Capítulo 5

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O dia ensolarado a fazia se sentir leve... Allegra apertou a campainha, não demorando muito para que a irmã de seu amigo abrisse o portão sem ao menos tirar os olhos do aparelho celular em suas mãos.

— O Afonso está lá em cima. — Falou, para logo em seguida ficar entretida com alguma coisa naquele objeto.

— Tudo bem, Amandinha. — Sorriu, adentrando na casa um tanto espaçosa da família.

A garota era praticamente de casa devido a amizade duradoura de ambos. Não muito diferente de Afonso em relação aos avós dela.

Allegra seguiu até a escada, com um belo desenhos e cheia de detalhes, rumo ao andar de cima. Bateu na porta já entreaberta do quarto de seu amigo.

— Afonso? — Ela murmurou, dando passagem para ver uma cena um tanto fofa de seu amigo e de Besourinha. Arqueou as sobrancelhas, cruzando os braços na frente do corpo. — Afonso...

— Só mais cinco minutinhos... — Balbuciou, virando-se para o outro lado da cama. A pequena gatinha pareceu o imitar, pois logo se espreguiçou e quase se arrastando deitou-se novamente em cima da cabeça do loiro.

A garota revirou os grandes olhos azuis, sentando na ponta da cama quase soterrada por roupas e algumas fotos antigas... fitou os álbuns, abrindo um sorriso que a cada foto crescia.

Seus olhos brilharam quando pousaram em todas aquelas lembranças. Sorriu com as das festas de São João, as dos Natais em família... E sorria ainda mais com aquelas fotos que não pertenciam a nenhuma data comemorativa, mas sim a momentos especiais que seriam um completo desperdício deixar apenas na memória.

Allegra nem se importou quando um barulho de algo se chocando com o chão se fez presente no ambiente. Continuou a observar as fotos e rindo consigo mesma ao se lembrar do que acontecera antes de aqueles momentos serem capturados.

— Au... — Um murmuro ainda sonolento a fez se virar completamente para trás. Ergueu o pescoço notando uma figura espatifada no chão e com um rosto inchado e um resquício de baba escorrendo pela lateral da boca...

— O seu sonho estava ótimo, hein. — Debochou, fitando o amigo se erguer ainda cambaleando.

— Você nem imagina. — Bocejou, jogando-se novamente no amontoado de cobertas. Ele a fitou por alguns segundos com os olhos quase fechados. — Alegria, o que você está fazendo olhando as minhas fotos?

— Esperando a Bela Adormecida acordar. — Deixou os ombros caírem. — Achei muito bonitinho você amar tanto a minha filha.

— Ela é minha também! — Ele segurou a bolinha de pelos, a pondo em cima de sua barriga.

— Como você ousa dizer isso?

— Isso o quê?

— Falar de uma coisa dessas sendo que você queria fazer uma troca muito suspeita para o meu gosto...

— Não vejo nada de suspeito.

Allegra lançou um olhar desconfiado. Afonso ainda acariciando o bichano não parava de sorrir um sorrisinho de lado, quase imperceptível.

— Como você...

Allegra abriu a boca para logo fecha-la ao parar seus olhos em uma fotografia de Afonso e o tal Nicolau — que ela ainda não lembrava muito bem. Ela segurou aquela memória nas mãos adquirindo uma expressão curiosa na face.

Sorria Alegria! |✔Onde histórias criam vida. Descubra agora