AQUELE VERÃO - COMPLETA

Capitulo 86

Thiago

Sábado pela manhã mamãe chegou e para nossa surpresa papai veio junto, Hiago ficou emocionado com a presença do papai.
-Obrigado por ter vindo. –Ele disse estendendo a mão para o velho, o pai apertou a mão dele e o puxou para um abraço, fiquei muito feliz, Hiago sem dúvidas merecia o perdão de papai, todos nós o perdoamos e demos uma segunda chance, ele demonstrou que mudou radicalmente, ele é um novo homem hoje, então a felicidade de vê-los abraçados, não cabe em mim.
-Eu não podia deixar de te acompanhar em um momento tão importante da sua vida, você tem demonstrado mudança, nunca mais voltou a fazer coisas erradas então pode contar com meu total apoio. –Papai disse me chamando, abraçou nós dois. –Meus filhos, meus orgulhos, mãe tira uma foto. –Papai disse para mamãe e ela tirou foto nossa.
-Sogra agora vai lá que eu tiro a foto. –Carol disse e mamãe veio para perto de mim, e Carol tirou a foto.
Depois disso tomamos café juntos e Carol deitou no sofá, mamãe ficou toda preocupada.
-O que você tem minha filha?
-Ah sogra, sinto muita fraqueza ultimamente, mas não se preocupe, eu estou bem. –Mamãe sentou no sofá e colocou a cabeça de Carol no colo, chega me dar ânsia de vomito essa ceninha ridícula, mamãe ama tanto Carol que o dia que descobrir a espécie de mulher que ela é, é capaz de ter um enfarto, porque a decepção vai ser grande viu.
-Oh, vou dar uma volta com Giovane. –Avisei e ela me olhou com os olhos cheio de lágrimas, só que não me comovem porque sei que ela derramava lágrimas todas as vezes que me lançaria uma nova chantagem.
Virei as costas peguei as coisas dele e coloquei um bonezinho em sua cabecinha, fui até a sacada onde Hiago conversava com papai e pedi o carro, de bom grado me emprestou e logo eu estava na estrada em direção a tijuca.

Giovana

Ainda estava dormindo quando um carro buzinou na frente de casa, abri os olhos e olhei o relógio, nove e meia da manhã, quem ousa acordar uma grávida as nove da manhã? Palhaçada.

Fui até a sacada e vi o carro de Hiago, então apertei no botão e o portão abriu, fechei logo que ele entrou.
Fui até o banheiro, lavei o rosto e escovei os dentes e desci de pijama e tudo, abri a porta e dei de cara com um Thiago e um bebê no colo, Arebaba! Arebaguandi!
-Você? –Ele sorriu.
-Eu, achou que era quem?
-O Hiago. O que eu disse sobre não vir aqui? –Perguntei fechando a cara, ele desceu os olhos pelo meu corpo e passou a língua pelos lábios, safado, minha bermudinha e minha blusinha de alcinhas, nem são tão escandalosas assim pra ele me olhar desse jeito. –Oi princeso. –Disse ao Giovane que balbuciava alguma coisa e jogava os bracinhos para vir comigo. –Quer vir no colo da zovana quer? –Me aproximei pra pegar ele e quando ele estava já nos meus braços, Thiago passou as mãos pela minha costa até alcançar e apertar meu bumbum. –Para com isso. –Disse brava e me sentei na cadeira da varanda, ele ficou de pé na minha frente.
-Jura que não vai mandar eu entrar?
-Não, você está cheio de segundas intenções pra cima de uma mulher comprometida, te liga.
-Princesa eu quero te beijar, quero te abraçar, não estou aguentando mais.
-Eu não vou te beijar e nem te abraçar tendo um namorado, então não insista. –Voltei minha atenção para Giovane que segurava minha blusa e puxava, Thiago deu um sorrisinho enviesado olhando o meu decote, revirei os olhos.
-Tá você não vai me mandar entrar mesmo? Vamos ficar aqui fora?
-Sim, não é correto um homem entrar dentro da casa de uma mulher comprometida quando ela está sozinha.
-Tá bom. –Ele disse sentando na rede pendurada na varanda, de frente pra mim. –O pai fez as pazes com Hiago. –Sorri.
-Ai que felicidade.
-Fiquei tão feliz também, Hiago mudou completamente, é um novo homem merece essa segunda chance.
-Com certeza, eu amo aquele cara. –Disse ternamente.
-Não precisa amar tanto assim, também.
-Ah, cala a boca, quando a gente ficar juntos ele será meu irmão, não é?
-Não mesmo, você vai manter distância daquele filho da mãe, que é apaixonado por você, ah e quando eu cheguei você atendeu achando que era o Hiago, você costuma atender ele usando esse conjuntinho curto?
-Sim, o que que tem?
-O que que tem? O filho da puta deve ficar te tarando o tempo todo, você tira a sanidade de qualquer homem princesa, tão gostosa, estou morrendo de vontade de te beijar e te fazer minha. –Suas palavras me causaram um arrepio pelo meu corpo todo, e minha boca pedia pela sua, mas eu tinha que agir com a razão, por que se eu fosse dar ouvido ao meu coração, estaria nesse momento embaixo dele.
-Thiago, para de me dizer essas coisas, me respeite. –Ficamos em silencio por alguns instantes até sentirmos um cheirinho meio desagradável. –Acho que alguém fez caquinhas. –Disse olhando para Giovane, parece que ele entendeu porque deu seus gritinhos fofos. –Vem, a zovana vai trocar você, traz as coisas dele Thiago. –Subimos para o quarto e Thiago estendeu o trocador em cima da cama, coloquei o porquinho em cima da cama.
-Eu troco.
-Não, deixa que eu troco, assim eu treino para quando tivermos os nossos. –Thiago me abraçou e descansou suas mãos em minha barriga, a cabeça ele encaixou no vão do meu pescoço.
-O dia que você me disser que está esperando um filho meu, será o dia mais feliz da minha vida. –Meus olhos molharam e eu apertei, não queria que ele percebesse, ele deu um beijo no meu ombro e me soltou.
-Vamos lá meu poiquinho lindo, a zovana vai tirar essa caquinha. –Abri a frauda de cacaca e meu estómago revirou com o cheiro, tive ânsia de vomito na hora.
-Deixa que eu limpo amor.
-Não, eu quero trocar ele, eu trocava o meu irmãozinho sei como se faz, só um pouco de falta de pratica. –Tranquei o nariz e caprichei na limpeza, passei o creminho contra assadura e coloquei uma nova frauda, Giovane era a coisa mais linda desse mundo, ele não tinha nada de semelhança com Thiago, e isso me leva a pensar se o meu será parecido com ele ou não. –Pronto princeso, você está limpinho e cheirosinho. –Subi a calça jeans dele e o peguei no colo, enquanto Thiago descartou no banheiro a frauda suja.
-Você leva jeito com criança. –Thiago disse enquanto descíamos os degraus da escada.
-Eu ajudava minha mãe com meu irmãozinho, Giovane me lembra tanto ele. –Disse me sentando no sofá da sala e apertando Giovane contra meu corpo. –Não só pelo nome, mas pela cor do cabelo, pelo sorriso. Eu espero que a Carol nunca tire ele de você Thiago, porque ele é o maior presente que você pode ter. –Uma lágrima molhou meus olhos e Thiago passou o polegar enxugando-a.
