Querida paz [...]

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Música: Mercy/ Shawn Mendes

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-Adam Nobel

(horas antes)

     Sem palavras para descrever, eu estava perdendo a melhor garota do mundo. Sentia seu coração a quilómetros de distancia, sem ele eu era apenas um garoto problemático. Ela tinha o poder para acalmar o meu interior, fazer meu lado sombrio recuar, sem ela eu simplesmente não teria nada para me impedir de fazer bobagens, antes dela tudo não fazia o menor sentido as pessoas não passavam de pequenas migalhas podres, meu mundo era cercado por ódio e egoísmo, Katherine atravessou minhas barreiras e mudou minha visão. Não posso perdê-la! Não hoje.

------- Temos que ir! - entrei no departamento de polícia furioso, acabando por me deparar com Rick praticamente implorando ao superior que lhe liberasse o helicóptero mais o piloto para nos levar.

-------- É véspera do ano novo Negan! Não temos um piloto e você não tem licença para pilotar, sinto muito...
-------- Mas Max! Por favor é caso de urgência... - o interrompi caminhando até Max Collins e o agarrando pelo colarinho.
-------- Escuta aqui generalzinho de meia tigela, você tem exatos dois minutos para nos conseguir a droga de uma licença ou o seu nome será o próximo a parar na midia! Sei muito bem as coisas que fez e faz e se não quiser acompanhar seu amiguinho ministro atrás das grades acho bom liberar a porcaria desse helicóptero! - fixei o olhar no dele sentindo toda a minha raiva atravessá-lo - Está me entendendo? 

-------- Sim! Claro... - o soltei - Dois minutos e terão uma licença... - sua voz estava trémula, suas mãos mal conseguiam agarrar o telefone.

   Me voltei para Negan e o mesmo estava boquiaberto. Tudo o que eu sentia era raiva, Katherine estava longe demais, em perigo e eu não podia fazer nada para ajudar. Tudo apenas contribuía para meu lado sombrio dominar o resto de sanidade que eu possuía, desta vez eu pouco me importava. 

------- Como fez aquilo? - olhei para trás e Rick se aproximava.
------- Apenas fiz! - soltei a fumaça do cigarro - Conseguiu?
------- Sim, - levantou a licença para voarmos - Mas não temos um piloto... - agarrei a mesma e revirei os olhos.
------- Prazer, piloto!

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(agora)

   Aeroportos fechados acabei sendo obrigado a pousar em um prédio adaptado para um helicóptero, porém o mesmo ficava a algumas quadras do lugar onde Katherine morava.
   Quando dei por mim já estava correndo escada a baixo, deixando Rick para trás barrado pelos seguranças que exigiam uma explicação lógica para pousarmos sem o menor aviso, EU ESTAVA COM PRESA DEMAIS PARA AVISÁ-LOS!
   Não faço a mínima ideia de como sai do prédio, apenas sai. As ruas estavam nada mais e nada menos que um caos, passar por toda aquela multidão seria impossível, seria como nadar contra uma maré violenta.  
  Tentei ligar para Katherine e por duas vezes fui ignorado, até que finalmente ela se deixou render. Sua voz falhava, suas lágrimas mudas ensurdecia os meus ouvidos, peito apertado e algo que eu desconhecia de muito tempo.
   Parado perante aquela multidão tentando mudar o rumo daquela história, vê-la se render, desligar e acabar com minha realidade.
  Apenas bipes, segundos depois como se uma faca atravessasse o meu peito, como se algo estivesse sendo arrancado do meu coração. A intensidade, o desespero e o medo passaram a me dominar, era como se não me pertencessem, mas estivessem ali para me torturar.
   Senti Katherine escapar por meus dedos, sua essência cada segundo mais distante... Ela estava me deixando e isso me destruia por dentro, como se a menina Jackson fizesse parte de mim, como se sua morte fosse a minha.

"Presumo que ela esteja no apartamento onde mora, é o unico lugar que não entramos"

   Após a mensagem de Brendo me vi a ponto de romper toda aquela multidão. "Nem todas as promessas podem ser cumpridas" as minhas seriam! Nem que eu lutasse até a morte ou me submetesse a expor meus sentimentos por ela, eu faria! Uma, duas, mil vezes.
  
