Capítulo 116

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THIAGO

Estava deitado na cama ao lado do meu filho, sua mãozinha pequena no meu rosto, eu estava lhe contando uma história para que ele dormisse tranquilo.

-Era uma vez uma cabra, que morava com seus sete cabritinhos em uma linda casinha com quintal e jardim.

-Pá, voxe compa um cabitinho pa mim, e oto pa Tatá? –Ele disse baixinho.

-Hum, não sei se a Giovana ia deixar a Tatá ter um cabrito, mas a gente pode comprar um cachorro, pode ser?

-Obaaaa.

-Naquela manhã, estavam todos assistindo televisão antes de mamãe sair para o mercado para fazer compras. –Continuei, mas fui logo interrompido pelo meu menino.

-Pá, eu num tenhu mamá, a zovana é mamá da tatá, ela pode se minha tamém né papá, ela é uma mamá munto monita.

-Não sei, tem que perguntar pra ela.

-Tá bom, continua a histolia.

-Ok, A notícia de última hora dizia:

- Cuidado: há um lobo mau solto por aí. Foi visto pela última vez fugindo para perto do rio. Todos estão trabalhando para caçá-lo, mas até agora ele continua solto. As crianças devem ficar em casa até que ele esteja bem preso. –Usei um tom teatral, e meu filhinho arregalou os olhinhos e fez cara de medo. –Ah! Logo hoje que íamos começar nosso clube novinho lá fora! Mamãe cabra não quis saber: falou sério com seus sete cabritinhos, e todos entenderam muito bem....................... –Continuei a história, e meu pequeno não tinha dormido até o final dela.

-Qui histolia loca, bem feito pala o lobo mal malvado. –Sorri e o beijei. –Papá, canta mujiquinha pa mim noimir.

-Durma pequenino, durma lindo sol, durma pedacinho, do meu coração.
Meu menino lindo, ele quer dormir, e o sonho travesso, ele não quer vir. –Ainda estava cantando quando o meu menino dormiu, passei uma boa parte da madrugada, velando seu sono, estava sempre desperto quando alguma enfermeira entrava no quarto para medica-lo, meu plano era ficar o olhando dormir, mas fui vencido pelo cansaço, quando acordei os primeiros raios de sol já adentravam o quarto, não demorou muito para os médicos levarem meu filho para o pré-operatório, o acompanhei em tudo e quando eles levaram ele para o centro cirúrgico tive que ficar na sala de espera, com outros familiares.

-Bom dia. –Cumprimentei ao senhor que estava sentado em frente.

-Bom dia. –Meu advogado, entrou na sala de espera.

-Ah você está aí.

-E aí, avisou o Matheus?

-Avisei, e ele disse que não vai vir, está na Virginia, porque ele sim trabalha.

-Desgraçado, ele não ama o meu filho, só quer a guarda pra me atingir.

-Olha isso tudo será anexado ao processo, e o juiz não dará a guarda para alguém como ele, fique tranquilo.

-Obrigado.

-Boa sorte, e que tudo corra bem na cirurgia.

-Obrigado. –Ele se foi e eu sentei e descansei os cotovelos no joelho, inclinei meu tronco para frente e abaixei a cabeça apoiando nas mãos, estava fazendo uma oração silenciosa, e a minha sensibilidade identificou um perfume, sorri quase que não acreditando que poderia ser ela, abri os olhos e eles fitaram aqueles pequenos pezinhos, sorri antes mesmo de fitar seu rosto.

-Giovana. –Eu disse me levantando, ela rapidamente me abraçou forte, acariciou os cabelos da minha nuca e deu um beijo em meu rosto.

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