Um Encontro Com Centauros

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LEO POV -

- VALDEZ! Leo Valdez! Isso é loucura! Vai se arrepender! - Hefesto gritava às minhas costas, mas eu o ignorei e saí correndo do Olimpo. Apertei o botão do elevador e entrei assim que a porta se abriu.
  Primeiro deixe-me esclarecer o que está acontecendo. Fui ao 600° andar do Empire State numa linda manhã de sexta-feira, pois eu já não aguentava mais. Após tantos anos os deuses não haviam cumprido sua promessa. A promessa de libertar minha amada, Calipso, daquela ilha isolada. (Desculpem, gatinhas, mas o coração do lindo Valdez tem dona.) Fui lá cobrar isso deles com minha própria boca e adivinhem o que eles disseram? Darei opções:
a) eles finalmente cumpriram sua promessa.
b) eles me propuseram uma nova missão para poder cumprir o que haviam prometido.
c) eles não cumpriram o que prometeram e me mandaram atrás de uns centauros raivosos.
d) Eles definitivamente não cumpriram a promessa.

Quem respondeu letra b acertou. Mas quem escolheu letra d também está certo. Quem escolheu letra c também. Só nos resta a letra a como alternativa incorreta. É, vocês entenderam.
Eles não cumpriram a promessa e me falaram que aquele pedido havia sido feito por Percy Jackson e não por mim, portanto eu não poderia cobrar nada. Vê se pode!?
Então falaram que Poseidon e alguns centauros haviam se desentendido há alguns meses atrás e começaram a contar uma história estranha:
Um trio de centauros viajava pela beira da praia do Canadá, em busca de uma pedra preciosa dos domínios de Poseidon. Eles chamaram alguns hipocampos e ordenaram que eles buscassem essa rara jóia. Os hipocampos, que tem parentesco com os centauros, já que ambos tem descendência de cavalo, aceitaram o pedido e foram em busca da tal pedra que se encontrava nas águas do Canadá. Poseidon interferiu pessoalmente, avisando que aquilo não os pertencia e havia um poder naquele objeto de valor que era extremamente absurdo.
O líder do trio falou que não entregaria a pedra de volta. Os hipocampos, arrependidos por terem entregado a jóia aos centauros, voltaram para as profundezas do mar, envergonhados.
Poseidon avisou que tomaria a força se fosse preciso. Então o segundo centauro se pôs na frente de Poseidon. O deus ergueu seu tridente e com um movimento fez com que o centauro fosse arremessado e engolido pelo mar. Poseidon avisou mais uma vez para devolverem o artefato, mas o líder do trio de centauros ordenou que o centauro mais novo, o filho do grande centauro - Agouro - lutasse contra Poseidon. Meio receoso, o centauro obedeceu e travou uma batalha com o deus dos mares na areia daquela praia. Percebendo que seu segundo subordinado estava perdendo, o líder daquele pequeno grupo de centauros começou a trotar para longe, fugindo do deus. Poseidon percebeu e quis pôr fim àquela luta com o centauro mais novo. O empurrou e arremessou seu tridente na direção do centauro que fugia com a jóia, mas o filho de Agouro se jogou contra a arma divina, salvando seu líder. O líder do grupo, percebendo o que havia acontecido só desejou não estar mais ali, vendo aquela cena de seus companheiros mortos, e então a pedra brilhou e ele desapareceu.
E agora eu estava indo na terra dos centauros, sozinho, recuperar essa maldita joia. Hefesto falou que eu não conseguiria sozinho, mas eu o ignorei, e agora estou eu aqui, descendo o elevador do Empire State. Eu soube que os centauros não vivem muito longe do acampamento meio-sangue e que apareceram na luta contra Cronos há uns anos atrás.
Peguei um ônibus até o endereço que haviam me dado (sim, os deuses ainda tiveram a cara de pau de me dar um mapa da localização) e desci na entrada de uma floresta esquisita, que eu nem sabia que existia ali em Nova York.
Segui o mapa, passando pela correnteza de um rio e desviando de umas pedras gigantes, que ficavam no meio do caminho, até que encontrei um enorme grupo de centauros, próximos a um lago.
Suspirei.
Comecei a me aproximar lentamente, tomando cuidado pra não chamar atenção (MUITO cuidado mesmo, porque eu sou o Leo, e é quase impossível não chamar atenção), até que sinto uma mão grande e pesada no meu ombro. Me virei rapidamente, recuando.
- O que está fazendo aqui, semideus? - O centauro perguntou, com uma cara nada amigável.
- Hm... Eu quero falar com o seu líder. - Falei.
- Os humanos não são bem-vindos aqui. Vá embora. - O centauro disse.
- Eu preciso resolver uma coisa. - Respondi.
- Não vou avisar duas vezes...
- O que está acontecendo aqui, Eleanor? - Outro centauro apareceu, seu tronco de cavalo era negro. Inusitado. - Quem é esse Meio-Sangue? Vocês não são permitidos aqui.
- Eu vim em paz, só quero falar com o chefe de vocês!
- É sua última chance, semideus! - O  tal Eleanor falou, já pegando uma espada da roupa de couro.
- É impossível falar com ele. - o segundo centauro acrescentou.
Bufei.
- Então saiam da minha frente, eu vou procurar alguém que saiba. - Empurrei Eleanor e comecei a descer o campo até o grupo de centauros. Se eu era maluco por partir para dezenas de centauros que me odiavam, sozinho? Não, imagina, eu faço isso todos os dias.
Meu sexto sentido me fez pressentir algo sendo jogado nas minhas costas. Virei e lancei uma enorme quantidade de chamas no objeto e próximo aos centauros, que recuaram, surpresos.
- Um filho de Hefesto... - o segundo centauro comentou. O grupo de centauros percebeu minha presença, após o grande espetáculo de fogo.
- Eu não estou brincando! Me levem até seu líder agora! - Ordenei.
- Nosso líder está morto! - Um centauro às minhas costas falou. - E fui eu que o matei.
- Não seja idiota, Alib! A culpa não foi sua. E sim da raça dele. - Eleanor falou, apontando pra mim. - Esses Meio-Sangues são a causa da nossa destruição e Poseidon.
  Aliab concordou com a cabeça.
- Poseidon e aquele maldito filho dele.
   Percy? Me lembro agora de um centauro ter atacado ele em São Francisco.
Observei que no pescoço do centauro Aliab havia um cordão com uma pedra muito brilhante, ela era do tamanho de um punho, mas mesmo assim ele a carregava como um colar.
- E por que você disse que o matou? - perguntei, já imaginando o que estava acontecendo ali.
- Eu fui em busca de algo importante para o deus do mar. Algo que tem o poder de nos oferecer proteção. Junto com meus companheiros, dentre eles o filho de Agouro, nosso líder. E então, Poseidon o matou. Meu líder foi em busca de justiça, em busca de um filho de Poseidon, mas acabou morrendo, já que não voltou todo esse tempo. Estamos criando um exército para combatê-lo. Pois dizem que esse semideus salvou o Olimpo várias vezes e é muito poderoso.
Suspirei.
- É. E ele é meu amigo. - Falei, já me preparando e farto de conversa fiada.
- MALDITO SEJA, FILHO DE HEFESTO! - Aliab gritou. - Acabem com ele!
   Os centauros partiram em minha direção. Comecei a lutar. Pulando, desviando e atacando com fogo.
Os centauros recuaram. Eu estava preso num círculo feito por centauros.
- Vocês mataram nossos principais familiares. Merecem a morte! - Eleanor falou.
- E vocês tentaram matar nossos amigos e ainda roubaram um artefato que nos pertence. - Argumentei.
   Aliab olhou para o pescoço. Touché!
Abri um bolso do cinto de ferramentas e peguei uma adaga.
Lancei fogo para todo lado, fazendo os outros centauros recuarem e avancei pra cima do Aliab.
Antes do mesmo pensar em atacar, eu usei a adaga para cortar o cordão que sustentava a pedra de Poseidon. A segurei antes que caísse no chão e chutei o centauro, me afastando do grupo.
- Lamento, mas estou com pressa.
  O grupo de centauros raivosos avançaram em minha direção outra vez, lancei fogo próximo a eles de novo e eles recuaram mais uma vez. Olhei para a pedra preciosa. Fiz meu desejo. Desejei onde queria estar. E a jóia brilhou, me fazendo desaparecer. Eu sabia aonde ela me levaria. #Partiu, Ogígia!

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