Capitulo 2 - O presente perfeito (Beatriz)

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Nós ficamos mais quarenta minutos esperando o ônibus e quando ele chegou nós já estávamos entediadas. Eu já estava até cantando aquela musica chamada Gato preto, que tem na internet, e fala sobre azar. Aquela musica poderia ser a trilha sonora da minha vida caso um dia ela virasse um filme.

- O ônibus finalmente. – falou a Laura enquanto nós nos levantávamos do banco. – Eu não aguentava mais ouvir você cantando nessa desafinação toda.

- Ei eu nem canto tão mal assim. – falei.

- Imagina. – falou a Laura sendo totalmente irônica em seu comentário.

- Finalmente o ônibus. Dessa vez ele vai ver. – falei e fui para o meio da rua. Em seguida comecei a balançar os dois braços que nem uma doida e a Laura só ria da minha loucura. Algumas pessoas que passavam por ali também ficaram olhando, mas eu prefiro parecer louca do que ficar esperando mais quarenta minutos por outro ônibus. - Estou aqui viu.

- Beatriz para de ser louca miga. - falou a Laura, mas só corri de volta para o ponto quando o ônibus já estava bem perto.

- Que maravilha. – falei sem animo nenhum quando o ônibus parou e a porta foi aberta. - Tem gente até saindo pela janela. Por isso que eu amo andar de ônibus só que não.

- Beatriz vai logo droga. - falou a Laura e me empurrou de leve. – Daqui a pouco o ônibus larga a gente de novo e ai eu te bato porque a culpa é sua.

- Já vou amiga estressadinha. – falei e logo subi no ônibus. – Não precisa empurrar.

Assim que entrei no ônibus eu fui passando direto pelo motorista, mas ele me segurou pelo braço, o que eu achei um absurdo.

- Ei tira a mão de mim. – falei fazendo careta e dei um tapinha na mão dele.

- São 3,45. - falou o motorista e Laura deu dinheiro ao motorista do ônibus.

- Eu não vou dar gorjeta para você. – falei.

- Amiga você tem que pagar passagem para andar de ônibus. - falou a Laura.

- Pagar passagem para andar em uma lata velha dessas? – perguntei debochando. - Aí eu só podia estar no Brasil mesmo.

- Moça não temos o dia todo. - falou o motorista visivelmente sem paciência.

- Tá. - falei e peguei o dinheiro da minha bolsa entregando para o motorista em seguida. - Shopping, por favor.

- Que maluca. - falou o motorista e deu partida no ônibus.

- Maluca é a senhora sua avó. – falei. – Quem esse cara pensa que é para me chamar de maluca?

- Beatriz chega de mico. - falou a Laura e foi ai que chegamos na roleta do ônibus.

- Que droga é essa? – perguntei olhando confusa para a roleta.

- Você nunca andou de ônibus Beatriz? - perguntou a Laura parecendo impressionada.

- Nunca. Eu sou rica né amiga. - falei. - Tá acho que eu andei algumas vezes quando era mais nova, mas eu não lembro desse negócio.

- Deixa eu te mostrar como é. - falou a Laura e foi passar pela roleta, mas sua bolsa enroscou na roleta. - Aí. Solta droga. Mas que droga eu to presa.

- Isso é normal amiga? – falei e todos no ônibus olhavam para a gente.

- Não era para eu ficar presa. - falou a Laura e a bolsa finalmente soltou fazendo ela cair no chão do ônibus.

- Amiga. – gritei quando a vi caindo, mas não deu tempo de ajudar.

- Mas que droga. Agora lembrei que eu detesto transporte coletivo. - gritou a Laura e todos já estavam rindo muito.

Brincando de CupidoOnde histórias criam vida. Descubra agora