   Fechei os olhos e respirei fundo, senti tudo ao meu redor parar, as pessoas ficavam lentas, suas vozes ecoavam em tom diminuído. Senti minhas veias saltarem, meu ódio crescer, outra vez livre desta vez no controle.
   Abri os olhos e rompi a multidão, alguns empurrões, xingos e bêbados, estava louco para socá-los porem me controlei e segui.
   Meia noite e dois minutos, o show de fogos estava em seu ápice e eu ainda a 500 metros da rua onde Katherine morava.
   A cada novo passo menos eu sentia o ar em meus pulmões, sentia que estava perdendo-a sem poder fazer nada. Acelerei o passo e lutei contra tudo aquilo como se fosse meus últimos segundos de vida, quase meia noite e seis quando cheguei ao prédio. Elevador demoraria muito, corri por dez andares até chegar ao dela, uma força sobrenatural me fez ser rápido e ágil o suficiente a ponto de não parar para tomar um pouco de ar, era como se Katherine em perigo servisse de energia para que eu continuasse a tentar, como se uma guerra travasse em mim para salvar meu último fio de esperança.
   Tentei arrombar a porta do apartamento dos Jackson's, nem se quer movia-se. Olhei ao redor e avistei um jarro de flores onde os mesmos guardavam a chave de emergência, sem perca de tempo me movi a usá-la, a porta se abriu dando-me passagem para dentro, completamente vazio, totalmente silencioso.
   Corri em direção ao quarto de Katherine e como esperado fui barrado pela porta trancada.

-------- Katherine! - gritei esmurrando o objeto - Katherine aguenta mais um mísero segundo! - usei toda a força que me restava e arrombei a porta, a mesma se abriu violentamente revelando o interior do lugar, fotos em cima da cama e um caderno que mais parecia um diário, passos até ele e então uma passada rápida de olhos. Me voltei para o banheiro e a luz do mesmo me fez ir até ele, abri a porta e senti todo o meu mundo parar, meu lado obscuro se escondeu, as lágrimas vieram a tona, sentimentos esquecidos agora dominando todo o meu interior, Adam Nobel parecia ter sido derrotado.

 Me voltei para o banheiro e a luz do mesmo me fez ir até ele, abri a porta e senti todo o meu mundo parar, meu lado obscuro se escondeu, as lágrimas vieram a tona, sentimentos esquecidos agora dominando todo o meu interior, Adam Nobel parecia ter...

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  Me vi de joelhos tentando estancar todo aquele sangue, Katherine estava desacordada, olhei ao redor e remédios junto a uma garrafa de vodka revelaram o pior. 

-------- Não Kat... - arranquei minha camiseta e a rasguei ao meio, envolvi em seus pulsos e apertei na tentativa de resolver - O que você fez!? - tentei acordá-la, cada segundo mais fria. 
  Agarrei meu celular e disquei para Brendo, precisava de um medico ou algo rapido o suficiente para tirá-la dali, a resposta que tive foi a de que era impossível qualquer carro chegar a mim, as ruas estavam cheias levaria no mínimo uma hora para uma ambulância chegar ao prédio.

------- Você não vai morrer! - levantei e firmei Katherine em meus braços - Não hoje e não aqui! - juntei todos os motivos pelos quais me fizeram escolhê-la e os transformei em força extra, outra vez perante uma multidão, novamente lutando.
   Katherine já não perdia tanto sangue porem ainda estava sob o efeito dos remédios que misturados ao álcool se tornavam letais, corri como nunca antes e o trajeto de quinze minutos reduzi para cinco.
  
-------- Um médico! - gritei ao cruzar a área de emergência do hospital. No mesmo instante fui cercado por enfermeiros - Ela tentou... - me faltavam palavras para descrever - Muitos remédios e bebida alcoólica... - as frases não se formulavam em meus lábios - Por favor... - implorei - Salvem-a!

> uma suicida e seu psicopata < CONTINUAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora