| FICÇÃO ADOLESCENTE | L |
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"É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado dói bem menos que um coração partido"
Era Uma Vez, Kell Smith
Allegra Martins é uma garota tão peculiar quanto o...
Eu tenho a luz do sol num dia nublado Quando está frio lá fora Para mim é mês de maio Eu acho que você diria O que pode me fazer sentir desse jeito? Minha garota (minha garota, minha garota) Falando sobre minha garota (minha garota) (My Girl, The Temptations)
Allegra simplesmente não conseguia dormir. O motivo? Uma prova. Aquela maldita prova que estava a matando desde o início do ano. Aquela prova que iria ajudá-la a entrar na faculdade que tanto sonhava.
Suspirou, rolando para um lado e logo em seguida para o outro. Fitou o celular na tentativa de relaxar, mas um turbilhão de emoções passou a habitar seu ser assim que o nome dele piscou na pequena tela bem diante de seus olhos.
Piscou os olhos algumas vezes, mas a mensagem continuava ali. Seu coração acelerou e o ar chegou a ficar escasso naquele lugar...
Recostou-se na cama, abrindo a conversa.
Nic [4:48]:
Oi, Allegra. Desculpa estar te incomodando a essa hora da madrugada, mas é que eu só queria te desejar boa sorte para a prova de amanhã... Sei que não devia te atormentar, porém, eu não consegui.
Desculpe e fique calma (e eu sei que é praticamente impossível). Apenas relaxe um pouco.
Tchau e fica com Deus :)
Um sorriso bobo já dominava seus lábios. Allegra deveria estar com raiva dele ou seguindo com o que julgava ser o certo. Mas não. A garota estava tão derretida quanto um sorvete em um dia extremamente quente!
Com muito esforço agradeceu a aquela mensagem atenciosa.
Mordeu os lábios e a contragosto bloqueou o aparelho celular sem esperar alguma resposta. Deitou-se novamente, sentindo seus olhos pesarem. Ela nem ousou lutar contra o sono, pois um milhão de sonhos já vagavam por sua mente apenas com aquela "conversa".
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O almoço na casa da família de seu melhor amigo estava com um belo clima de almoço em família. Na cozinha, os avós e os pais dele conversavam enquanto que a irmã de Afonso estava entretida com qualquer coisa no celular.
Allegra fitou a caçula da família com um quê de tristeza. O loiro seguiu seu olhar logo murchando um sorriso que carregava no rosto. Suspirou, vendo a garota perder tudo que acontecia de bom ao seu redor em troca de milhares de coisas que, na maioria das vezes, não tinham uma grande importância em sua vida.
— Eu já tentei fazer com que ela largasse um pouco isso, mas ela não ouviu.
— Uma pena.
— Na nossa idade a gente estava brincando lá fora de jogar bola não era? — Ele a fitou, lembrando dos joelhos ralados ou das janelas quebradas dos vizinhos... — Você se lembra quando a gente quebrou a janela do Seu Tadeu daqui da frente?