A Profecia

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PERCY POV-

À noite todos os meio-sangues, ninfas e sátiros se reuniram no anfiteatro do acampamento. Peter e Ally estavam empolgados, pois já tinham conhecido basicamente todo o lugar e os campistas os tratavam muito bem. Um ponto positivo era que a filha de Clarisse, Claire, na verdade, parecia gostar dos meus filhos e não tentou colocar a cabeça de nenhum deles no vaso sanitário. Ela estava sentada com eles, enquanto Annabeth e eu estávamos tensos e curiosos para saber o que Quíron iria nos contar.
- Semideuses, vocês já sabem porque estão aqui. - Quíron começou. - Tempos difíceis estão para chegar. Empecilhos virão e precisamos das forças dos nossos melhores heróis, dos mais antigos, daqueles que enfrentaram coisas extremamente perigosas. Uma nova profecia foi lançada e eu, agora, a explicarei.
- Não é necessário, Quíron. - Uma voz pela arquibancada anunciou. Seus cabelos ruivos voaram suavemente e ela desceu os degraus de pedra. Rachel Elizabeth Dare estava ali e andava devagar até onde Quíron estava.
- Papai... - Peter falou, puxando minha calça - O que é uma profecia?
- Humm... Como explicar? - Perguntei a mim mesmo. Olhei para Annabeth.
- São frases recitadas que podem prever o futuro, Peter. Rachel tem a capacidade de nos dizer mais ou menos qual é a nossa missão. - Annie explicou.
- É isso mesmo. - Concordei.
- Então, ela pode dizer o que vai acontecer no futuro? - Peter perguntou.
- Na verdade o futuro sempre pode mudar, meu amor. Seu pai e eu conseguimos mudar o destino de profecias várias vezes. Ou isso ou não soubemos interpretar o que aquela profecia queria nos dizer. - Annabeth explicou.
- Hã, é meio confuso... - Peter disse, coçando a cabeça.
- Peter, você já sabe muitas coisas que crianças de 10 anos nem sonham que existe. Você já é muito inteligente. Tudo no seu tempo. - Falei.
   Ele concordou com a cabeça. Annabeth segurou minha mão.
Rachel chegou no centro do anfiteatro.
- Toda profecia recebe várias interpretações. Por isso, é melhor que todos escutem com seus próprios ouvidos. - Ela olhou para os campistas. - Recitarei novamente.
      Ela abriu os braços lentamente e seus olhos foram ficando cada vez mais verdes, até que névoa do mesmo tom começaram a sair deles.
- Aaaaah! - As crianças gritaram.

- "A águia e o golfinho novamente brigarão

Seus herdeiros recebem uma perigosa missão

A paz será buscada por semideuses antigos

E a guerra acontecerá, apesar de empecilhos

Um basta a criança do deus dos mares a dará

Depois que a coruja e o grande herói se encontrarem

Ao amanhecer, segredos se desvendarão

E o caos entrará em ação."
  
Rachel terminara a profecia e todos permaneceram em silêncio.
- Eu sinto que de alguma forma a profecia se conecta a nós. - Annabeth falou, ao meu lado. Apertei a sua mão.
- Sim. Coruja seria Atena? - Perguntei.
  Annabeth concordou.
- Águia deve ser Zeus.
- Mamãe! - Ally exclamou. - Por que a tia Rachel ficou tão assustadora?
- Ela já voltou ao normal, Ally... Esse é o poder da tia Rachel. - Annabeth explicou, colocando a pequena no colo.
- Ficar verde? - Ela perguntou.
- Não, Ally. Falar as profecias. - Peter falou, se aproximando de mim, com Claire ao seu lado.
- Peter, vou ficar com a minha mamãe. - A neta de Ares avisou e logo se afastou de nós, descendo alguns degraus onde Clarisse estava. Peguei Peter e o coloquei no colo.
- O que é uma pofecia? - Minha filha questionou.
- Profecia, Alice... - Ele revirou os olhos, assim como Annabeth fazia quando eu falava algo que a deixava impaciente. - Tia Rachel prevê o futuro.
   A criança mais nova arregalou seus lindos olhinhos verdes-mar.
Hazel chamou nossa atenção. Estava sentada ao lado de Annabeth, com Thomas dormindo em seu colo.
- O que vocês acham? - Ela perguntou.
- Acho que uma guerra inevitável não é uma coisa legal. - Falei.
- A águia e o golfinho... - Annabeth repetiu. - Zeus... Uma guerra entre Zeus e o golfinho... Hum... Bom, o símbolo do golfinho pode ser Poseidon. Não tinha como o oráculo se referir a ele como "o tridente", a não ser que usasse algo como "o portador do tridente".
- É, deve ser isso mesmo. - Hazel concordou.
- Uma guerra entre Zeus e Poseidon? Nada legal. - Frank falou ao lado de Hazel.
- Bom, vocês ouviram a profecia. Agora precisamos reunir forças... - Quíron falou, continuando seu discurso. Ignoramos suas palavras e continuamos a conversa.
- Parece que meu pai faz questão de aparecer nas profecias. É brincadeira, né? - Falei.
- Olá. - Olhei para meu lado esquerdo. Miriam, a filha de Poseidon me encarava, meio sem graça. - Sabe, não tenho muitos amigos, então... Posso me sentar aqui?
- Hã, claro que pode. Desculpe, o dia foi cheio. Ainda não tive a oportunidade de conversar com você direito. - Falei.
- Tudo bem. Você tem pessoas mais importantes do que eu. - Ela falou olhando para minha família e meus amigos.
- Hã, desculpe. - Falei, me tocando. - Deixa eu te apresentar... Essa aqui é minha esposa, Annabeth, filha de Atena. Esses são nossos filhos e esses são Hazel e Frank, filha de Plutão e de Marte. E esse pequeno é o filho deles.
  Ela acenou.
- Hã, pessoal, essa é a Miriam. Minha... hã... irmã. - Expliquei.
   Annabeth não parecia tão surpresa.
- Ela tem os seus olhos. - Ela disse.
- Hum... Obrigada, eu acho. - Miriam agradeceu.
- Então ela é nossa tia? - Ally perguntou.
- Bom.. hum.. é. - Concordei.
- Legal... - Ally falou, se aconchegando no peito de Annabeth. - Eu sempre quis ter uma tia.
   Então os olhos da pequena princesa se fecharam. Eu iria dizer que ela já tinha tias, filhas de Atena, mas Ally já estava num sono profundo. Melanie se sentou e começou a prestar atenção ao que Quíron dizia.
- Meio esquisito, né? - Annabeth sussurrou em meu ouvido. Sabia que ela se referia à Miriam, então concordei, balançando a cabeça. Ela me deu um beijo no rosto um tanto demorado e eu corei.
  Era incrível o que, depois de tantos anos, Annabeth ainda despertava em mim. Era como se ainda estivéssemos no primeiro mês de namoro, completamente apaixonados.
- Então, semideuses, o que podemos fazer agora é esperar esse tal amanhecer que a profecia cita e nos preparar para o pior. - Quíron concluiu.

 

 

Percabeth: Cupcakes AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora