Capítulo 16

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Thiago

Saí lá fora, estava debruçado nas grades do portão da casa de Marcelo, olhando pra rua, pensando em uma maneira de me desculpar com a minha princesa, fitei a casa da frente, tinha um jardim repleto de flores uma mais linda do que a outra, depois vi uma senhorinha com os cabelos branquinhos chegando com um monte de sacolas nos braços tentando abrir o portão.

—A senhora precisa de ajuda? –Perguntei abrindo o portão, ela me se virou com dificuldade e sorriu.

—Acho que vou precisar sim. –Então me aproximei dela e peguei as sacolas da sua mão, ela abriu o portão e foi entrando, segui ela.

—Você é um bom rapaz, hoje em dia as pessoas estão sendo tão individualistas, e quase nunca recebo essas gentilezas. –Sorri pra ela, que abriu a porta da casa e entrou, eu fiquei na porta. —Entra meu filho, pode colocar aqui em cima da mesa. –Fiquei sem jeito, mas fiz o que ela mandou. —Você é parente do Marcelinho?

—Sou sim, primo dele.

—Senta aí querido. –Ela disse indicando a cadeira no canto, olhei, mas eu estava realmente sem jeito, velho ela não me conhece e me convidou pra entrar, que perigo.

—Não obrigado, estou bem.

—Senta aí, vou fazer um café, quase nunca recebo visita, o único que sempre vem aqui ver como eu estou é Marcelinho, tenho ele como um filho. –Me deu dozinho dela, e então me sentei.

—Vou aceitar o cafezinho.

—Você é muito lindo meu filho, você daria um par muito bonito com a amiga da menina Emily, a Giovana, não sei se você conhece ela, mas quando conhecer, vai se encantar por ela, tão doce, tão linda. –Nessa hora, meu sorriso se alargou.

—É, eu já conheci ela e realmente me encantei. –Suspirei e a senhorinha sorriu.

—Ah, você já está apaixonado, seus olhinhos brilharam.

—Sim, os olhos não conseguem esconder, quando tem um sentimento, mas ela está brava comigo.

—Ah, mais porque meu filho?

—Porque a gente se beijou, e eu sei que ela não é moça só de ficar, ela é moça pra namorar e casar, mas eu estava com ciúmes dela e acabei falando mais que a boca, e agora devo um pedido de desculpas.

—Você quer namorar com ela?

—Muito, eu estava inseguro, porque saí de um relacionamento de sete anos, a pouquíssimo tempo, mas ela causou em mim, algo tão grandioso que me assusta, eu quero muito ela, e quero namorar com ela.

—Então diga isso a ela, meu filho.

—Mas, eu queria que fosse especial esse pedido de desculpa e o de namoro.

—Meu falecido, me conquistou com uma serenata, e com flores, morávamos na França, e eu fui apresentada a sociedade e depois de ser apresentada à sociedade, uma jovem não deveria esperar muito tempo antes do noivado. Considerava-se adequado que a moça já ficasse noiva no primeiro ano em que estivesse frequentando a sociedade. Então eu estava noiva de um homem de muitas posses, mas que eu não amava, em uma das minhas cavalgadas, encontrei Remy, um soldado Brasileiro que estava em missão na França, conversamos e marcamos de nos encontrar no mesmo lugar, o dia seguinte não pude ir, só fui novamente na próxima semana, ele cantou pra mim e recolheu flores do campo e me regalou. –Ela limpou lagrimas dos olhos. —Meu pai e meu noivo, quando descobriram queriam matar Remy, e então fugimos para o Brasil, onde construímos nossa vida, fomos felizes por vinte anos, e então ele foi em uma missão e não voltou mais.

AQUELE VERÃO - COMPLETAOnde histórias criam vida. Descubra agora