! Sua sentença e de todos os que te seguiram será a morte. - olhei ao redor - Que sirva de lição, todo e qualquer que se voltar contra mim ou contra os meus pagara com a vida! - em um grito todos ao redor se manifestaram em concordância - E você Thomas Frankin... - voltei-me para ele - Mais do que todos, possuía a minha confiança... Se contenha com todo o meu ódio, de tal forma que ira desejar a morte, tanto que suas veias irão saltar e seu coração ira querer parar sozinho... Será quando irei reanimá-lo e outra vez começar tudo novamente, até o estremo... Até seu último suspiro doloroso! - minhas palavras saíram frias de tal modo que vi aquele projeto de homem ajoelhado a minha frente estremecer.

-------- Mas suas mulheres foram atingidas por mim - sussurrou me causando irritação.
-------- Pare de sussurrar! - gritei o fazendo me olhar.
-------- Entre a vida e a morte. Talvez você perca sua noiva e seu filho ou.. Seu amor idiota! - cuspiu novamente - Seria uma verdadeira graça, posso até morrer mais levo seu mundo comigo! - um novo golpe fez Thomas se calar, desta vez cravei o canivete em seu peito e afundei, o mesmo caiu de lado e se contorceu em um gemido.

------- Adam aqui não é lugar para... - um dos rapazes que estava ao meu redor resolveu se pronunciar, cego pela raiva acabei por interrompê-lo.
-------- Fechem as saídas, ninguém entra, ninguém sai! Esperei muito... Está na hora de brincar! - ri e olhei para eles - Vão! - ordenei - Certifiquem que o bebe está seguro e que Katherine chegará ao hospital, caso contrário cabeças irão rolar! - apenas dois homens ficaram para me dar cobertura, os demais se dispersaram pelos trilhos e vagões vazios. Bem, Jordan já devia estar atrás de mim e depois do estrago que fiz a casa dos Coll's sem duvida ele estava furioso, mas, eu precisava daquele momento, necessitava fazer Thomas sangrar por tudo que ele havia feito, por toda a traição, por sua inveja e ganância. Nada pior do que ser golpeado pelo "melhor amigo" Frankin se mostrou uma farsa, tentou roubar minha garota, tentou ganhar meus aliados, ousou me ameaçar, ninguém ameaça um Nobel!

   E como consequência... Ira sofrer nas mãos de um, pedirá misericórdia, porém não terá.

  Abaixei e o puxei fazendo com que o mesmo me olhasse, olhei para o canivete cravado em seu peito e para todo o sangue do chão. Me aproximei e sentindo cada veia do meu corpo arder, voltei meus olhos para os dele.

------- Minha vontade é acabar com a sua vida! Depois de tudo, como teve coragem?
-------- Ficou sentimental Adam? - forçou um sorriso no meio de toda aquela dor - Ridiculo! Você era mais divertido quando não passava de um garoto insano! - interrompi o agarrando novamente.
-------- E você quando não me apunhalava pelas costas! - o soltei, senti meu olhar queimar e continuei - Diga-me Thomas, por que tentou algo com a Katherine? Vocês nem se quer se conheciam!
-------- De que importa? - retrucou - Ela é uma vagabunda! - respirei fundo e controlei minha raiva para libertá-la de uma vez só.
------- Quer mesmo tudo o que tenho? Por quê?! - voltei a encará-lo, ele
se manteve calado enquanto olhava para todo o seu sangue tanto no corte em seu peito e estômago quanto no chão - Por que Thomas?! - aumentei ainda mais a voz o fazendo me olhar novamente.

------- Você não merece nada do que tem! - sua voz perdia o som - Despreza tudo o que tem... E mesmo assim é idolatrado! As pessoas te veneram apesar de tudo, você fica com a garota, fica com a criança... Fica com a fama mesmo que nunca tenha feito o trabalho sujo! - cuspiu sangue e voltou a me olhar - Ainda sim é você...
------- Tudo isso por inveja?!
------- Você não é digno! Não passa de um garotinho mimado, apenas um garotinho mimado... - repetiu entre uma piscada e outra.
-------- O garotinho mimado pode te deixar sangra até morrer! - sorri - Por que chamou Ana de assassina? Está tão abaixo a ponto de caducar em suas palavras?! - Thomas perdia os sentidos, arranquei a faca de seu peito e então o fiz acordar com o choque.
-------- Você não sabe? - riu baixo - O grande Adam Nobel que não sabe de porcaria nenhuma! - aquelas palavras apenas me irritavam ainda mais, apertei um dos cortes de Thomas o fazendo gemer com a dor outra vez.
-------- Você não tem muito tempo! - retruquei - O que sabe? - insisti contra o corte.
------- Sua noiva não te conta tudo não é mesmo?! - tentou rir - O caso de Joe já foi esquecido? - agarrou minha mão a impedindo de entrar mais em seu corte, me olhou e sorriu entre uma nova piscada quase que desmaiando para disfarçar o que sentia.

