De volta a vida

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--Adam Nobel

  Senti como se cada pedaço quebrado em mim se juntasse, três simples palavras impossivel para mim, inacreditavelmente as falei com sinceridade.
   Senti medo, me vi vulnerável, uma garota foi capaz de quebrar todas as minhas defesas, mais do que todos os meus inimigos, chegou ao meu intimo. Lugar onde ninguem jamais entrou, até mesmo onde Luciana Nobel não pode entrar...
   Vê-la acordar, sentir sua pele tocar a minha me fez despertar para o mundo, como se sua vida estivesse ligada a minha... Pude sentir o amor palpitar em meu peito, tão forte que me fazia perder o sentido do tempo.
   Eu realmente estava disposto a ficar ali, meu corpo parecia seguro ao lado dela, combustível para protegê-la de tudo e todos, mas o dever gritou, Tayler estava doente e Ana havia sumido. O que raios eu podia fazer?
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-hospital de New York-
corredores

   Me despedi de Katherine e a fiz jurar que tentaria se levantar, disse que se conseguisse eu à levaria ao Canadá como nas histórias que John Jackson lhe contava, vê-la sorrir foi o suficiente para todas as forças voltarem ao meu corpo. Resolver tudo e encontrar um novo rumo, talvez aquele que eu jamais pensei querer.
   Por um instante parei frente a televisão de um dos corredores, o noticiário mostrava a foto de Jordan, algo parecido com "o ministro acaba de ser condenado" pensei em sorrir mas sinceramente não consegui, o nome da minha família ia diretamente para o ralo tudo graças a ganância do meu próprio pai.
  O homem que plantou amor e fez crescer ódio em mim, toda a verdade escondida em suas podres mentiras... Ele merecia sofrer por tudo o que fez, por tudo o que iria fazer.

   Dei por mim e caminhava por uma delegacia, olhares surpresos, desprezo, admiração uma grande e confusa mistura. 

-------- Adam? - um dos advogados de Jordan levantou e caminhou até mim - O que faz aqui!?
-------- Quero vê-lo!
-------- Não é a melhor hora para isso... - interrompi.
-------- Agora! 
  
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   Um corredor vazio, indo em direção a uma porta branca.

------- Apenas... - interrompi.
------- Não quero ninguém comigo! - o olhei friamente - É assunto de família - as palavras pareciam ter rasgado minha garganta. Disfarcei e entrei na sala, coração apertado, Jordan a poucos metros totalmente diferente, sua postura e olheiras mostravam o quão acabado ele estava.

------- Adam! - levantou e tentou se aproximar, entretanto o impedi com um simples movimento de mão - Filho... Eu sinto muito por tudo o que fiz, fui um péssimo pai eu... - interrompi.
-------- Não quero suas desculpas! - meu tom frio o fez calar - Temos que por as cartas na mesa... De uma vez por todas.
-------- Claro! - sorriu e apontou a cadeira em sua frente. Caminhei até ela e sentei - É muito bom te ver... Passar esses dias aqui me fez refletir sobre o quão estúpido acabei por ser, espero que possamos virar à pagina... - outra tentativa de manipulação.
------- Claro... - fingi um sorriso - Se for sincero. - entrei em seu jogo, e ao contrario dele eu tinha todas as cartas em meu favor.
-------- Serei!
-------- Teve um caso com à empregada anos atrás? - seu olhar paralisou.
-------- Qual delas? - manipulou um risinho sínico.
-------- Aquela que gerou seu soldadinho particular, Allen.
-------- Certo... Mas eu, - interrompi outra vez.
-------- O usou para vigiar pessoas importantes para mim, e deu ordem para que ele as matasse... - fui interrompido.
-------- Filho eu... - voltei a falar.
-------- Sempre tive um irmão e quando soube a verdade já era tarde demais, viramos inimigos e ele acabou morto - a frieza das minhas palavras me faziam dizer tudo sem o mínimo remorso.
-------- Morto?! - Jordan me olhou surpreso - Allen está... - se calou.
-------- Deve estar se decompondo no fundo de algum rio... - sorri - Parece se importar com ele, - fixei meu olhar no dele - Uma pena, Jordan!
-------- Tudo bem, você sempre foi o meu preferido... - disfarçou, me fazendo estar a ponto de explodir em raiva.
-------- Você matou a minha mãe... - ouvir aquilo o fez paralisar -  Planejou tudo por uma podre carreira!
-------- Não! Eu amava à sua mãe... Jamais faria algo contra ela. Escute filho, podemos resolver esse laço de família... Sabe? Pai e filho...
-------- Não é o que as provas dizem - senti o peso da raiva em minhas veias - A culpa de tudo isso é sua Jordan, o que receberá ainda é pouco! - levantei - Todas as provas que te incriminam foram juntadas por mim através dos anos, tudo para chegarmos aqui, com você implorando e se humilhando a mim! - sorri - Tudo está apenas começando papai... Seus anos serão longos nessa droga de lugar, apesar de ainda ser um luxo perante o que desejo à você! - me movi em direção a saída e fui barrado pela voz de Jordan. 
------- Não pode me deixar aqui! - gritou - Eu sou o seu pai! - se calou - Se fizer, irei atrás da sua namorada... Vou acabar com ela! - me voltei para ele.
-------- Espero que apodreça na prisão, verme! - sai deixando os gritos abafados do tão temido ministro para trás.

