BÔNUS

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Alberto

Nunca fui um conquistador, as únicas mulheres que amei na vida foram, minha irmã, mamãe e esmeralda. Antes de conhecer esmeralda tive umas duas namoradas, mas só fui conhecer o amor com ela, a qual fomos casados por oito anos, o dia que ela me disse que esperava um filho meu, foi o dia mais feliz depois do nosso casamento, eu não sabia se chorava, ou se sorria, lembro que fomos visitar mamãe na Geórgia e ela nos fez a surpresa lá, entregando uma caixinha para mamãe e outra para mim com a notícia que me fez pular de alegria. Acompanhei o crescimento de sua barriga, dia após dia, o dia do parto, fiquei nervoso, minhas mãos suavam e eu estava mais branco que uma vela, a expectativa do nascimento de meu primeiro filho era grande, o herdeiro de toda a minha fortuna estaria nascendo, mas o meu maior sonho tornou-se em pesadelo, quando o médico me chamou para conversar.

-Nós fizemos de tudo para salvá-los, mas infelizmente eles não suportaram. –Meu mundo desabou na minha cabeça, eu poderia ter morrido ali mesmo, porque aquele dia eu estava certo de que não viveria mais, como eu seguiria em frente sem a luz dos meus olhos? Como eu respiraria novamente sem meu oxigênio? Como eu acordaria todos os dias para trabalhar, se o que me motivava, tinha partido? Meu filho e minha mulher eram minha maior riqueza, sem eles eu me sentia pobre, eu acabara de perder tudo, então me tranquei em meu próprio mundo escuro, em minha bolha de saudade e fiquei lá por um longo tempo, minha amiga foi a bebida, eu não queria ver ninguém, eu não queria falar com ninguém e minha mãe se preocupava muito comigo, começou a tentar me animar, eu não queria, mas ela lutou, insistiu até eu dar meus primeiros passos em direção à luz.

Eu ainda estava na penumbra quando aceitei ir com meus amigos a Angra, em um momento quis ficar sozinho e foi então que me sentei no bar e vi a luz de um anjo em minha frente, eu juro que lutei comigo mesmo para não ir em direção aquela luz, mas não consegui conter o ímpeto de alcança-la. E quando ela sorriu pra mim, foi como se toda minha alma manchada pela dor, pela saudade, fosse lavada, naquele momento eu me apaixonei, à primeira vista eu amei aquele anjo e quando voltei a encontrar com ela, descobri que o anjo estava gerando outro anjo e naquele momento eu soube, que a vida estava me dando uma nova oportunidade de ser feliz, o destino estava restituindo tudo que perdi, eu queria mais do que nunca prende-la a mim e não solta-la nunca mais.

Só que não tenho forças para lutar contra um amor tão forte, ela não escondeu de mim, o quanto ama o ex, ela sempre foi muito sincera, e ela ter me contado sobre o beijo que aconteceu, só me fez admira-la ainda mais, porque eu vejo honestidade nela, mas eu já sofri tanto, perder alguém já me marcou demais, não posso viver sabendo que logo o nosso felizes para sempre acabará.

Sei que disse para Giovana que o melhor era terminarmos agora, para não sofrer tanto posteriormente, mas eu estou sofrendo agora, deixa-la foi como cravar uma adaga em meu próprio peito, eu sei que eu poderia lutar, prende-la a mim e não deixar ela ir a lugar nenhum, mas não tenho forças, sua confissão de que terminaria tudo comigo para ficar com ele, me deixou fraco, sem armas e agora não sei o que fazer.

Não sei se fico e choro toda a minha decepção.

Não sei se vou até ela e digo que não vou deixa-la escapar de mim.

Não sei se simplesmente vou embora, e tento apagar o que já não se pode apagar, pois está tatuado em mim.

Não sei o que fazer, e não gosto de me sentir assim, eu sempre fui o cara proativo, sempre encontro solução para qualquer problema, hoje estou aqui, sentado no chão do quarto de hotel, olhando nossas fotos no celular e morrendo aos poucos.

Porque fui em direção a luz?

Porque me deixei ser guiado pelo pequeno anjo?

Porque? Porque? Porque?

Não encontro respostas para nenhuma de minhas perguntas.

AQUELE VERÃO - COMPLETAOnde histórias criam vida. Descubra agora