-Ele é tudo pra mim. –Sorri e meu celular começou a tocar, olhei na tela Alberto, Thiago revirou os olhos e eu entreguei Giovane.
-Você não vai dar nenhum piu, eu juro que nunca mais olho pra ti. –Ele ergueu uma das mãos, em rendição. –Oi, Alberto.
-Oi meu anjo, que saudade, já estou louco pra te ver.
-Eu também, quando volta? –Thiago fez uma careta tão hilária que prendi os lábios para não rir.
-Semana que vem.
-Ah que bom, tudo certo com o escritório aí? –Thiago fazia a mesma cara do Aaron Bailey em três é demais, e eu estava fazendo um esforço descomunal para não dar uma risada alta.
-Tudo certo, ah falei de você pra mamãe, ela está louca pra te conhecer. –Nesse momento me senti tão culpada, ele está sendo tão incrível comigo e eu estou considerando de deixa-lo para dar uma chance ao cara que tanto me fez sofrer, cujo o sorriso é capaz de iluminar toda a minha vida e os olhos me fazem esquecer de tudo.
-Que linda, espero que ela goste de mim, não tive sorte com minha última sogra. –Disse encarando Thiago, ele estreitou os olhos pra mim e depois fransiu o cenho.
-Impossível alguém não gostar de você anjo, amor agora eu preciso desligar tenho uma reunião com alguns diretores, te ligo a noite, beijo nessa boca linda e outro no bebê, eu te amo.
-Beijo, se cuida. –Desligamos.
-Ei, não fica iludindo o cara que vai conhecer a mãe dele, termina logo pelo telefone, não quero você de papinho com esse filho da puta, só de pensar que vocês já...... –Ele soqueou o ar e eu deixei que acreditasse que eu e Alberto já tínhamos ficado juntos, ele não precisa saber que cada vez que os beijos se intensificavam um pouquinho eu me escapava.
-Olha só Thiago, ele continua sendo meu namorado e você continua sendo marido da Carol, até que eu veja os papéis comprovando que você está solteiro, eu não vou terminar com ele, agora vá embora e só volte quando estiver livre.
-Está certo, vamos fazer do seu jeito, mas não esqueça que eu te amo e que finalmente poderemos ficar juntos, aconteça o que acontecer iremos ficar juntos. –Ele segurou meu rosto e aproximou os lábios, quando ia caindo na tentação me afastei. –Por favor, só um beijo, você não vai estar traindo o Alberto, você estará traindo a mim, que sou o amor da sua vida, se me negar um beijo, eu não vou sobreviver até o dia de assinar o divórcio se não tiver o gosto do seu beijo em meus lábios, por favor. –Ele disse aproximando e roçando a sua barba no meu rosto, fechei os olhos para sentir as sensações. –Eu amo essa sua boquinha vermelhinha. –Ele roçou os lábios no meu e eu abaixei a cabeça, Giovane agarrou uma mecha do meu cabelo me distraindo, dando livre acesso para Thiago roubar um beijo meu.
-Isso é roubo Thiago, você está de complô contra mim com seu pai é? –Fiz cócegas na barriguinha de Giovane e ele dava risadinhas gostosas.
-Esse é meu filho. Já que roubei um selinho, você podia me castigar com um beijo né? E me prender com o seu corpo. –Ele disse varrendo meu corpo.
-Para de safadeza seu cretino, vaza daqui. –Dei um tapinha no braço dele, meio rindo.
-Não vai mesmo me dar um beijo? Só um.
-Não, eu não posso trair o Alberto, Thiago, eu gosto muito dele, enquanto eu ter um compromisso com ele, não vamos trocar caricias, e você sabe que um beijo não mata a fome, só abre ainda mais o apetite. –Ele sorriu e mordeu o canto da boca.
-Nunca deixe pra manhã os beijos que pode dar hoje, Giovana. –Aquilo que ele me disse me deu um sentimento ruim, e se todo o nosso castelinho desmoronasse e outra vez não conseguíssemos viver o nosso amor? Eu ia me arrepender por não ter beijado ele, que impasse, beijo ou não beijo? “Beija, beija”...... Meu coração cantava fazendo uma dancinha engraçada.
-Vá Thiago, por favor. –Reuni forças de onde não tinha para empurra-lo até o carro. Ele colocou Giovane na cadeirinha, fechou a porta e quando ia entrando no motorista eu o puxei e meus lábios encontraram os seus, meu coração aplaudia minha atitude, enquanto minha razão, balançava a cabeça negativamente, decepcionada com minha reação, meus lábios só queriam saber da maciez que os lábios de Thiago trazia, sua língua acariciando a minha e seus braços me abraçando apertado, todo os nossos sentimentos ficaram naquele beijo e por um momento eu senti que aquele beijo seria uma despedida, sei que devo ser mais otimista, mas depois de tanto ser tombada nessa vida, prefiro andar com meus pés bem no chão.
Finalizei o beijo com um selinho e ele agarrou novamente meus lábios só pra dar a mordidinha final.
-Te amo. –Ele disse e entrou no carro.
-Te amo. –Devolvi e fiquei olhando seu carro atravessar o portão, caminhei até lá e fiquei olhando seu carro desaparecer.

