Capitulo 36 - Procura-se um emprego (Beatriz)

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Nós fomos andando até o ponto de ônibus, que não ficava tao longe do prédio em que moro, e quando chegamos lá,  eu passei o dedo no banco para ver se estava sujo.

- As pessoas estão olhando para cá. - falou a Laura. - Eles devem estar pensando aí que patricinha. 

- Eu sempre faço isso.  Preciso saber se o banco está sujo. - falei sem me importar muito com os curiosos. - Deixa os curiosos olharem. 

- Só você mesmo amiga. - falou a Laura e viu que o ônibus estava vindo. - Não acredito. Olha ali o nosso ônibus. Nunca levei sorte de chegar no ponto de ônibus e o ônibus já chegar. 

- Aí isso é ótimo.  - falei. - Não estou com paciência para ônibus hoje.]

- Você nunca está. - falou a Laura.

- Verdade. - admiti.

Assim que entramos no ônibus, vimos que ele estava meio vazio e eu não dei trabalho para pagar o motorista como da outra vez.  

- Amiga o que aconteceu? - perguntei depois que passamos pela roleta e fomos sentar nos bancos do fundo para ficarmos mais perto da porta.

- Como assim o que aconteceu? - perguntou a Laura sem entender. 

- O ônibus está quase vazio. - falei.

- As vezes a gente leva sorte. - falou a Laura e nós nos sentamos nos bancos. 

- Então será que hoje é meu dia de sorte? - perguntei.

- Depois de você quase colocar fogo no prédio com certeza não é seu dia de sorte. - falou a Laura e riu.

- Eita olha o avião. - falou um rapaz dentro do ônibus e ele estava com os olhos vermelhos.  

-Aquele avião tá cheio de et. Ele vai cair em cima do ônibus e os et vai atacar nois.

Nós começamos a rir igual loucas dentro do ônibus e todos olharam na nossa direção e mal sabiam se riam mais do que o rapaz tinha falado ou das duas loucas rindo.
O rapaz pegou o celular dele e começou a apertar os botões procurando uma música.
Logo começou a tocar baile de favela no celular do rapaz.

- Aí baile de favela ninguém merece. - falou a Laura. 

- Fala sério. Como tem gente que escuta essas merdas? - perguntei fazendo cara de nojo.

- Cada um tem um gosto princesa. - falou o rapaz com um sorriso amarelo e torto. Esse cara não conhece escova de dente não? Os dentes do cara estavam todos amarelos e o bafo dele também não estava nada agravável. Ele estava precisando de um dentista com urgência.

- A isso é verdade. - falei. - E eu não sou obrigada a ficar ouvindo essas poluições sonoras que você chama de música. Custa comprar um fone de ouvido? 

- Custa sim. 25 reais. - falou o rapaz e eu o olhei surpresa com a resposta.

- Tá. Porque você não usa fone de ouvido? - perguntei. - Isso aqui é um transporte público e ninguém é obrigado a ouvir as mesmas músicas que você. E você sabia que utilizar aparelhos sonoros sem fone de ouvido em transporte público da multa? 

- Sério e quem vai me dar a multa? - perguntou ele. - Não tem nenhum policial aqui e muito menos como provar isso. É só eu desligar o celular e ninguém vai ter como provar. 

- Eu vou te ensinar a não ouvir porcaria. - falei e em seguida peguei o telefone da mão do rapaz.  

- Ei devolve meu celular sua trombadinha. - falou o rapaz. 

- Miga sua louca o que você vai fazer? - perguntou a Laura me encarando.

- Você vai ver. - falei com um sorriso travesso.

Brincando de CupidoOnde histórias criam vida. Descubra agora