Capítulo 102

339 42 4
                                    

GIOVANA

Nosso casamento foi lindo apesar do temporal que caiu, ficamos no Rio morando no apartamento de Alberto até que Thais nasça. Os filhos de Emily e Marcely nasceram dias depois do meu casamento e já estamos a quase um mês casados e eu a qualquer momento vou dar à luz.

Eu desejo ardentemente que minha filha nasça logo, estou tão cansada...Esse final da gestação é realmente desgastante. Junta os incômodos físicos de se carregar uma barriga estilo "melancia " com a ansiedade de conhecer o bebê logo e saber se toda a nossa expectativa irá se concretizar. Alberto parece estar mais ansioso do que eu e pra minha sorte ele tem um saco de paciência comigo, porque eu ando com os nervos à flor da pele.

-Boa noite anjo. –Alberto disse dando-me um beijo.

-Você chegou tarde. –Disse ríspida. –Já são nove e meia.

-Anjo, eu sei que me atrasei, mas eu avisei que teria uma reunião nos laboratórios aqui do Rio, mas já estou aqui.

-Tem comida na geladeira, sua mãe fez.

-Vou comer e depois tomar um banho, ela já foi dormir?

-Já estava cansada da viajem, ela disse que acha que de hoje não passa. –Eu disse com um sorriso, Alberto abraçou minha barriga e beijou.

-Não vejo a hora de ver o rostinho dela.

Pegamos no sono e acordei as 3h30 da madrugada com uma dor forte nas costas. Achei que não fosse nada e tentei voltar a dormir. Outra dor, contração. De novo? Levantei e fui ao banheiro, e lá estava outra contração. Dona Bertha está aqui em casa e ela me deu uma porção de dicas, e uma delas é que eu devia contar os intervalos entre cada contração, foi o que fiz. Deitei no sofá que ficava no canto do quarto e comecei a contar, 5 minutos de intervalo, mais ou menos 40 segundos de duração. Perdi o sono...e fui checar a mala da maternidade, hoje cedo dona Bertha me ajudou a arrumar, se ela não me desse o toque, o bebê chegaria e eu não estaria com nada arrumado. Fui para a cozinha e estendi umas roupas que estava na máquina, eu via a necessidade de me mexer, não queria acordar Alberto ainda. A cada 5 minutos tinha que me agachar e rebolar, dica da sogra, a dor já era forte demais. Mais ou menos as 5h eu resolvi acordar o Alberto.

Dei um beijo terno em seu rosto e disse.

-Anjo, você quer tirar a sua licença paternidade hoje?

-Como assim? –Ele respondeu meio sonolento.

- Estou tendo contrações de 5 em 5 minutos e tá doendo pra caram........ –Uma contração ainda mais forte me fez soltar um grito, ele rapidamente se levantou e logo dona Bertha estava na porta do nosso quarto, Alberto estava nitidamente perdido, sem saber o que fazer.

-Mãe o que eu faço? –Ele perguntou.

-Vamos levar ela para o chuveiro, a agua fará ela relaxar, não está na hora de ir para o hospital ainda. –Agradeci aos céus por ter uma mãe ao meu lado nesse momento, eu não saberia o que fazer se ela não estivesse aqui comigo. Alberto me ajudou a entrar embaixo do chuveiro. Ahhh...como era bom aquela água quentinha nas costas, a dor quase sumia, era tão relaxante. –Quando as contrações chegarem a três em três minutos, vamos para o hospital. –As contrações ficaram ainda mais forte, mais ainda não eram a três em três minutos. Não sei o que me deu, que santa calma e serenidade baixou nesse poço de ansiedade aqui, mas eu seguia achando que ainda não era hora de ir. Até que deu 5h45 e Alberto ansioso disse.

-Agora chega, vamos para a maternidade. - Dentro do carro, as contrações passaram a ser dolorosíssimas. Alberto ligou para o médico e avisou que já estávamos a caminho. Sofri horrores com as contrações. Posso afirmar com 100% de certeza que foi a dor mais dilacerante que já senti na vida. Quase arranquei a mão da minha sogra e de Alberto e eu, que jurei que não gritaria de dor, para não fazer feio no hospital, me vi urrando de desespero. Mas assim que anestesia foi feita, o mundo era outro. Eu já conseguia rir e fazer piada da situação.

AQUELE VERÃO - COMPLETAOnde histórias criam vida. Descubra agora