Thiago

Cheguei em casa e mamãe estava preocupada com Carol.
-Filho a Carol não está bem, nunca vi ela assim, só deitada, só querendo dormir, ela é tão agitada, onde você estava? –Mamãe disse pegando Giovane do meu colo. –Tá cheirando a perfume de mulher filho. –Minha mãe disse quase em um cochicho, sorri e revirei os olhos. –Thiago volta aqui. –Minha mãe disse e eu continuei andando, entrei no quarto Carol estava virada para o canto, fui direto para o banheiro tomei um banho e enquanto a agua caia sobre meus músculos, eu revivia o beijo de minutos antes, mal posso esperar para ficar pra sempre beijando a minha princesa, também mal posso esperar que ela termine com aquele filho da puta, quem ele pensa que é, pra tentar namorar uma mulher que já tem dono?
O dia passou e estava quase na hora do evento, me arrumei e Carol continuava deitada.
-Carolina, cê não vai? –Ela virou, os olhos vermelhos de chorar, me fitaram.
-Me desculpe, mas não estou me sentindo bem, você vai ficar bravo se eu não for?
-Você só veio para me acompanhar, porque não quer ir agora?
-Thiago, eu sei que você não acredita, em uma só palavra que eu diga, mas agora é sério, talvez seja um castigo por tudo o que eu fiz, mas eu realmente estou doente e essa sua indiferença e insensibilidade, vai terminar por me matar. –Porque será que não me comove, esse draminha todo?
-Tá, não quer ir não vai, qualquer coisa me liga. –Passei meu perfume, dei um beijo no meu filho e desci, meus pais já estavam lá em baixo.
-Carol não está pronta? –Mamãe perguntou.
-Ela não vai.
-Como assim ela não vai? –Minha mãe, as vezes me deixa puto.
-Não indo mãe, que saco.
-Thiago, a Carol está doente, ela nunca esteve desse jeito, você devia levar ela a um hospital.
-Ai, mãe não se meta, ela não está bem, vai ficar em casa com o Giovane e a Tita, não vou arrasta-la comigo, se está doente é melhor que fique em casa. –Disse sem paciência, Hiago balançou a cabeça pra mim em negação, ele está acreditando nesse teatro da Carol, tá eu vi os exames, mas por mais que seja um absurdo eu pensar que ela trocou os exames de alguém sendo uma profissional tão competente, eu sei que dela eu posso esperar tudo, mas se eu estiver errado? E estiver negando a mão a um necessitado? Não quero pensar nisso agora.

Giovana

As vinte horas começava o evento do Hiago, então liguei pra ele e desejei sorte. As vinte e trinta o carro dele buzinou na frente de casa, fiquei com raiva ao mesmo tempo que meu coração acelerou, porque eu sabia que era o teimoso do Thiago, então abri o portão no controle e tranquei assim que o carro parou dentro do meu terreno, caminhei até a porta e abri, me apoiei na porta para não cair quando vi a figura parada em minha frente, meu coração agora batia em minha garganta, uma tontura perpassou minha cabeça e uma vontade gigantesca de vomitar me engolfou, fiquei parada olhando a pessoa que me olhava também, ficamos assim por alguns instantes.