Desespero

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LEO POV -

A jangada de Ogígia funcionou pela última vez. Desejamos aparecer no acampamento meio-sangue e assim aconteceu.
Calipso ficou admirada e emocionada por eu ter aparecido novamente na ilha. Chorou e me beijou como se não houvesse amanhã. O que era ao contrário, pois agora sim haveria um verdadeiro amanhã.
Ouvi vários murmúrios da minha volta com uma "garota extremamente bonita"
- Quem é ela?
- Muito linda.
- Leo tá namorando?
- Eles apareceram, no lago, do nada.
   As pessoas comentavam. Os ignorei e puxei Calipso até a Casa Grande.
Fomos caminhando durante o caminho.
- Você vai gostar daqui. Naquele lado fica os campos de morangos, pra lá fica o refeitório, estamos indo pra Casa Grande, e temos os estábulos, oficinas...
- E estes são os chalés, homenagens a cada deus específico. - Ela parou e falou, admirada com os vários chalés ali encontrados.
- Sim. Tem os 12 chalés maiores, para cada deus olimpiano. O de Hades só foi construído depois da guerra de Cronos. Vamos? - Falei, a puxando.
Dionísio e Quíron jogavam pinochle na varanda da Casa Grande e logo repararam nossa presença.
- Meus deuses, não pode ser! - Quíron exclamou.
- Então você conseguiu, Leandro Valter. - Dionísio falou.
- É Leo Valdez. - Corrigi.
- Tanto faz.
- É você mesmo? Calipso? Filha de Atlas, o titã?
- Eu mesma. - Ela concordou, envergonhada.
- Quíron, eu preciso saber se você vai permitir que ela fique conosco.
- Leo, ela não é uma semideusa... - o centauro falou. Leo assentiu. - Mas, afinal, aqui não é um lar só para meio-sangues, não é? Temos sátiros, ciclopes, ninfas... O que é que tem uma deusa conosco?
Vou providenciar um quarto pra você.
Calipso e eu sorrimos.
- Obrigado, Quíron. - Falei, já saindo.
- Ei, e agora, aonde vai? - O centauro perguntou.
Tirei a pedra de Poseidon do bolso.
- Preciso devolver uma coisa.
Segurando a mão de Calipso, apertei a pedra e desejei estar no Olimpo. E, juntos, sumimos do Acampamento Meio-Sangue.

PERCY POV -

Deixei o carro estacionado todo torto mesmo. Espero que não me multem, gente, é sério.
Corri, junto com Frank, para dentro do hospital. Paramos ofegantes na recepção.
- Anna... Anna... - Tentei falar, mas não consegui.
- Por favor, moça, Annabeth Chase Jackson. Ela deve estar no setor de maternidade e ele é o pai da criança. - Frank explicou.
A mulher começou a procurar nos registros.
- Sim, ela já entrou na sala de parto faz um tempo. Vocês podem ir até a sala de espera aguardar do lado de fora, mas não dá mais pra entrar na sala de parto.
- O pai não pode entrar? - Frank perguntou.
-Não, porque o parto já está em processo... - A moça explicou.
  Concordei com a cabeça.
- Onde fica a sala de espera?
- Pegando a porta à direita, você vai ver a placa indicando o setor de maternidade, siga direto e o corredor de espera fica na segunda entrada à esquerda.
- Obrigado! - Exclamei, já correndo pelo hospital.
- Peter não nasceu aqui? Você não sabe onde fica a sala de espera? - Frank perguntou, atrás de mim.
- Eu entrei na sala com Annabeth, no parto de Peter. Não precisei estar na sala de espera. - Expliquei, correndo. Entrei no corredor e quase esbarro em uma mulher.
- Sally! - Frank exclamou.
- Mãe! O que tá fazendo aqui? - perguntei.
- Papá! - Peter exclamou, no colo de Paul que estava sentado numa das cadeiras de espera. Estávamos sozinhos na sala.
- Calma, garotos. Desculpe, meu amor. Não pude entrar com Annabeth na sala de parto porque não tinha ninguém pra ficar com Peter. Paul chegou há uns 5 minutos.
- Já faz muito tempo que Annabeth entrou? - Perguntei.
- Acho que uns 25 minutos. 
  Frank cruzou os braços.
- Tá me parecendo que tem algo estranho nessa história. - ele disse.
- Tipo o que?
Ninguém respondeu.
- Papá! - Peter repetiu.
  Suspirei e fui pegar meu campeão no colo.
- Calma, meu amor. Daqui a pouco sua irmãzinha vai chegar pra brincar com você. - Eu estava pedindo para o meu filho de 1 ano ficar calmo, enquanto o mais desesperado ali era eu. E Peter não estava nem ligando pra nada. Só mexia na gola da minha camisa.
Dei um beijo na sua bochecha e o coloquei na cadeira ao lado do Paul. Que ficou o olhando para ele não cair.
- Quanto tempo isso vai demorar? - Perguntei.
- Não sei, Percy.
  Comecei a andar pelo corredor. 10 minutos se passaram e nada de nenhuma informação. Daqui a pouco ouvimos um choro. Um choro de bebê.
Parei imediatamente.
- Será que é ela? - Paul perguntou.
- Não está muito cedo? - O marido dela deu de ombros.
Meu desespero continuava. Eu só me acalmaria quando visse Annabeth na minha frente.
Voltei a andar pelo corredor por mais uns 10 minutos.
Até que uma enfermeira apareceu.
- Sr. Jackson? - Ela perguntou olhando de mim para Frank.
- Sou eu. - Assumi.
- Sua esposa teve um parto cesáreo de urgência. Pois houve irregularidades na placenta, que poderia privar o bebê de oxigênio. Tivemos que tirá-lo o mais rápido possível.
- Então, já concluíram o parto? - Frank perguntou, se levantando.
A enfermeira suspirou.
- Sim, desculpem a demora. É uma menina e ela é linda. - ela respondeu, sorrindo.
Respirei fundo. Aparentava que eu não respirava bem desde que soube que Annabeth tinha ido pro hospital.
Frank, Sally e Paul começaram a rir e todos me abraçaram e me deram os parabéns. Frank pegou Peter no colo.
Olhei para a enfermeira, ainda insatisfeito.
- Você falou "urgência"? E como a Annabeth está? - Perguntei, interrompendo a felicidade de todos.
  A enfermeira nos olhou, séria.
- Relaxe, papai. Ela foi forte. E também está bem.
   Ao ouvir aquelas palavras, me senti melhor. Minha mãe sorriu de novo e me abraçou. Dessa vez participei da comemoração.











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