Capítulo 105

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Giovana

O dia estava cinza hoje, e meu coração estava apertado desde quando acordei, eu e Alberto estávamos sentados à mesa, com o carrinho de Thais ao nosso lado, o café da manhã é a refeição mais divertida que fizemos, Alberto adora fazer panquecas desenhadas, e o divertido é que essa é a única refeição que preparamos juntos, o almoço e o jantar é a Cida que faz, então aproveitamos o máximo, deixamos até a Thais se lambuzar de farinha. Porém o dia de hoje estava tão estranho, porque nem eu e nem Alberto tivemos pique para fazer um café da manhã decente, estávamos comendo cereal com leite e Thais hoje não estava acompanhando nossas palhaçadas matinais atenta, estávamos tão aborrecidos que Thais dormiu no carrinho.

-Ai estou com um aperto no coração. –Disse finalmente, Alberto continuou olhando o jornal.

-Também não acordei bem hoje.

-Acho que não devíamos ir para o Escritório hoje. –Disse me levantando e sentando no colo do meu marido, ele deu um beijo no meu rosto.

-Vamos ficar em casa, vamos dar um dia de folga para a Cida, colocar nossos pijamas, nos deitar na sala de TV cercados por guloseimas e refrigerante.

-OBAAAA. –Bati palminhas me animando um pouco e aí o celular de Alberto tocou. –Credo quem será tão cedo? –Disse saindo do seu colo, ele olhou o visor.

-É da casa de mamãe. –Ele disse levando o telefone ao ouvido. –Oi mãe. –Ele disse com uma voz terna, tão cheia de amor, seu rosto todo se iluminou. –Ah maria. –Seu rosto se apagou. –Que? Porque? Infecção urinaria? Maria me fale a verdade, porque o médico chamaria a família por causa de uma infecção urinaria? Aline já foi avisada? Ok, claro que vou, obrigada por avisar. –Ele desligou o telefone e apoiou a cabeça nas mãos, respirou fundo algumas vezes e eu fiquei quieta o olhando. Depois de um tempo ele me olhou, seus olhos azuis estavam vermelhos. –O médico chamou os familiares de mamãe, ela deu entrada com infecção urinaria, mas acho que deve ter evoluído para um quadro mais grave.

-Maria é a governanta da sogra? –Ele assentiu. –Vamos pra lá agora mesmo. –Ele continuou parado fitando o nada, como se não tivesse me ouvido, então peguei o carrinho e o empurrei até o quarto, fui até o quarto de Cida, ela acordou com o cabelo arrepiado. –Desculpa por ter te acordado antes do horário, mas preciso que prepare uma mala com roupas minhas, de Alberto e de Thais, vou comprar as passagens de avião, a sogra está no hospital. –Fiz a compra das passagens, a viajem seria extremamente cansativa, embarcaríamos as nove horas, a viajem dura em torno de 13 horas, chegaríamos por volta das 22 horas em Savannah, a viagem de Aline é ainda mais longa, ela deve chegar de madrugada, eu espero que seja só um susto e que nossa mãe Bertha fique boa logo, depois dos pais de Emily, ela foi a mãe que tanto precisei, esteve comigo em um dos momentos mais difíceis pra mim, que foi o nascimento de Thais, eu não sabia o que fazer, estava entrando em um mundo novo e ela me ajudou tanto, não é justo que ela vá tão cedo, ela é muito nova pra morrer agora, dona Bertha tem apenas 67 anos. Em um mundo onde as sogras são umas bruxas, eu ganhei na loteria a minha, porque ela é um anjo, a pessoa mais bondosa que já conheci, os dias que ela passou aqui em casa até me recuperar bem, ela me ajudou tanto e cuidou tão bem de Thais, ela amou minha filha mesmo sabendo que não carregava seu sangue, então não é justo que ela vá embora, tão cedo. Bom a vida não é justa, já que arrancou meus pais e meu irmão, tão prematuramente.

Desci vestida confortavelmente para viagem e com Thais arrumada, trouxe uma muda de roupa e sapatos para Alberto, e quando cheguei na sala de jantar, ele estava na mesma posição que o deixei.

-Anjo, coloca essa roupa, para irmos. –Ele me olhou, desceu os olhos para minha roupa, depois ergueu os olhos para meu rosto.

-Temos que ver se tem voo disponível, já que o piloto do jatinho Kannenberg está indisponível e eu não estou em condições de pilotar.

AQUELE VERÃO - COMPLETAOnde histórias criam vida. Descubra agora