-------- O que raios você sabe?! - gritei o sacudindo na tentativa de acordá-lo, porém um grito surgiu atrás de mim. Meu nome estava sendo pronunciado em agonia, olhei para trás e dois dos meus homens corriam até mim, um dos com uma mancha de sangue saindo da perna.
Deixei o corpo inconsciente de Thomas no chão e levantei caminhando as pressas até ambos.

------- O que houve? - tomei a iniciativa da pergunta. Dois rapazes com expressões assustadas, um se apoiando sobre o outro. Algo estava errado.
-------- Os homens de Jordan! - trémulo um deles começou a falar - Invadiram um dos vagões e atiraram em tudo, mas apenas Jock e eu estávamos de vigia ali... Derrubamos um e conseguimos fugir, porem eles estão vindo para cá!
------- Quantos Maicke? - perguntei aumentando um tanto o meu tom de voz.
------- Eu não sei... Uns 10 ou 20 homens. - apesar das minhas forças eu ainda estava em minoria, tinha que pensar, ser rápido o suficiente, bolar um plano e sair vivo, não apenas eu mas sim todos os meus.
-------- Onde estão os outros? - adiantei e então tiros responderam por si. A guerra começava, finalmente para morte ou liberdade, um ponto final que decidiria tudo - Ana chegou ao hospital? - voltei a olhá-los.

-------- Sim, mas temos um leve problema... - interrompi.

-------- Problema? Que merda de problema Maicke?!

-------- A outra garota... Não conseguimos levá-la, e para piorar está perdendo muito sangue... - interrompi outra vez.

-------- Droga! - dei um passo para trás tentando controlar minha raiva, senti minha mão se fechar porem me controlei, respirei fundo e voltei a falar - Eu tenho um plano... - encarei ambos - Escondam Katherine em um dos vagões vazios, quero ela longe desse banho de sangue façam o possível e o impossível! Irei mandar alguém para pegá-los, apenas saiam logo daqui! - suspirei - Não deixem nada acontecer com ela, e... Com vocês também! - recebi olhares surpresos, bem, realmente eu nunca pedia para meus homens se esconderem, nem para proteger a si, sempre meus princípios e desejos a frente. Mas, desta vez seria diferente, aliados e não contratados... Todos pela mesma causa, nem maior nem menor.

-------- Adam... - interrompi.
-------- Andem! Não vou beijá-los. - olhei novamente para trás encontrado o corpo de Thomas. Jock e Maicke seguiram minha ordem, os outros dois que estavam comigo antes me olhavam surpresos, obviamente esperando por uma decisão minha. Me aproximei e pegando o celular olhei para eles.

-------- Preciso que mantenham ele vivo... Podem estancar o sangramento? - fiquei sem resposta, eles ainda estavam boquiabertos, Adam Nobel perguntando ao invés de ordenar? Ah droga, era uma novidade?! Blef. - Respondam! - engrossei a voz.
-------- Acho que posso dar um jeito... - finalmente um se pronunciou, timidamente mas se pronunciou - Não é certo, mas talvez... - interrompi.
------- Faça o melhor, estou confiando em você! - novamente olhares estranhos em minha direção.
------- Como quiser Adam... - abaixaram no corpo de Thomas, abriram a blusa do mesmo e ali começaram a trabalhar nos ferimentos.

  A cada segundo que se passava mais tiros podiam ser ouvidos, eles se aproximavam, não demoraria muito e logo eu estaria frente a frente com os homens de Jordan, totalmente furiosos.
  Eu precisava agir rapido caso contrario seria apenas mais um dos massacrados. Peguei meu celular e liguei para Brendo, segundos e então o mesmo atendeu.

------- Quero que proteja Ana e a criança - adiantei - Eles estão aqui, vou tentar segurar ao máximo mas preciso daquilo...
-------- Mas Adam você... - interrompi.
-------- Não temos como esperar mais Brendo! Pegue o que te mandei e siga como planejado... Minha vida está em suas mãos! - desliguei.

> uma suicida e seu psicopata < CONTINUAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora