> uma suicida e seu psicopata < CONTINUAÇÃO

AMANHÃ/ Recapitulando

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-Katherine Jackson

  Como esperado a noticia de minha suposta mudança não agradou Sarah, porem após a fase do drama, choro e tudo mais acabei conseguindo um "vou pensar no caso"
Bom, querendo ou não irei sair de New York e será em muito breve.
  Duas chamadas não atendidas de Adam, cinco de Débora. Sem saco para falar com ninguem, apenas uma vontade enorme de chorar e chorar.
  E assim por dois dias inteiros, saido do quarto apenas para disfarçar, era só a noite cair para as lagrimas acompanharem os mesmos passos.
  Na manhã seguinte, a resposta tão esperada... Minha matrícula no colégio em Chicago ainda estava ativa, nada mais me impedia.
  Batidas na porta e então Sarah Jackson entrando no quarto, um sorriso simples nos lábios e um olhar caído, triste.

-------- O que foi? - não pude deixar de perguntar.
-------- Estive pensando e quer mesmo viajar? Terminar o ano longe de New York e da sua familia..?
-------- Quero dar um tempo de tudo isso... Apenas alguns meses, não vou desaparecer.
--------- Mas filha... Você vai estar longe, seus amigos... Seu irmão, eu... E até seu namorado... - interrompi.
-------- Se estiver falando do Adam pode parar! Ele não é meu namorado! Nunca será, okay? - acabei ficando novamente furiosa, era apenas ouvir o nome de Nobel para a raiva passar a me dominar. Tudo ao redor me lembrava ele, tudo literalmente. Era abrir as noticias para ele aparecer ao lado do pai, ah! Como eu morria de ódio vendo aquilo, aquele não era ele, estava fingindo novamente, aparecia com Ana e a droga daquela barriga de grávida, apenas dois dias longe e então o mundo se virando e focando nele. Uma droga, não?
-------- Hum, acho que entendi... - Sarah me olhou sério - Quer ir embora por conta do Adam? Ele te magoou Kat? - interrompi novamente.
--------- Não! Pare já com essa ideia, pare de supor! Não tem nada a ver com ele, apenas não toque no nome daquele desgraçado!
--------- Pelas noticias na televisão ele está tentando seguir os passos do pai... É talvez seja mesmo um desgraçado... - riu com simplicidade - Tudo bem, não vamos falar nele... Tenho uma entrega para você.
--------- Entrega? - se for do Nobel eu...
--------- Robert te envio a passagem para Chicago - lentamente Sarah levou as mãos que estavam nas costas até sua frente, revelando um envelope, me olhou ainda mais triste e então me entregou - É para depois de amanhã, você parte em dois dias...
--------- Obrigada! - dei um pulo da cama e abracei a mesma, me voltei para a passagem e sorri.
--------- Uma última coisa, seu pai ira morar com você, essa foi a condição para ir... Não posso deixar uma adolescente de 17 anos sozinha.
--------- Acompanhada pelo Robert..? Tanto faz, vou poder ir?
-------- Vai me ligar todos os dias?
-------- Mãe... - o olhar de Sarah me fez sorrir - Sim, todos os dias..!
-------- Melhor eu sair daqui antes de começar a chorar... - sorriu novamente enquanto se afastava - Tem essa noite para pensar... Quem sabe mudar de ideia...
--------- Mãe...
--------- Apenas pense Katherine... - abriu a porta, porem antes de se por para fora voltou a me olhar - Ah... A policia ligou, a secretaria disse que seu depoimento será amanhã... Quer que eu vá com você?
--------- Sou inocente, irei apenas para dizer o que sei... Não precisa se preocupar.
-------- Como quiser... - outra vez a tristeza no fundo do olhar - Boa noite filha. - saiu do quarto.

  Como eu estava em relação a ela? Acabada! Partida.
  Minha mãe estava um tanto mais presente, um tanto mais "mãe" deixa-la era nada menos que horrível. Porem, uma vez em anos devo me preocupar comigo... Por meus sentimentos no lugar, minha cabeça e vida nos trilhos novamente.
  Quanto ao Nick e Débora... Bem, eles não sabem exatamente... Não contei para eles, nem sei como fazer isso.
  Não sei como agir, ou o que devo pensar... Apenas quero fugir para o mais longe possível.
  Minha cabeça gira em torno de apenas uma palavra "Adam" sim! Esse infeliz ronda a minha mente a cada noite junto a ligação de Ana, aquela voz não sai da minha cabeça estou a ponto de enlouquecer.
  E se eu nunca tivesse conhecido o mesmo? O que seria diferente? O que eu teria vívido..? Nick teria passado pelo coma? Melissa Negan teria morrido? Minha familia seria ameaçada? Lucas, Joe, Thomas teriam cruzado o meu caminho?
O que seria diferente? O que perdi nesse meio tempo? Não importa, não tem como voltar atrás, desfazer o que está feito.
  Ah! Como meu peito dói, como Lucas faz falta, a cada cigarro, bebida e novo corte me lembro dele, me aproximo dele, é como se nada tivesse acontecido, como se ele ainda estivesse comigo.
  Nem no velório do mesmo pude ir... A familia o levou para outro pais, o de origem, o levou para o Brasil onde seria velado junto aos pais. Como eu queria estar naquele momento, naquela última homenagem... O jeito é afogar as magoas em uma garrafa de vodka, em cima do prédio que nos vimos pela primeira e pela última vez...
  Mais dois dias e então esse inferno será reduzido, ou assim espero. Olho para as estrelas, olhos fechados, dedos cruzados e o pedido para aquilo ser o fim, para meu coração anular Nobel de vez, para parar de amá-lo com tanta intensidade apesar de tudo.
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(horas depois/ parque de New York)
19:30 PM

Hora de abrir o jogo, contar minha decisão para Mendes, me despedir e seguir.

--------- Kat! - olhei para trás encontrando Débora, como sempre linda, cabelos ao vento e surpreendentemente sem a companhia de Josh.
Levantei e esperei a mesma se aproximar, seu sorriso se perdeu assim que se encontrou com o meu olhar.
-------- Esse olhar... O que houve?
-------- Melhor sentar... - disfarcei, esperei a mesma sentar e em seguida acompanhei o gesto - E então onde está o Josh?
--------- Na casa da mãe - me olhou seria - Sei que não me chamou aqui para perguntar sobre ele, o que está tentando dizer?
--------- Bem, primeiramente não quero surtos...
--------- Não enrola Katherine... O que houve?
-------- Vou para Chicago. - rápida e direita.
-------- Como? - ficou surpresa - Chicago?
-------- Vou ficar um tempo lá...
-------- Quando? Por quê? - tentou achar palavras e ditá-las em uma frase.
-------- Apenas quero mudar um pouco, terminar o ano lá... Dar um tempo de tudo isso. - disfarcei.
-------- "Dar um tempo de tudo isso!?" Como assim Kat? O que aconteceu? Quem pôs isso na sua cabeça!?
--------- Ninguém! Eu apenas quero ir, por mim. - me interrompeu.
--------- Isso não me convence! Foi a morte do tal garoto? Ou o idiota do Adam!? - (os dois... Os dois e muitos outros) - Quem Kat? - voltou a perguntar.
--------- Débora! Estou indo por conta própria. - meu tom ficou um tanto mais sério.
--------- Quando vai? - abaixou o tom.
--------- Depois de amanhã... Pego o primeiro voo.
--------- O que? Sexta agora? Está brincando comigo? Quando tomou essa decisão? - (Mendes sempre me fazendo perder o foco da paciência)
--------- Não importa... Estou decidida. Sexta-feira irei para Chicago, por favor sem mais perguntas...
--------- Não vou mentir, estou decepcionada... Outra vez estou sendo a última a saber, diz Kat como eu fico?
--------- Débora você foi para a casa da sua avó, e eu fiquei sozinha nesse inferno!
-------- Sim Kat, mas estou aqui... Não me mudei por completo.
-------- Apenas alguns meses! Apenas o final deste ano, tenho irmão e mãe aqui! Irei voltar, para visitá-los e quem sabe um dia voltar! Mas, hoje, nesse exato momento estou mais do que decidida, Débora... Eu preciso de um tempo só.
-------- Nem sei o que dizer... - suspirou - Nem o que fazer para você mudar de ideia, mas sei que não importa o que eu diga, olho para você e vejo que está realmente decidida, então o que posso fazer? Vou sentir saudades! Tantas que às sinto me invadir com apenas a noticia. Não vai ser a mesma coisa sem você Kat...
--------- Também vou sentir saudades! Mas sempre estaremos juntas... - sorri para não chorar.
-------- Kat, já falou com o Rick? Já que vão estar na mesma cidade.
-------- Rick? - com tanta coisa na cabeça nem ao menos tive tempo para pensar nele.
--------- Ele está em Chicago, esqueceu? - desta vez eu havia ficado surpresa, outra vez reencontrar Rick, e depois o que fazer?