My angel is such a jerk and I hate him.

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DUAS SEMANAS DEPOIS

Não, eu não estou namorando Michael Clifford. A menos que estejamos falando sobre sonhos — tenho sonhado com ele todos os dias desde que dormi na casa de Luke Hemmings, há duas semanas. Era de se esperar que a minha vida mudasse completamente de uma hora para outra e que, subitamente, Michael percebesse que sou o amor da vida dele para que, então, pudéssemos viver um belíssimo romance regado a mel e muito amor.

Não é o que está acontecendo.

Não que nada tenha mudado. Muita coisa mudou. Posso listar com precisão todas as vezes em que Michael e eu interagimos durante estas duas semanas (iniciando na terça-feira, já que segunda-feira foi o dia no qual tudo aconteceu). Tenho tudo anotado num caderninho.

Deixando de lado as trocas de olhares intensas durante as aulas e os sorrisinhos mal disfarçados na hora do almoço diariamente, a lista fica assim:

Terça-Feira: Michael segurou a minha mão quando chegamos juntos na escola — o que gerou certos comentários, além do derretimento total de todos os meus órgãos.

Quinta-Feira: fizemos o trabalho (que descobri ser sobre filósofos pré-socráticos) na casa de Luke e ele pediu minha caneta emprestada. Além disso, Michael tocou no meu braço algumas vezes!

Sexta-Feira: ele me perguntou que dia era. "Três de outubro", respondi. Eu estava enganado.

Na semana seguinte, resolvi ignorá-lo.

Não gostei muito daquilo que Luke me disse sobre jogar de acordo com as regras de Michael. Não tinha entendido de imediato e pensei que fosse uma coisa boa, mas Ashton me fez entender que mereço muito mais do que isso. Michael gosta de joguinhos psicológicos; gosta de provocar ciúmes, mas não de ser provocado; ele gosta de me dar toda a atenção do mundo por um dia e, logo depois, agir como se nada tivesse acontecido.

Ignorei as mensagens de Michael no fim de semana passado. Disse a ele que sairia com Ashton, quando, na verdade, passamos os dias correndo pelo bosque como duas crianças e enchendo completamente o saco de Mali-Koa com piadinhas sem graça e brigas bobas constantes. Ela está encantada pelo anjo (em um sentido fraternal), embora não admita. Estamos muito próximos. Ashton se tornou meu melhor amigo em um período de tempo muito curto, mas foi inevitável — ele sabe de tudo sobre mim e, querendo ou não, temos muito em comum. Acredito que uma amizade duradora tenha surgido.

Ainda não o mostrei propriamente a Casa Na Árvore, porém acredito piamente que ele já a conheça de forma indireta (considerando que ele é meu anjo da guarda). É um espaço muito pessoal. Não estou pronto para compartilhá-lo com alguém.

Voltando ao assunto Michael: ignorei suas mensagens durante o fim de semana e, na segunda-feira de manhã, fingi não enxergar as tentativas frustradas de contato visual. É mais fácil quando se tem um anjo invisível ao seu lado narrando tudo, acredite. Mais tarde, na hora do almoço, Michael veio correndo até a mim, me perguntando se havia feito algo de errado. Ele se desculpou umas quinhentas vezes antes de me deixar falar. Fiquei com pena, pois sua voz estava carregada de tristeza sincera. Michael estava visivelmente chateado. Apesar do gostinho de tê-lo aos meus pés ser ótimo, passei a tratá-lo de modo normal novamente. Não achei que seria uma atitude muito legal da minha parte continuar ignorando o pobre rapaz.

Depois disso, ele ficou mais próximo de mim. Não trocamos tantas palavras, mas ele passou a se sentar ao meu lado durante as aulas. Provavelmente subornou ou coagiu o francês o qual pertencia o lugar. Saudades, Pierre. Brincadeira. Acho a vista muito melhor. O único problema é que não posso mais babar enquanto durmo, se não Michael é quem não vai achar a vista muito bonita. Além disso, ronco às vezes. É melhor evitar a trilha sonora desagradável por enquanto.

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