Is he Jesus, a fuckboy or Peter Pan?

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Acho que não fiquei nem três segundos desmaiado.

O espírito está com uma das mãos em minha testa (mãos enormes, dedos ainda maiores), provavelmente tentando me ressuscitar (salvando minha vida mais uma vez?) enquanto me encara de cima com uma expressão completamente entediada, como se fosse seu trabalho diário ressuscitar garotos de dezessete anos que desmaiam após vê-lo (talvez esse seja mesmo o trabalho dele).

Não tenho muito tempo para processar as coisas e acho que ele também não, pois em um minuto estou dando socos em seu braço e, no segundo seguinte, estou o abraçando como um maluco e definitivamente rindo como alguém que fugiu do hospício há um dia. Não acho que os socos tenham doído, pois sou fraco como uma criança da segunda série que matou as aulas de educação física, segundo minha irmã, mas acho que o abraço e toda a coisa da risada possam tê-lo assustado.

– Eu nem acredito que você seja real! – digo, realmente animado. Aquele sorriso de maníaco não abandona meu rosto. As sobrancelhas arqueadas dele também não saem do alto.

– É claro que eu sou real – ele retruca, tirando os meus braços que, por algum motivo, ainda estão em volta de sua cintura. O espírito se afasta, levantando-se do chão e voltando ao meu sofá preferido. Pelo visto, ele realmente quer se manter afastado do maluco que abraça fantasmas.

Olho para ele por alguns segundos, ainda jogado no chão como um boneco de pano esquecido, e noto o quanto ele cresceu. Tipo, wow. Definitivamente ele não é o garotinho que me salvou de uma morte trágica na floresta. Ele é... de novo, wow! Com certeza é o meu tipo – se ele não estivesse morto, é claro. Ele parece mais como um daqueles quadros de Jesus que vemos nas igrejas, porém com o cabelo menor.

Espera aí, se ele não é um fantasma, mas está morto...

– Não, Calum, eu não sou Jesus – ele diz, repugnando toda a minha ideia. Droga.

– Ah, cara – digo, levantando-me do chão realmente chateado. Queria muito que ele fosse Jesus. Ele parece. Poderia ser. Cabelos longos, olhos legais, aparecendo do nada e salvando vidas. Soa como Jesus pra mim. Mas então me ocorre que... – Ei, eu não disse nada sobre você ser Jesus!

Ele levanta as mãos para cima, mostrando-me um sorriso levado. Sua expressão corporal diz: fui pego!

– Desculpe, li seus pensamentos – ele diz. Seus olhos brilham. O fantasma sorri com eles. Ele seria bonito pra caralho e, além de tudo, fofo, se não estivesse morto e não tivesse acabado de admitir que leu meus pensamentos.

Esse cara me assusta. Sério. Assusta mesmo. Pegaria meu sabre de luz se soubesse onde ele foi parar. Parece que ele sumiu, caiu em buraco infinito junto com a minha pressão (por estar em frente a um fantasma) e minha dignidade (por estar achando o fantasma um fuckboy da porra).

Ainda tenho esperanças de que ele seja Jesus.

– Pare de pensar essas coisas de mim – ele diz, franzindo o nariz e as sobrancelhas ao mesmo tempo. Um cacho cai sobre seus olhos, tornando-o incrivelmente fofo mais uma vez. – E eu já te disse que não sou um fantasma.

– Como posso ter certeza? – semicerro os olhos, me aproximando dele. – Como sei que você pode mesmo ler a minha mente?

– Pense em algo – ele desafia, cruzando os braços e sorrindo com a língua entre os dentes. Fuckboy da porra.

É realmente difícil pensar em algo coerente quando alguém te diz pra pensar em algo, então tudo o que eu sou capaz de pensar é: fafefifofu.

Você não faz sentido às vezes, ele diz em minha mente.

Eu dou um berro. Literalmente. Com a minha voz normal, não apenas nos pensamentos. Saio correndo e pego um sabre de luz no quarto de Mali-Koa, porque os irmãos Hood foram obrigados a gostarem de Star Wars, depois volto correndo para o meu quarto, esperando atacá-lo com todo o meu poder de jedi, mas quando volto ao meu quarto o encontro vazio.

white wings • au!cashtonOnde histórias criam vida. Descubra agora