> uma suicida e seu psicopata < CONTINUAÇÃO

Entre elas...

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-Adam Nobel

   Katherine foi ao chão, Ana levantou a arma e atirou no novo personagem daquele cenário horrendo, o mesmo caiu e desapareceu. Tudo em segundos, tudo sem que eu pudesse reagir. Outro tiro desta vez não havia saído da arma de Cavalliery mas sim da de Yuri, esse que mesmo aos pés da morte ainda sim conseguiu dar seu último suspiro em um ato de coragem. A bala passeou alguns metros e entrou entre os seios e a barriga da mãe do meu filho, ela me olhou e assim como a menina Jackson, foi ao chão.
  Paralisado, era assim que eu estava. Outro tiro, desta vez dado por Brendo em direção a Yuri, agora o matando de vez. Junto a um dos gémeos, meu grupo minha família das ruas, preparados para qualquer um que resolvesse aparecer, preparados para a guerra. Porém a última coisa que eu pensava era na maldita guerra, Ana e Katherine estavam no chão, uma de um lado outra de outro... As duas precisando de mim porém escolher entre um filho e um amor era o mais difícil.

-------- Escolha o bebe Adam... - uma voz soou em minha mente, olhei para Katherine e a mesma piscou para mim, era exatamente o que ela queria... Apesar de tudo, ainda sim aceitava que a criança não tinha culpa.
   Bem, o instinto de pai falou mais alto, corri até Ana e levantei sua cabeça a apoiando em meu colo, o sangue já lhe dominava toda a barriga, seus olhos estavam cobertos pelas lágrimas, sua voz em tom baixo e seu sorriso.

------- Você me escolheu... - sussurrou.
-------- Vai ficar tudo bem... - olhei para trás e encontrei-me com o olhar de Brendo, esse que socorria Katherine enquanto Thomas tinha varias armas apontadas para a cabeça.

-------- Chamem uma ambulância! - gritou para um dos meus homens.
  Olhei para Ana e para todo aquele sangue, foi então que seu grito fez tudo paralisar, sua mão se encontrou com a minha e uma poça de "água" se formou em sua volta.

-------- Adam... Minha bolsa estourou! - bolsa? Que raios de bolsa..? Fiquei confuso por um instante e então ela voltou a se contorcer me fazendo ter noção do que estava acontecendo ali. O bebe estava querendo nascer (sem duvidas meu filho... Sempre na "melhor" hora no "melhor" lugar)

-------- Ah droga! - gritei e olhei para Brendo - Onde está o socorro?!
-------- Quinze minutos Adam... - olhou para Katherine e então se voltou para mim - Elas precisam de um... - interrompi.
-------- Não dá tempo... - levantei - O bebe está nascendo! Leve-as para o hospital agora...
-------- Só temos lugar para uma... - Brendo me olhou em busca de uma decisão. Katherine ou Ana? Ah droga! Droga!
-------- Adam! - Cavalliery gritou - A bala está se movendo... - contorceu-se novamente me deixando agoniado. Realmente a ferida estava feia, na medida que a criança se movia para a posição de nascer mais o objeto dentro da loira se deslocava, entrando mais... Ficando cada segundo mais grave.
-------- Adam... - outra voz desta vez Kat, tentava se levantar, se levantou e apoiada em Brendo tentou se mover em minha direção, engoliu as lágrimas, a dor e todo aquele sangue escorrendo por seu peito e caminhou até mim com  dificuldade - Não precisa escolher... -  com certa rapidez à apoiei em meus braços, a mantendo firme - Seu filho precisa de você... - continuou, me olhando no fundo dos olhos.
-------- Você também precisa! - respondi - Vamos dar um jeito amor... Nós - me interrompeu.
-------- Ela precisa de um medico Adam, agora! - me olhou firme tentando ao máximo segurar toda aquela dor. Aqueles olhos esverdeados penetraram o mais profundo do meu ser, ela tinha toda razão, porém estava tão necessitada quando Cavalliery e isso acabava comigo.
-------- Tudo bem... - olhei para Brendo - Leve ela. - ordenei - Leve ela agora!
   Dois dos meus homens ajudaram Ana, precisavam se mover com cuidado para que a bala não chegasse ao bebe. Enquanto que Kat com um ferimento no ombro  tentava não se apavorar.

-------- Faça ele pagar! - Ana sussurrou em meu ouvido me fazendo olhar para Thomas e sentir toda a minha raiva florescer. A mesma foi levada por Brendo porem suas palavras ficaram guardadas em minha mente. Ele precisava pagar, ele iria pagar! Por cada ato por cada movimento... E no final seu coração seria meu troféu.

-------- Não precisa ser como ele... - voltei para a realidade com a voz de Katherine, suave e doce. Seus olhos verdes se misturavam ao vermelho, seu vestido ensanguentado e sua força tentando superar a dor - Não precisa revidar Adam...
-------- Não se preocupe Kat... - fingi um sorriso e olhei para outro parceiro meu, desta vez Max - Quero que a leve daqui, de um jeito nesse ferimento e assim que a ambulância chegar vá com ela e fique de guarda, entendido? - senti todo o meu corpo ficar ainda mais sério e como resposta Max apenas balançou a cabeça em sinal positivo.

-------- Adam, - me voltei para ela outra vez - Não seja igual... - apertou minha mão fazendo minha alma se espremer em um conflito entre a voz daquela bela garota e a raiva que meu peito se segurava para aguentar.
-------- Não vou ser igual... - sorri.
   (serei pior!) beijei sua testa e a olhei no fundo dos olhos - Isso vai acabar, eu vou te encontrar em breve e fazer tudo aquilo que não fiz quando tive chance... Mas agora, amor... Não posso deixar passar! - me afastei recebendo o coração partido de Katherine transmitido através de seu olhar - Vão! - ordenei e então Max acompanhado por outros dois rapazes saíram de cena junto a menina Jackson.

  Ela se afastou e então todo o meu lado sombrio apareceu, desta vez em peso como nunca antes, com tanta raiva que larguei a arma e agarrei o canivete. Olhei para Thomas a poucos metros e em um movimento de mão apenas acertei a lâmina em seu abdómen o fazendo cambalear para trás. Me aproximei e dei ordem para que abaixassem as armas, assim os meus fizeram, agarrei Frankin pelo cabelo e puxei o canivete de sua barriga o torcendo na retirada, voltei a olhá-lo e então sorri.

-------- Uma vez rei... Sempre rei! - com um novo soco de direita o fiz ir ao chão, desta vez cuspindo ainda mais sangue.