Capítulo 16

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O ar não chegava em seus pulmões, mas ela não se importava tanto. Suas mãos estavam trêmulas e sua barriga parecia um furacão. Seus olhos não queriam ver o mundo. Ela não conseguia os manter abertos mesmo com uma sensação tão boa e apavorante que tomava conta de si.

Seus lábios estavam tão próximos dos dele...

Vagarosamente, os dois se aproximaram e o ar sumiu totalmente do alcança dela quando seus lábios se tocaram. A garota sentiu seu corpo flutuar tamanha era aquela sensação maravilhosa que a cada segundo crescia dentro de si. Uma sensação que nunca havia sentido antes.

Um risinho escapou de seus lábios enquanto que o garoto a sua frente corava. Ela estava tão vermelha quanto ele, certamente.

Quando finalmente conseguiu reunir todas as forças que dispunha para encara-lo, Allegra se surpreendeu. Ela não conseguia enxerga-lo. Era como se houvesse uma névoa e que ficava mais densa mesmo com os esforços para vê-lo.

Suas mãos que até então estavam entrelaçadas e firmes, aos poucos foram escorregando umas das outras até o rapaz ir sumindo e ela não conseguir ao menos descobrir quem era.

Apenas conseguiu escutar um "eu te amo... Muito!" do garoto encoberto por uma nuvem cinzenta. Seu coração ainda batia forte, mas não era por causa do beijo.

A garota quase deu um pulo da cama quando conseguiu livrar-se daquele sonho maravilhoso que quase se tornara uma espécie de pesadelo. Olhou ao redor e constatou que nada daquilo se realizara. E nem ao menos aquele beijo fora algo real.

Levantou-se, ficando bem à frente de sua estante.

Ela passou as mãos pelo rosto, querendo ainda estar sonhando. Suspirou, passando a fitar os pontinhos luminosos no teto do quarto.

Com os ombros caídos, decidiu tomar um copo d'água na cozinha. Aquele sonho havia mexido bastante com ela. Que sonho, aliás!

Ainda com um misto de tristeza e alegria com aquele sonho tão irreal, levou o copo aos lábios. Sentou-se à mesa, pensativa.

Seus pensamentos estavam vagando por lugares que nem ela mesma sabia. Dona Vilma adentrou a cozinha um tanto curiosa ao notar a neta tão absorta em um mundo particular. Rompeu o silêncio com um puxar de cadeira para observa-la.

— Acordada a essa hora? — A senhora sorriu.

— É... eu tive um sonho estranho, sei lá. — Deu de ombros.

— Ah, bom saber que não fui a única!

— Também? — A avó sorriu amarelo. Allegra voltou a fitar o copo que, em sua concepção, estava meio vazio. Esboçou um sorriso fraco ao lembrar-se de como Afonso achava aquilo engraçado. Ele certamente estaria discordando que aquilo estava mais para cheio do que vazio. E ela estava achando mais graça ainda por lembrar do amigo àquela hora da noite.

Ela estava tão aérea que mal percebeu sua avó a chamando com uma expressão confusa na face. Chacoalhando a cabeça — e com um certo esforço — encarou-a.

— Minha filha, o que foi? Está no mundo da lua, é? — Sorriu, dirigindo-se a geladeira, guardando a garrafa de vidro lá dentro.

— Hum?

— Você! — Soltou um risinho. — Que é que você tem?

— Ah, não sei.

— É por causa da prova, não é?

A garota ponderou por alguns segundos e quase engasgou com a própria saliva ao se lembrar que a tão esperada prova já estava chegando. Faltava menos de uma semana para aquele dia apavorante e que ela abominava chegar.

Demorou para responder, afinal, a garota não conseguia tirar aquele sonho incomum da cabeça.

— Sim. É...

— Não se preocupe tanto, minha filha. — Apertou gentilmente o ombro dela, como se assim a tranquilidade que usufruía pudesse ser transferida a neta.

— Fácil falar, vó.

— Talvez você tenha razão, mas... — Mordeu os lábios.

— Mas eu não tenho que me preocupar tanto com algo que ainda não aconteceu?

— Sim.

— Mas, vovó, essa é a prova da minha vida. — Franziu a testa, medrosa. — E se eu não conseguir acertar nada? E se nenhuma resposta bater com as minhas? E se eu simplesmente não conseguir?

— Ei! — Vilma segurou as mãos daquela que era praticamente sua filha. — O que foi que eu disse? Pare e esqueça só por um minuto dessa bendita prova. Você estudou muito e eu acredito em você. Eu, seu avô, o Afonso, e todos que te amamos acreditamos em você. Só resta você acreditar em si mesma também, querida.

— Mas é difícil. — Suspirou. — Parece que quanto mais perto chega o dia, parece que tudo vai sendo apagado da minha mente. Tenho medo de não conseguir e todo esse esforço ter sido em vão...

— Besteira. — Ela fitou a netinha com um brilho nos olhos. — Nada vai ter sido em vão. Nunca, minha filha, nada vai ser em vão nessa vida. Acho que mesmo que algo bobo aconteça na sua vida, você ainda carregará algum aprendizado com isso.

Ambas sorriram como duas amigas que compartilham segredos entre si. Vilma deu uma piscadela para Alegria, o que as fizeram gargalhar. Ela saiu em direção ao quarto enquanto a garota continuou pensativa ali, sentada à mesa da cozinha.

Vovó e seus conselhos...

Abriu um sorriso, mas teve a sensação que não sorria apenas por aquilo. Talvez seu coração estivesse um tanto inquieto e ela não soubesse ao certo o motivo daquilo.

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Capítulo bem curtinho só pra avisar que o próximo vai ser maior. 

KÊ? KKKK

É, definitivamente, eu não sou normal. 

Só sei que eu queria compartilhar com vocês uma coisa legal que aconteceu comigo esses dias... O insta oficial da banda Plutão Já Foi Planeta postou meu desenho que fiz da música 'Anna' lá! Eu fiquei muito feliz :)

fiquei tipo:

~Amo essa série (carinha apaixonada)~

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~Amo essa série (carinha apaixonada)~

Então... era só isso. O capítulo foi meio... Bem, deixa pra lá.

Fiquem com esse pequeno spoiler do próximo capítulo: 

"Não era algo comparado a algum livro clássico, mas mesmo assim era belo.Eram palavras sinceras e cheias de sentimento. Eram palavras apenas do coração eque não ligavam para nada além do que vinha dele."    

O que houve? Contem seus palpites sobre o que é essa frase. Qual acontecimento... 

TCHAU!

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Sorria Alegria! |✔Onde histórias criam vida. Descubra agora