Capítulo 10

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  Tenho andado distraído
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso, só que agora é diferente
Estou tão tranquilo e tão contente  

(Quase Sem Querer, Legião Urbana)



Os raios de sol invadiam qualquer janela aberta da casa. O clima agradável fazia com que ela não quisesse pôr os pés para fora da cama. Mas com muito esforço e por consideração a seu melhor amigo, Allegra respirou fundo, deixando de lado a sua vontade de dormir mais uns cinco minutinhos...

Fitou as horas no celular, logo dirigindo-se ao som que vinha da cozinha. Sua avó estava colocando um pedaço de bolo de chocolate dentro de um potinho enquanto seu avô se ocupava em tomar um café.

— Bom dia. — A garota beijou o topo da cabeça do avô não demorando para repetir o gesto com a avó. — O que você está fazendo?

— Eu fiz um bolo... — Sorriu. Dona Vilma encarou a neta com um brilho no olhar. — Tenho certeza que Afonso vai querer um pedacinho.

— Vovó, a senhora está acostumando ele muito mal, sabia? — Cruzou os braços. — Acredita que ele usa a internet aqui de casa?

— Hum?

A senhora franziu a testa não entendendo o que de ruim havia naquilo. Seu João, por outro lado, soltou uma risada fraca ao achar graça daquele teatro que a neta estava fazendo.

— Allegra, deixa o menino em paz. — Vilma sorriu, entregando-lhe o potinho. — É de chocolate. O que ele mais gosta, viu?

— Aliás... para onde você vai? — O senhor de idade fitou a jovem com um quê de curiosidade e divertimento na voz.

— Eu vou ver o Afonso treinar e levar o pedaço de bolo... — Ambos arregalaram os olhos quando ouviram a primeira parte da frase. — Mas calma! Eu não sou louca, ok? Eu quero estar viva para poder entrar na faculdade...

A avó da garota murmurou alguma coisa, logo lançando um sorriso para o marido. Ele fitou a neta com o mesmo olhar que sua esposa tinha antes de sair da cozinha. Alegria sentou-se à mesa, servindo-se de um café quentinho e um pão fresco com um generoso recheio de manteiga.

João tossiu um pouco, mas logo levou a xícara aos lábios. Fitou a neta ainda achando graça da raiva que ela estava sentindo por causa de bobagem.

— O que foi, vô?

— O que foi o quê? — Arqueou as sobrancelhas grisalhas.

— Eu é que pergunto, vô.

— Nada... — Tossiu, ainda mantendo um sorriso no rosto marcado. — O Afonso, ele... Não, deixa para lá...

— O quê? — Seu João levantou-se da cadeira, despedindo-se da menina e saindo dali sem completar o resto da frase.

Ela tamborilou os dedos na mesa não conseguindo evitar de tentar completar o que seu avô iria dizer. Ficou pensativa por alguns segundos, mas não o suficiente para esquecer-se de que seu amigo a esperava. Fitou o pote de plástico a sua frente, rolando os olhos e se dirigiu para o quarto para se arrumar.

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