I will never let you go || Luke Hemmings

48| Happy New Year

*2 meses e meio depois*

  As aulas começaram normalmente. Depois do casamento do Ash e da Kate tudo se tem encaminhado. O meu irmão começou a trabalhar em part-time num supermercado, apesar da oferta que os meus pais fizeram de dinheiro para sempre que ele quisesse e precisasse. Consigo perceber o lado dele, este é o seu último ano de aulas e vai ser pai. Vai constituir família e por isso quer ser ele a sustentá-la, é compreensível... Já o avisei, pois tenho medo que seja muita coisa para ele e que se sinta cansado, mas ele descansou-me dizendo que o patrão sabe a situação dele e, por isso, é flexível. Fiquei feliz com esta informação, sabendo que assim não havia razão para me preocupar. O mais recente casal também já andava a ver casas e tinha ontem ido ver uma na rua da nossa que os alegrou, pois assim não seria uma mudança radical. Eles gostam da ideia de continuarmos todos perto, embora a vida vá prosseguindo...

  De resto tem andado tudo pacífico. Eu e Luke tivemos algumas discussões por causa de um rapaz que entrou para a turma. Eu ofereci-me para lhe apresentar a escola numa forma de o acolher para ele se sentir integrado, mas a ideia não agradou ao meu namorado que fez uma crise de ciúmes como nunca vi. Mas como não conseguimos estar muito tempo chateados acabámos por falar e por nos entender. Os outros casalinhos não podiam andar melhor, de facto tudo está perfeito e a nossa união entre amigos não podia crescer mais de dia para dia. São pessoas que sei que vou levar para a vida.

  Hoje é dia 31 de dezembro e o ano está quase a acabar. Podíamos estar a fazer alguma doideira, mas preferimos ficar por casa a ter uma sessão de filmes no quentinho da lareira, visto que o frio que se sente é muito. À noite vamos à praia onde vamos passar de ano, visto que haveria lá fogo de artifício e diversas festas pelos bares. Não pretendíamos beber muito, apenas nos divertirmos. Afinal é o último dia do ano...

  Chamo Kate e subimos até ao meu quarto e vou à casa de banho onde confirmo o que suspeitava. Voltamos a descer e, visto que não falta muito para a meia noite, vamos vestir-nos. Podíamos ter comprado vestidos especiais e todos brilhantes para a ocasião, mas preferimos usar roupa confortável, normal e bem quentinha! Começava a sentir a ansiedade e os nervos a percorrerem o meu corpo, mas dou o meu melhor para os esconder, mas já sabia que Luke ia notar, ele conhece-me tão bem como a palma da mão dele.

  - Estás bem Inês? Tens andado a falar pouco e estranha... - diz e neste momento odeio o facto de ele ser tão perspicaz e observador.

  - Sim está, estou só a pensar nas minhas resoluções para o ano que aí vem... - digo inventando uma desculpa credível e olho-me uma última vez ao espelho antes de descermos.

  Juntamo-nos todos na entrada e rio-me, pois parece que vamos para a neve, mas, de facto, o frio lá fora não perdoa. Começamos o nosso caminho para a praia no meio de muitas memórias e recordações do ano que passou. Foi tudo vivido nos extremos, com muitas sensações e emoções à flor da pele. Desde que nos conhecemos, a passar pela vinda do meu irmão, do acidente, da quase morte, do incêndio e a acabar na viagem a Bali e Nova Iorque, foi sem dúvida um ano para recordar. Sinto as minhas mãos a tremerem com os nervos e escondo-as nos bolsos do casaco que tenho vestido. Liz estava connosco e acabamos por parar num espaço livre no areal da praia.

  Olho em redor e o ambiente está ao rubro, sente-se no ar o entusiasmo da vinda de um ano novinho em folha... Ficamos de pé em roda enquanto falamos e entregam-nos duas garrafas de champanhe, copos e uns foguetes para acendermos na contagem decrescente. Sorrio para Luke e ele faz o mesmo ao recordarmos o momento em que ele me pediu em namoro na piscina. Era uma gravação que nunca me cansava de ver.

  - Bem, agora vamos fazer um jogo! - diz Michael e logo o encaramos curiosos, daquela boca era raro sair alguma coisa de jeito - últimas revelações deste ano! - diz e olha-me de relance, visto que eu lhe tinha contado a minha suspeita. Olho para baixo nervosa e constrangida, tinha medo, receio e não sabia como dizer isto.