Capítulo 22

267 38 63
                                    

Duas semanas. Duas semanas que aquela tragédia havia ocorrido, que sua vida estava uma bagunça, que a tristeza era sua companhia diária, que seu avô fora para bem longe.

Ela estava na padaria, limpando as mesas, quando uma sombra familiar a atrapalhou. Afonso tirou o capacete, o colocando no guidom da moto. Ele bagunçou um pouco os cabelos, entrando no estabelecimento.

— Você está melhor?

— Estou levando. — Deu de ombros, sentando-se na cadeira. — Onde você estava?

— Treinando. Estava ocupando a cabeça com alguma coisa.

— Ah...

— O resultado da prova já saiu? — Ela negou com a cabeça suspirando. — Hum...

— Vai demorar.

Ele a fitou, desenhando formas imaginárias na mesa. Suas sobrancelhas arquearam, unindo-se.

— Allegra, você não pode ficar assim.

— Assim como?

— Desse jeito. — Apontou para ela. — Eu sei que a dor é grande, mas você não pode se entregar a ela. É muito triste, eu sei. Mas, infelizmente, você tem que erguer a cabeça e tentar seguir em frente.

— Mas é difícil.

— Eu sei que é. — O loiro tomou sua mão. — Mas ele iria querer que você fosse forte.

— Eu sei. — Mordeu os lábios.

Allegra respirou fundo, levantando da cadeira e fugindo do olhar do amigo. Ele fitou a sua frente, a encarando. O garoto engoliu em seco.

— É... hum... Você falou com o Nicolau?

— Não, por quê? — Franziu a testa.

— Você não gosta dele, afinal? — Ele acariciou seu rosto. — Por que não conversou com ele?

— Não sei. Acho que ainda não consigo...

— Ah, qual é. — Sorriu, embora estivesse se partindo em mil pedaços. — Você devia sair com ele, para esfriar um pouco a cabeça.

— Por que tudo isso?

— Isso o que?

— Isso. — Deu um passo para trás. — Afonso, você não suporta o Nic e agora quer que eu me aproxime dele. O que diabos você tem?

— Eu... — Ele fechou os olhos, suspirando. — Allegra, eu não posso agir assim com você. Eu não posso decidir por você com quem você quer ou não ficar. Eu sou seu amigo e não seu pai, irmão ou coisa do tipo. — Deu de ombros. — Você gosta dele. — Afonso sacou o celular, a entregando. — Liga para ele.

Allegra sorriu fraco, falando sem emitir som um simples "obrigado". Por mais que doesse nele, Afonso não aguentava a ver daquele jeito. Ele tentava faze-la sorrir todos os dias, mas talvez só ele pudesse a fazer se sentir melhor.

A garota se apressou em discar o número que já sabia de cor, pondo o aparelho celular na orelha. Não demorou para Nic atender e perguntar com uma voz um pouco cansada do outro lado da linha.

— Oi, Nic.

— Allegra, é você? — Uma animação preencheu os ouvidos dela. — Oi!

— Como estão as coisas?

— Normais. E com você? —

— Bem... — Ela suspirou, mordendo os lábios. — Hã... a gente podia marcar de nos encontrar. Eu queria conversar com você.

— Tudo bem. Pode ser hoje? À noite? É que eu estou cuidando da Milena e só posso deixa-la com a minha mãe nesse horário. Tudo bem para você?

— Sim, ok. — Sorriu. — Mais ou menos que horas? E onde?

— Umas sete horas. — Ele ficou em silêncio por alguns segundos, pensativo. — Gosta de circo?

— A última vez que eu fui, eu tinha dez anos. — Sorriu. — Acho que eu preciso rir um pouco. — Seus olhos cravaram nos de seu amigo que sorria fraco.

— Então, tudo certo. Certo?

— Sim. — Corou. — Tchau.

— Tchau.

Ainda sem jeito entregou o celular para o amigo. Ela o abraçou.

— Você realmente é o melhor amigo que alguém poderia ter, Afonso.

Ela deu um beijo estralado em sua bochecha. Saiu saltitante para detrás do balcão, conferindo se tudo estava nos conformes. Viu a hora no relógio, esperando que ele marcasse o momento certo para fechar a padaria.

Afonso suspirou, passando uma mão pelo rosto. Acenou para Allegra, saindo o mais rápido possível antes de se odiar profundamente por nem ao menos ter coragem de lutar por ela.

###

VOLTEEEEEEEEEEEIIIII

Mas infelizmente (sim, tem o porém) por tempo indeterminado

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Mas infelizmente (sim, tem o porém) por tempo indeterminado... Não sei se seria essa a palavra certa, mas o fato é que não sei quando terei a vista o DIVOSO do nosso WI-FI de cada dia... Sim, estou usando uma internet de celular (não me perguntem como, galera! kkkkk). Ela não é lá "muita coisa", mas acho que me ajudará em pelo menos expor as palavras que durante esse tempo guardei apenas para mim. 

Enfim, peço milhões e bilhões de desculpas por só ter anunciado isso no meu mural e não ter dito isso diretamente aqui, para vocês. 

Espero que tenham gostado do capítulo :)

Ah, e você? Gosta de circo?

"Ele bagunçou o cabelo, a fitando, encantado com os olhos cor de mar deAlegria. Ela sentiu seu rosto esquentar mais uma vez com aqueles olhos aencarando. Sorriu, pondo uma mecha de cabelo atrás da orelha."

Essa carinha

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Essa carinha...

TCHAU!

Sorria Alegria! |✔Onde histórias criam vida. Descubra agora