CAPÍTULO DEZ - BÔNUS

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Charlotte Evans

Sou o tipo de garota antissocial.

Quando morava em Londres, vivia na minha casa e todos sabiam o que minha mãe era, uma mulher de vida, que não teve pais que a ensinassem o que é viver em um mundo que as pessoas te julgam, mesmo estando fazendo o certo.

Eu não conheci o meu pai, ele poderia ser um homem casado, que tivesse filhos, uma família "feliz" perante a sociedade, ou pode ser um vagabundo anônimo, ou seja, qualquer homem do mundo pode ser meu pai. Eu nunca perguntei para minha mãe, mesmo quando pequena.

Ela era e é a melhor mulher e mãe do mundo, então não tenho o que reclamar dela.

Na escola sofri muito bullying, pois eles me julgavam pela minha mãe. Sofri horrores naquele tempo, mas aprendi a sobreviver sobre o julgamento dos outros, nem todos compreendem que existem pessoas que são levadas a fazerem isso para sobreviver. Então, passei a ficar só em casa, ou na loja da minha prima Rosie. Eu nunca saía com ela, porque sabia que ela nunca saía sozinha de uma boate, e eu, bom, eu era e continuo sendo "A puritana".

Nunca iria me submeter a isso.

Ao contrário da minha prima, eu prezo minha pureza. Ainda acredito que em algum lugar do mundo exista um homem que é digno de ter uma mulher que ainda não se entregou a ninguém, que fique comigo não pela minha beleza, e sim para se casar e ter uma família.

Sonho muito alto, sei disso. Rosie sempre me diz que eu vivo em um livro da Cinderela imaginário, mas prefiro viver nesse mundo, do que no mundo lá fora.

No mundo em que os homens só querem as mulheres para seu prazer próprio, que não estariam dispostos a ter algo a mais do que uma simples transa.

Eu queria ser igual minha prima, mas não nas partes de ter qualquer homem na minha cama e, sim na parte de ser uma sedutora, de ser uma mulher forte, que sabe lidar com homens cafajestes.

O jantar que teve na minha casa semana passada não sai da minha cabeça. Os Mitchell marcaram suas presenças, e é claro, Noah também. Ele ficou o jantar todo em cima de mim, quase literalmente. Virou um carrapato grudado em mim, e sempre insistia para que eu saísse com ele. Conheço a fama dele, então sempre eu negava. Rosie já me disse que ele queria número, mas ela se negou a passar. E não sei como ele conseguiu meu número... não, é claro que sei, ele é um Mitchell, e tudo que eles querem, conseguem.

[.......]

Saio de casa cedo para ir abrir a loja, chegando lá já encontro Cloe na frente me esperando.

— Veio cedo hoje?! — pergunto, abrindo a porta.

— Sei lá, acordei disposta hoje — sorri.

—Em plena quarta você está disposta? —levanto uma sobrancelha.

— Aí tem...

— Que nada menina, eu só acordei assim.

— Hum sei.

Sorrio.

O resto do dia foi bem, apesar de que Alec não apareceu e isso é coisa que ele não faz. A purpurina quase sempre vem aqui, ainda mais para contar as fofocas.

ARDENTE DESEJO » LIVRO ÚNICOOnde histórias criam vida. Descubra agora