Capítulo 15 - Casinha na arvore (Beatriz)

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Mais um dia estava começando e eu acordei antes de todo mundo porque a claridade que estava entrando pela janela do chalé me fez despertar. Eu até tentei voltar a dormir, mas depois de rolar muito de um lado para o outro, decidi levantar e ir fazer alguma coisa.

Depois de já estar arrumada, decidi ir dar uma volta pela fazenda para conhecer melhor o lugar e já aproveitei também para filmar um pouco o lugar para colocar no vlog da viagem.
Eu estava andando pela fazenda tranquilamente curtindo a paisagem e fazendo umas filmagens muito lindas quando senti um impacto na minha cabeça que me fez cair no chão e descer um morro rolando até a beira da piscina que ficava mais no fundo da propriedade. E eu só gritando igual uma doida. Belo jeito de descobrir que aqui tem piscina.
- Beatriz. - ouvi alguém gritando quando eu finalmente parei de rolar e quando eu abri os olhos vi que era o Gustavo que estava me chamando.
- O que aconteceu? - perguntei totalmente perdida.
- Você esta bem? - perguntou o Gustavo e ele parecia estar muito preocupado comigo.
- Estou com dor em várias partes do corpo, mas acho que não quebrei nada. - falei e dei um sorriso fraco.
- Eu te ajudo a levantar. - falou ele e em seguida estendeu a mão para me ajudar a levantar.
- Obrigada. - falei enquanto segurei a mão dele e ele me ajudou a levantar em seguida.
- De nada. - falou ele e agora eu já estava em pé também e reparei que minha roupa estava toda suja de terra.
- Ai que horror. - falei já iniciando mais um chilique. - Minha roupa esta toda suja de terra. Eu estou parecendo uma mendiga.
- Não exagera. - falou o Gustavo e em seguida começou a rir. - E eu preciso te dizer que não é só a sua roupa que esta suja de barro.
- Como assim? - perguntei já arregalando os olhos e fazendo ele rir mais ainda. Esse caipira abusado gosta mesmo de rir da minha cara.
- Você tem terra no rosto. - falou o Gustavo rindo.
- Ai droga isso não pode estar acontecendo. - falei já meio desesperada. - Eu não posso ficar andando por ai com terra no meu rosto. Eu devo estar horrível e isso é um desastre.
- Você continua linda. - falou o Gustavo me olhando e deu um daqueles sorrisos maravilhosos que só ele tem.
- O que eu vou fazer? - perguntei. - Não posso voltar para a fazenda desse jeito.
- É só um pouco de terra. - falou ele sem dar muita importância ao fato e com certeza ele devia achar que eu estava exagerando como já era se costume.
- Não é só um pouco de terra. - falei o encarando. - Eu vou virar motivo de zoação em toda a internet se a Nicole e a Viviane me filmarem assim. Não da para ir assim.
- A gente esta do lado da piscina então é só você pegar água e limpar o rosto. - falou o Gustavo.
- Minha maquiagem vai ficar toda borrada. - falei já quase chorando.
- Se acalma ta. A gente vai dar um jeito. - falou o Gustavo na intenção de me acalmar, mas foi ai que começamos a ouvir alguns barulhos de asas batendo e olhamos um para o outro confusos.
- Que barulho foi esse? - perguntei.
- Deve ser só um passarinho. - falou o Gustavo.
- Só um? Esse barulho são de várias asas então devem ser vários passarinhos. - falei e então senti algo quente caindo no meu braço ao mesmo tempo em que o Gustavo começou a dar gargalhadas da minha cara. Fala sério. Não podia ser o que eu estava pensando. Mas, quando olhei para o lado eu constatei que o que eu estava imaginando era mesmo verdade. Um pombo tinha cagado em mim.
- Aiii que nojo. - falei fazendo minha melhor cara de nojo e comecei a balançar o braço para o lado para tentar tirar aquela meleca do meu braço, mas ela nem se mexia. – Eca. Esse bicho cagou em mim. Que horror.
- Veja pelo lado bom. - falou o Gustavo e eu olhei para ele arqueando a sobrancelha afinal levar uma cagada no braço não tem lado bom. Ou tem e só eu mesmo que não percebi?
- Que lado bom caipira? - perguntei irritada. - Isso aqui não tem lado bom. Ele me usou de privada.
- Pelo menos ele não cagou na sua cabeça e sujou o seu cabelo. - falou o Gustavo e até que ele tinha razão.
- Pode ate ser. - falei pensando um pouco, mas logo voltei a reclamar e eu queria xingar o dono da arte. Ate parece que o pombo ia entender o que eu estava dizendo né. E foi com esse pensamento que eu olhei para o topo da arvore e comecei a xingar o bichinho.
- Você esta ai né seu pombo sem educação. Sua mãe não te deu educação não? - falei para o pombo e o Gustavo já estava tendo uma crise de risos de tanto rir da minha cara. - Que coisa feia. Cagar na cabeça dos outros é muito feio seu pombinho.
Sabe quando você acha que não pode piorar só que piora mais? Então. Eu achei que o pombinho não estava entendendo o que eu estava dizendo, mas pelo visto ele entendeu e ainda ficou magoado porque ele mandou outra dose bem na minha testa.
- A fala sério esse bicho nojento cagou na minha testa. Ai que nojo. - falei fazendo mais cara de nojo ainda e eu comecei a dar uns pulinhos balançando as mãos como se isso fosse resolver alguma coisa. - Ai que nojo eu vou vomitar.
- Bia fica calma que tudo se resolve com um banho. - falou o Gustavo tentando acalmar a minha crise.
- Eu não posso ir para a fazenda assim. - gritei e comecei a chorar. - Porque esse pombo não caga em você?
- Ué eu não estava chingando ele. - falou o Gustavo segurando o riso.
- Foi ele que começou. - falei fazendo bico e nós ouvimos novamente o barulho de asas mais agora ele estava mais forte. E quando eu achei que o dia não podia piorar, Adivinhem? Ele piorou.
O barulho era dos amiguinhos do pombinho cagão e eu logo vi um monte de pombos vindo na nossa direção.
- Gustavo o que é aquilo ali? - perguntei arregalando os olhos. - São pombos?
- Aham. - respondeu o Gustavo e ele parecia meio surpreso também com aquela quantidade de pombos.
- Eu tenho pânico de pombo. - gritei deixando mais lagrimas rolarem.
- Se joga no chão que eles não vão nem encostar em você. - gritou o Gustavo e em seguida se jogou no chão ficando deitado de bruços com a cabeça meio levantada para ver o que ia acontecer comigo. - Vai logo Beatriz.
- Eu não. - falei fazendo careta. - Imagina quanta bactéria não tem ai.
- Para de ser fresca garota. - falou o Gustavo, mas antes que eu pudesse respondê-lo ou pensar melhor na ideia de me jogar no chão, os pombinhos chegaram perto e começaram a voar em cima de mim.
Eu comecei a gritar igual a uma louca desesperada e ia protegendo o rosto com uma mão enquanto espantava os bichinhos com a outra mão.
- Socorro alguém me ajuda. - gritava eu e eu pude ouvir o Gustavo rindo ao invés de me ajudar. Se bem que não teria muito o que fazer na minha situação. - Eu vou morreeeeer. Socorro esses bichos vão me devorar.
- Exagerada. - ouvi o Gustavo falando e nessa hora o chão sumiu de debaixo dos meus pés. E não foi no sentido de eu ter ficado magoada com alguém e perdido o chão. O chão sumiu mesmo porque com a mão na frente dos olhos eu não estava vendo para onde estava indo e acabei dando um passo para dentro da piscina e cai dentro dela. E para piorar eu não sabia nadar.
- Socorro. - eu comecei a gritar me debatendo na água e logo vi o Gustavo tirando os tênis e a camiseta e pulando em seguida para me ajudar.
- Bia fica calma. - gritou o Gustavo e veio nadando até mim.
Não demorou muito para que ele me pegasse nos braços e logo nós estávamos em pé dentro da piscina olhando um para o outro bem nos olhos.
- Você vai perder o emprego por estar na piscina em horário de serviço. - falei para quebrar o silêncio constrangedor que estava.
- Eu não vou perder o emprego caso esteja preocupada em não me ver mais por aqui. - falou o Gustavo com um sorriso divertido.
- Eu não estou preocupada com isso. É que vai ser minha culpa se você perder o emprego. - falei, mas a verdade é que eu estava sim preocupada afinal se ele perdesse o emprego seria por minha culpa e eu também gostava da companhia dele apesar de ele ser bem chato as vezes. - Tá talvez eu esteja mesmo preocupada com a possibilidade de não te ver mais também.
- Sério? - perguntou ele e parecia surpreso.
- Sério. - falei, mas depois resolvi fazer uma piadinha para descontrair. - Afinal quem vai me ajudar a sobreviver a essas férias?
- Nisso eu tenho que concordar. - falou o Gustavo e nós dois rimos.
- Fica tranquila. - falou ele quando paramos de rir. - Eu não vou perder o emprego mesmo que me vejam aqui.
- Como pode ter tanta certeza? - perguntei.
- Eu não posso deixar um hóspede se afogar. - falou ele.
- Mas você já me ajudou e a gente continua aqui. - falei.
- Por mim eu ficaria a tarde toda aqui. - falou o Gustavo e deu um sorriso.
- Mas não podemos. - falei me afastando um pouco dele e em seguida fui andando até a escada da piscina.
Já fora da piscina, eu dei uma olhada no meu visual e percebi que agora sim ele estava arruinado de vez.
- Olha só para mim. - falei. - Visual completamente destruído.
- Olha pelo lado bom. - falou Gustavo e riu. - Você agora não está mais cagada.
- E você sempre querendo ver o lado bom das coisas. - falei.
- É sempre bom. - falou ele.
- Minha maquiagem esta borrada? - perguntei ao Gustavo meio manhosa e fazendo bico.
- Você esta parecendo um panda. - falou o Gustavo e eu fiz uma cara de desanimada.
- Ninguém merece. - falei.
- Eu tive uma ideia. - falou Gustavo pensativo e logo sorriu. - Tem um lugar onde você pode se arrumar e ficar limpinha de novo sem ser na fazenda.
- Onde? - perguntei já interessada em saber que lugar era esse.
- Está a fim de dar um passeio? - perguntou o Gustavo com um sorriso.
- Acho que estou. - falei dando um sorriso também e em seguida nós começamos a caminhar em direção a uma trilha no meio de uma mata que tinha perto dali.
- Vai ser uma aventura. - falou ele com empolgação.
- Nós vamos entrar na mata? - perguntei quando percebi a direção em que estávamos indo.
- Vamos. - falou o Gustavo e riu. - Você confia em mim?
- Eu deveria? - perguntei.
- Eu te garanto que não sou um serial killer e nem um estuprador. - falou o Gustavo e riu. - Mas eu não posso provar nada então vou entender se não quiser ir.
- Você estava sozinho comigo ate agora e não me agarrou então acho que da para confiar. - falei e ele riu. - Mas você salvou a minha vida hoje e pessoas más não salvam vidas.
- Isso é verdade. - falou ele e sorriu. E eu sorri para ele também.
Andamos por uns dez minutos pela mata e paramos do nada no meio da trilha.
- Já chegamos. - falou o Gustavo.
- Já? - perguntei e dei uma olhada ao redor, mas só via arvores e mato igual a todo o trajeto que fizemos até ali.
- Já. - falou ele e riu. - Olha para cima.
Eu então olhei para cima e ai vi que tinha uma casinha em cima de uma das arvore.
- Que legal é uma casa da arvore. - falei dando um enorme sorriso. - Sempre quis saber como era a sensação de entrar em uma casa da arvore.
- É bem legal. - falou o Gustavo. - Eu e meu pai a construímos quando eu era criança e sempre que eu quero pensar eu venho para cá.
- Que legal. - falei sorrindo. - Isso é muito legal mesmo.
- É muito legal. - falou ele agora também sorrindo. - Você é a primeira pessoa que trago aqui.
- Porque eu? - perguntei surpresa afinal aquele lugar era especial para ele e ele poderia ter escolhido também qualquer pessoa para levar la.
- Eu gostei de você. - falou ele e deu uma piscadinha para mim. - Vamos entrar?
- Claro, vamos entrar sim - falei e ele, cavalheiro com sempre, me deixou subir a escada primeiro.
Eu comecei a subir e como a escada era pendurada e ficava balançando, eu fiquei com muito medo. E o medo só piorou quando eu escorreguei o pé em um dos degraus e cai.
O coração disparou na hora, senti uma adrenalina e eu só pensava que agora ia quebrar um osso, mas logo senti braços me segurando. Eu tinha caído no colo do Gustavo e ele conseguiu me segurar e evitar que eu caísse no chão e me quebrasse toda.
- Olha o meu herói ai de novo. - falei dando um sorriso.
- Agora já sabe por que deixei você subir primeiro. - falou o Gustavo com mais um sorriso divertido.
- É agora eu sei. - falei e nós rimos outra vez. - Meu desastre já esta ficando bem conhecido.

- Pois é. - falou ele e em seguida me colocou no chão.

Eu fiz mais uma tentativa para subir na casinha da arvore e dessa vez deu tudo certo.

Logo nós dois já estávamos dentro da casinha e eu observava cada cantinho com muita atenção.

- E então? Gostou? - perguntou o Gustavo me olhando e ele parecia meio ansioso para ouvir a minha resposta.
- É tudo muito lindo. - falei e sorri. - E a sua casinha é super organizadinha.
- Obrigado. - falou ele e sorriu também. - Que bom que gostou. Esta com fome? Eu trouxe comida na bolsa.
- Para dizer a verdade estou sim. - falei.

- Então vamos comer. - falou ele e começou a abrir a mochila para pegar o que tinha trazido. - Você por acaso não é daquelas garotas que ficam contando cada caloria que ingerem não né?

- As vezes sim. - falei segurando o riso e vi quando ele fez uma careta. - O que foi? Eu vi essa careta ai.

- É que o meu lanchinho é um pouco calórico. - falou ele e em seguida tirou da bolsa dois cachorros quentes que estavam em uma vasilha e uma garrafa de refrigerante daquelas de 600 ml. - E ai o que achou?

- Eu amo essas gordices. - falei dando um sorriso e ele riu.

- Vou abrir o refrigerante para a gente então. - falou ele e quando começou a tentar abrir o refrigerante estava tendo dificuldades com a tampinha, mas quando a tampa saiu espirrou refrigerante para todos os lados.

- Banho de refrigerante. Que ótimo. - falei sem dar chilique e até eu mesma me surpreendi.
- Beatriz me desculpa. - falou o Gustavo arregalando os olhos e em seguida pegou uma toalha para me secar. E ele começou a secar a minha blusa onde ele tinha jogado refrigerante e ele estava tremendo de nervoso porque com certeza imaginava que eu estava muito irritada.
- Gustavo esta tudo bem não precisa disso. - falei.
- Claro que precisa eu te molhei toda. - falou ele continuando a me secar. Depois que ele secou um pouco a minha blusa acabamos nos olhando bem nos olhos. Foi uma troca de olhares bem intensa e até parecia que ele queria me beijar, mas sei que não era nada disso.
- Não ficou totalmente seca, mas já melhorou. - falou ele desviando o olhar parecendo meio sem graça e tenho que admitir que ele ficava fofinho envergonhado. - Foi mal.
- Esta tudo bem. - falei e não consegui evitar a risada.
- Do que você esta rindo? - perguntou ele meio confuso.
- Estou rindo do seu desespero por ter espirrado refrigerante em mim. - falei. - Fica tranquilo. Acidentes acontecem.

- Pode ser, mas você da chilique com qualquer coisa que te suje ou estrague o seu visual. - falou ele. - Achei que agora eu ia apanhar.

- Eu já estou toda molhada e suja mesmo. - falei e dei de ombros.

- Eu acho que a garrafa balançou muito no caminho até aqui. - falou ele e depois desse pequeno acidente nós começamos a comer o lanchinho.

Aproveitei também que estávamos ali na casinha para poder tirar bem a maquiagem do meu rosto e dar uma arrumada no cabelo olhando no espelho que tinha no banheiro dali. Eu ainda estava sem maquiagem e o cabelo não estava tão bom assim, mas pelo menos eu não estava mais parecendo um panda.

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Olaaa amores. Mais um capitulo postado e cheio de muitas loucuras do jeitinho que a gente gosta kkkkkkkkkkkkkkkk

E esse casal hein? Será que vai dar namoro?

Comentem o que estão achando, comentários são muito importantes para eu saber se estão gostando, o que estão achando e também me deixam muito feliz e motivada a escrever muuuuuuuuuuuuuitas loucuras kkkkkkkkk

Então é isso. Beijinhos 

Brincando de CupidoOnde histórias criam vida. Descubra agora