Capítulo 19

338 37 81
                                    

Ela tentava em vão dormir. Não porque não tinha sono, mas porque Afonso não a deixava sequer fechar os olhos por alguns segundos. Ele estava a convidando há mais de minutos para tomarem um sorvete.

— Vamos lá, Alegria. — Ele segurou seus ombros. — Você precisa relaxar um pouquinho.

— É justamente isso que eu estou tentando fazer. — Balbuciou.

— Não, dormir não. Você gosta de sorvete. Vamos lá naquela sorveteria...

— Sério, eu não estou a fim. — Ela o encarou nos olhos, cansada. — Eu fiz cento e oitenta questões e uma redação esse fim de semana e tudo o que eu quero é só dormir.

— Você nem me contou como foi...

O garoto sentou no sofá, colocando os pés dela sobre suas pernas. Allegra ainda deitada, o fitou.

— Hum?

— Bem... — Suspirou, colocando o braço sobre os olhos. — É muito cansativo, estressante e apavorante. Mas acho que fui bem.

— Eu ouvi direito? — Ele sorriu. — Alegria disse que se saiu bem? Parece que alguém aqui andou pensando positivo...

— Eu estudei. Eu não fui lá fazer nada além do que provar que sou capaz.

— Hum, muito bem. — Afonso fez cócegas nos pés da garota. — Então, vamos lá provar aquele sorvete?

— Mas eu estou cansada...

— Ah, qual é! Eu pago. — Allegra arqueou as sobrancelhas. — É sério. Vamos?

— Tudo bem. — Levantou-se ainda que a contragosto. — Eu só vou pegar um casaco...

— Ok.

Afonso sorriu vitorioso. Ela revirou as suas esferas azuladas, mas não conteu um sorriso bobo.

A neblina os acompanhou, bem dizer, o caminho todo até a pequena sorveteria

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A neblina os acompanhou, bem dizer, o caminho todo até a pequena sorveteria. Parece que nos dias frios tudo é vencido pela preguiça. Os dois estavam cansados só por aquele pequeno trajeto.

— É impressão minha ou o caminho ficou maior? — Ele franziu a testa, parando em frente ao balcão. — Duas casquinhas de chocolate, por favor.

— Acho que é impressão sua, Afonso. — Ela sorriu, acenando para o senhor do outro lado do balcão.

Recolheram as sobremesas, indo em direção a uma mesa vazia. Allegra pôs a primeira colherada na boca se deliciando com o sabor. O loiro estava praticamente paralisado a encarando com a boca entreaberta.

Afonso mal percebeu que sua amiga estava o chamando. Franziu a testa quando ela apontou, entre gargalhadas, para sua mão. Ele fitou a pazinha de plástico ainda no caminho para a sua boca. Levemente virada. E o líquido encontrava-se... bem, nas suas calças.

Sorria Alegria! |✔Onde histórias criam vida. Descubra agora