Havia muita gente naquele lugar. Não só num canto, mas em toda parte. Em toda parte! A TV local já estava se preparando para entrar ao vivo. O clima de competição parecia estar presente em todos ali, menos em Allegra. A garota só conseguia pensar no amigo. No que ele faria ali... E se algo desse errado? E se ele não se saísse bem? E se ele se machucasse?
— E se você se machucar? — Ela pensou alto demais, atraindo a atenção do loiro que estava examinando cada detalhe em sua moto. Ele sorriu, fazendo-a franzir a testa ainda mais em preocupação. — É sério, Afonso. E se vo...
— Aí eu estou fora, Allegra.
— Ah, meu Deus, pare com isso! — Fez bico, esfregando as mãos na calça. — Por que você gosta justamente do que é perigoso?
— Divertido, eu diria.
— Tanto faz! — Bufou, revirando os olhos. Desviou o olhar, suspirando apreensiva.
— Ei, que foi?
— Eu só estou preocupada.
— Não precisa ficar assim, Alegria. — Ela o encarou. Afonso sorriu fraquinho, segurando seu queixo com delicadeza. — Vai dar tudo certo.
Ambos se abraçaram forte, sem querer que aquilo acabasse. Alegria murmurou com o rosto contra o peito do amigo.
— Eu quero que isso não seja mais uma de suas mentiras, viu?
— Ei — a garota o encarou com os olhos apertados —, lembra que eu prometi que ia parar de mentir? Eu vou tentar cumprir minha promessa a todo custo.
— Eu não quero que você se machuque. Mesmo que você não consiga estar entre os três melhores, você ainda vai ser o melhor, Afonso. Para mim, você já é o grande ganhador. Independente do lugar que você fique, eu só não quero que você se machuque.
— Você já me viu treinar. — Um amigo do garoto fez sinal, dizendo que os pilotos já deviam tomar suas posições. — Ah, Allegra?
— Hum?
— Eu acho que já tenho que ir. Já, já a competição vai começar.
— Tudo bem. — Deu de ombros, soltando o abraço. — Boa sorte.
— Obrigado. — Sorriu, beijando o topo de sua cabeça e indo depressa para perto dos seus adversários.
A garota segurou o pingente de seu colar, com força, como se assim pudesse ficar mais calma. Andou com as pernas bambas até onde estava sua avó e a família do amigo.
Dona Vilma abraçou a neta, tentando reconforta-la. Assim como Afonso, Allegra estava ansiosa mais que o normal.
Todos os competidores se alinharam na linha de largada, prontos para qualquer coisa. O loiro respirou fundo, tentando fazer com que a ansiedade não saísse ainda mais de seu controle.
Escutava-se o ronco dos motores e a plateia animada. O garoto se benzeu e logo em seguida beijou o pingente de cruz que sua mãe insistia para que ele sempre usasse, mas raramente o fazia.
Uma buzina alta anunciou o início da corrida. Os atletas aceleraram loucamente, seguindo o percurso e tentando ao máximo alcançar o primeiro lugar. Afonso já se contentava em estar participando...
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Sorria Alegria! |✔
Teen Fiction| FICÇÃO ADOLESCENTE | L | __________________ "É que a gente quer crescer E quando cresce quer voltar do início Porque um joelho ralado dói bem menos que um coração partido" Era Uma Vez, Kell Smith Allegra Martins é uma garota tão peculiar quanto o...