   Finalmente um peso a menos, ele pagaria. A morte era pouco perto do que ele realmente merecia, tirar o trono, destruir o império era o melhor a ser feito, o que o levaria realmente ao declínio, tiraria dele o que o mesmo arrancou de mim, meus anos agora estavam revertidos a ele, e eu pouco me importava.

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   Voltei para Londres e deparei-me com uma casa revirada, Dona Cavalliery desesperada atrás de Ana e Tayler em um choro sem fim.

------- O que merda é isso? - me movi em direção à criança, o pegando dos braços de Mika - É dessa forma que pode cuidar do meu filho?! - dirigi tais palavras à Dona.
--------- Posso cuidar de um bebe! Essa sua babá que não serve para droga nenhuma. - nos olhou feio.
--------- Mika é paga para ficar onde mandei, vir para Londres não está no contrato. Aliás, essa parte do salário dela será cobrado do seu bolso! - Tayler se acalmou e voltou para os braços da babá. Apenas um olhar para ela e logo a mesma saía da sala. Esperei a porta fechar-se por completo, então voltei-me para a mãe de Ana - Qual o problema? - adiantei.

------- O que fez com a minha filha? - disse se aproximando com fúria - Toque nela que arranco pedaço por pedaço de você! - desviei de seu corpo e à olhei confuso.

-------- O que? Não tenho culpa se a sua filha é louca! - retruquei - Não tenho notícias dela desde que sai de Chicago... Ela deve estar fazendo drama, inventando alguma historinha ou mentira nova! Não sei o porque da preocupação.
-------- Dessa vez é diferente, ela nem se quer atende minhas ligações... - caminhou até a mesa e após abrir e fechar uma gaveta, retornou com uma carta em mãos - Recebi essa carta, ontem... - entregou-me.

  Olhei para ela e para a carta, me movi para abri-la.

"Querida mamãe, decidi mudar o rumo da minha vida. Estou cansada de viver na mesmice de dias tediosos. Vou ir embora.
   Espero que cuide do Tayler e caso eu demore à voltar, o crie como não criou a mim, não quero correr o risco de que ele cresça e seja tão ruim quanto... Enfim, apenas o trate como uma criança comum, mas o encha com todas as regalias que alguém da classe dele merece. Quanto ao pai dele, bem... O mande para a merda, ele ira entender o recado.

   Beijinhos de mim, I love you."

--------- Sério mesmo? - voltei-me para ela - Acreditou nesse teatrinho? - revirei os olhos.
--------- Ela não brincaria com algo tão sério! O que raios aconteceu entre vocês?
--------- Dona, você realmente não conhece à própria filha! Ela sabia exatamente que você viria a mim com essa cartinha inútil. Mas, para a sua felicidade meus homens irão atrás dela.
--------- O que aconteceu, Adam?
--------- Aconteceu que ela é uma aproveitadora de alcoólatras! Mentirosa, egoísta, sanguessuga, mesquinha, péssima mãe, amiga, pessoa, uma vadia maldita! Quer que eu pare, ou deu para ter a mínima noção do que aconteceu? Por consideração a tudo o que fez por mim quando criança, que gastarei meu tempo procurando-a. Apenas por consideração ao seu acolhimento, pois se fosse comparar com sua hipcrizia, eu faria de tudo para te ver mofar ao lado de Jordan. - dei de ombros.
--------- Não tivemos escolhas! - aumentou o tom de voz - Foi pela permanência de nossas famílias em seu lugar de direito... - parei antes de tocar a porta.

--------- Sempre há uma escolha! - à olhei sobre o ombro - Se despeça de Tayler, iremos partir antes do final da noite!

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> uma suicida e seu psicopata < CONTINUAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora