NADA ALÉM

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-Adam Nobel

   Os dias passavam e Tayler cada dia crescia mais, ficava mais esperto apesar do pouco tempo de vida. Ana estava um tanto mais aliviada, agora dividiamos as tarefas nada para sobrecarrega-la. Impossível eu estar sendo tão gentil? Realmente, mas o que posso fazer? É minha nova família...
   Um grande tédio? Sem duvidas, não aguento mais estar entre quatro paredes todos os dias. Apesar de tudo essa normalidade está me roendo os ossos, o pequeno Nobel é mais do que importante, mas ainda existe uma sede incontrolável que me consome, meu interior está agitado demais gritando por diversão, preciso acalmá-lo ou deixa-lo livre de vez. 
  

------- O que ha de novo? - atendi meu celular e caminhei até a varanda.  
------- Acho que temos uma pista, - Brendo parecia estar em algum tipo de galpão, sua voz parecia ecoar ao fundo - Um informante jura ter visto um dos amiguinhos de Thomas ai em Chicago, quer que eu mande alguem para checar?
-------- Sabe o nome? - acendi um cigarro e me apoiei sobre o murinho de vidro. 
-------- Kaleb Rinne - respondeu.
-------- Aqui em Chicago? Ótimo, estou realmente precisando de uma distração... Vou cuidar disso.
-------- Como quiser...
-------- E quanto a ela..? - me referi a Katherine.
-------- Soube que voltou para New York... Estamos com os olhos nela, qualquer movimento falso e agimos. Ela vai ficar bem.
-------- Assim espero! - olhei para tras e me deparei com Ana - Tenho que desligar, qualquer novidade sabe como me encontrar. - desliguei.

-------- Precisando de diversão? - me olhou seria - Como eu imaginava... - se virou e caminhou para dentro do apartamento, revirei os olhos, apaguei o cigarro e entrei também.
------- Não me referia a vocês, eu apenas vou resolver alguns assuntos. É questão de um dia, uma noite... - me interrompeu.
-------- Isso aqui está um tédio, não é mesmo?
-------- Sim! Não, - corrigi - Claro que não Ana. Eu gosto de ficar aqui com você e o bebe!
-------- Mentiroso! Eu conheço você Adam, sei que odeia ficar em um lugar por muito tempo, ainda mais tendo que cuidar de uma criança!
--------- Não é exatamente assim! Não me importo de estar aqui, eu apenas tenho que resolver alguns problemas agora. Nada para alarmar! - passei por ela, agarrei minha jaqueta em cima do sofá e caminhei até a porta - Cuide do Tayler que do resto cuido eu, volto daqui algumas horas! - abri e sai.
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   Apenas uma distração, apenas para me acalmar. Ana estava exagerando, posso fazer as duas coisas ao mesmo tempo, cuidar da família e caçar traidores.
  

------- Kaleb Rinne? - após uma hora e meia observando cada movimento do meu novo alvo decidi agir. Uma rua classe media de Chicago, Kaleb em um Food truck vendendo algo que eu não me importava em saber, estava claro que não passava de um disfarce, algo para esconder a verdadeira "mercadoria", drogas, informações, qualquer coisa que fosse do interesse de Thomas.  
-------- Depende de quem se trata... - seu olhar se voltou para mim, sua expressão mudou completamente. Surpresa, espanto, parecia estar com medo, era exatamente como devia estar. Deu um passo para tras e tentou fechar a porta antes que eu a barrasse, tarde demais acabei sendo rapido o suficiente para entrar no carro.

--------- O que quer aqui Adam? - deu um passo para trás, retomou sua expressão original e encarou-me - Duvido que tenha vindo provar cachorro quentes, ou, comprar heroína... - disfarçou. 
--------- Sabe exatamente o porque de eu estar aqui.
--------- Hum... Heroína? - sorriu.

  Dei um passo a frente e Kaleb outro para trás arrancando o riso dos lábios, avistei um jogo de facas ao meu lado e passei a mão por cima delas, senti Rinne estremecer.

-------- Não sei onde ele está Adam! - adiantou.
-------- Não sabe ou não pode dizer? - fechei a janela do automóvel e agarrei uma das facas, voltando-a para ele.
-------- Eu não sei de nada! - tentou ir para trás porem esbarrou em um balcãozinho.  
-------- Não é o que parece, e para a sua informação não estou com a menor pressa, porém não estou com a maior paciência sabe... - apontei a faca para ele - Vai colaborar? - sorri - Ou vamos pelo lado difícil?

> uma suicida e seu psicopata < CONTINUAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora