Coloquei a comida para esquentar e enquanto esperava fui até o quarto para imprimir o relatório que precisava entregar para meu chefe.
Eu ainda não estava acreditando que tinha conseguido um emprego depois da minha última e nada boa experiência profissional.
Will tinha ido tomar banho.
Liguei o computador, abri o arquivo com o relatório, mas quando mandei para imprimir a folha saiu em branco, o que indicava que não tinha tinta na minha impressora.
- Só pode ser brincadeira. Sem tinta na impressora. - falei e peguei um pen drive que eu logo conectei no computador. - Agora vou ter que passar o arquivo para o pen drive e imprimir la na empresa. Espero que o chefe não de bronca, mas do jeito que eu estou azarada hoje é bem provável.
Passei o arquivo para o pen drive e comecei a me arrumar para o trabalho, mas logo senti cheiro de queimado vindo da cozinha.
- Droga. Esqueci a comida no fogão de novo. - gritei me desesperando e sai correndo. Desci as escadas o mais rápido que pude e desliguri o fogão assim que cheguei na cozinha. O arroz tinha grudado no fundo da panela e com certeza deveria estar com um gostinho de queimado, mas ainda dava para comer.
- Beatriz você esta colocando fogo na casa? - perguntou Will chegando na cozinha.
- Não. Eu estava me arrumando para o trabalho e tentando imprimir um relatório, mas acabou a tinta da impressora e eu esqueci a comida no fogão. - falei e olhei para Will. - Porque você tinha que ter ido tomar banho logo agora? Você deveria ter ficado aqui cuidando. Se reclamar de comer comida queimada eu te bato.
- Vou ficar quietinho. - falou Will rindo e nós fomos almoçar.
- Droga. Já estou atrasada. - falei percebendo que já era uma hora, horário em que eu deveria estar entrando no trabalho. - Tenho que ir.
- Você nem terminou de comer. - falou Will enquanto eu me levantava da mesa e pegava minha bolsa no sofá.
- Eu tenho que chegar ao trabalho o mais rápido possível porque atrasada eu já estou e vou levar uma bronca e hoje é só o meu primeiro dia de trabalho. Ai droga o ônibus sai em cinco minutos. - falei e Will estava rindo do meu desespero.
O abracei rapidamente e em seguida sai de casa. Comecei a correr na direção do ponto de ônibus, mas estava com uma sapatilha que só ficava saindo do pé e não me deixava correr direito.
- Se eu não correr como vou chegar a tempo de pegar o ônibus? - falei e foi ai que tive uma idéia.
Tirei as minhas sapatilhas do pé e comecei a correr descalça pela rua. Todos que me viam passar ficavam olhando sem acreditar no que estavam vendo afinal uma moça toda arrumadinha estava correndo descalça e desesperada pela rua.
Quando entrei no ônibus o motorista me olhou e segurou o riso.
- Ai deu tempo. - falei aliviada e em seguida paguei a passagem.
O ônibus não estava lotado então todos no ônibus perceberam que eu estava descalça e ficaram olhando.
- Que ótimo. Todo mundo olhando para a Beatriz passando vergonha de novo. - falei e me sentei em um dos bancos que estavam vazios. Em seguida coloquei os fones de ouvido e fui o caminho todo ouvindo musica.
Quando fui descer do ônibus vi que um rapaz me observava e ele estava segurando o riso. Percebi também que ele estava cheirando a suor. Como eu amo transporte público, só que não.
- Que belo show ao vivo moça que gosta de correr sem sapatos. - falou o rapaz e eu o olhei sem entender.
- Do que você está falando? - perguntei encarando o rapaz.
- Estou falando de você cantando super alto junto com a música que estava ouvindo nos fones. - falou ele começando a rir.
- Eu estava cantando alto? - perguntei arregalando os olhos. - Eu nem percebi que estava cantando alto.
- O ônibus todo ouviu. - falou ele ainda rindo. - Se cantasse bem ainda estava aceitável, mas não é o seu caso.
- Parece que eu me empolguei um pouquinho. - falei envergonhada.
- Percebi. - falou ele.
- Mas ao menos eu conheço uma coisa chamada desodorante. - falei e ele parou de rir. - Recomendo usar viu.
Desci do ônibus antes que ele pudesse falar mais alguma coisa e corri em direção a porta da empresa.
Entrei super apressada e o chefe já veio em minha direção com cara de bravo.
- Isso são horas de chegar no seu primeiro dia de trabalho? - gritou ele.
- Desculpa chefinho. É que hoje eu estou em um dia muito azarado e esta dando tudo errado. - falei. - Eu quase perdi o ônibus, queimei a comida e nem almocei direito.
- Tudo bem. - falou o chefe tentando ser compreensivo, o que não parecia combinar muito com ele e sua cara de bravo. - As vezes imprevistos acontecem. Cadê o relatório?
- O relatório. Então...Eu não consegui imprimir porque acabou a tinta da minha impressora, mas eu trouxe ele em um pen drive para podermos imprimir aqui. - falei.
- Ótimo. Cadê o pen drive. - falou ele.
- Esta aqui na bolsa. - falei já começando a revirar a bolsa a procura do pen drive, mas não estava achando. Já comecei a me desesperar quando percebi que tinha esquecido o pen drive conectado no computador.
- Isso não esta acontecendo. - falei e então olhei para o chefe.
- E então? - perguntou o chefe.
- Eu esqueci o pen drive em casa. - falei já me preparando para ouvir mais gritos do chefe. - Hoje é o dia. Chefe o relatório esta no pen drive em casa. Eu posso ir la buscar se...
- Você não vai buscar nada. - gritou o chefe. - Isso é muita irresponsabilidade.
- Eu não sou irresponsável. Só esqueci o pen drive em casa porque hoje me aconteceu um monte de coisas. - Falei tentando me explicar, mas o chefe não ficou menos bravo. - Esta dando tudo errado.
- E vai continuar dando errado. Esse vai ser o seu ultimo dia de trabalho aqui. - falou o chefe e eu arregalei os olhos. - Esta demitida.
- O que? Demitida? Eu mal pisei aqui na empresa. - falei indignada, mas logo me lembrei do quanto precisava do trabalho e me acalmei. - Não por favor, não me manda embora. Eu preciso do emprego.
- Tivesse pensado nisso antes de não trazer o meu relatório. - falou o chefe.
- Vai me mandar embora por causa de um pedaço de papel que eu posso muito bem ir la buscar agora? - perguntei. - Isso é injusto.
- A vida não é justa. Agora vai trabalhar. - falou o chefe e saiu dali antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa.
- Sério? Será que existe alguém mais azarada do que eu? - perguntei revirando os olhos e em seguida fui para a sua sala de trabalho.
O chefe me explicou o que eu deveria fazer afinal, antes de me demitir, ele iria me fazer trabalhar o dia todo.
Eu iria sai do trabalho as seis e quando faltavam dez minutos o chefe entrou na sala com um monte de papéis e jogou em cima da mesa.
- Alguns relatórios para você analisar. - falou ele. - Quero pronto até amanhã.
- Meu horário de trabalho termina daqui a dez minutos. - falei.
- Não quero nem saber. - falou o chefe a encarando. - Você só sai daqui depois que terminar isso.
- Assim eu vou sair daqui dez horas da noite. - falei.
- Não interessa. - falou o chefe. - Eu sou o chefe e sou eu que mando.
- Eu não vou ficar aqui depois do horário. - falei agora também o encarando. - Eu vou a uma festa junina com as minhas amigas hoje depois do trabalho e não vai ser você que vai atrapalhar os meus planos.
- Você não pode sair daqui seis horas. - insistiu o chefe.
- E você vai fazer o que? Me demitir de novo? - perguntei e em seguida me levantei da cadeira e peguei a minha bolsa. - Quer saber não vou sair as seis não. Vou sair agora mesmo. Tchaau.
Em seguida, sai da sala deixando o chefe muito bravo, o que me fez rir.
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Brincando de Cupido
Novela JuvenilO que você faria se levasse um pe na bunda bem no dia do seu pedido de casamento? O que você faria se pedisse alguém em casamento e essa pessoa dissesse não? Beatriz sempre foi uma moça rica e mimada, mas tudo começa a mudar quando ela leva um pé na...