Nota da autora: Olá pessoal! E aí, o que estão achando da história? É importante pra mim a opinião de vocês então comentem, sintam-se livres para odiar, amar, torcer. A idéia é que possamos sentir tudo isso juntos.
Tem algum amigo ou pessoa que você acha que adoraria ler esse livro junto com a gente? Marque ele ou ela nos comentários! ✿
E sem mais delongas, veremos o que nos espera hoje.
Bjos!
Tay
POV: NANDA ♠
— O que??????!!!! — Os olhos de Amanda pareciam duas luas enormes demais para o seu rosto, também arredondado. A incredulidade e a dúvida dominaram sua expressão, embora esses sentimentos estivessem bem perto de transformar-se em mágoa.
— Eu sei é uma ideia louca, mas de certa forma está dando certo. — Respondi abaixando o tom de voz enquanto observava os poucos alunos sentados no refeitório da universidade. — E pode tirando essa cara! Eu te disse! Não estamos saindo de verdade!
— E isso importa? — Bufou encostando da cadeira e me encarando como se eu fosse uma completa desequilibrada. — Você sempre soube! Sempre soube a quanto tempo estou afim dele Fernanda! São dois anos! DOIS LONGOS ANOS!
— Eu sei! Eu sei! — Suguei o que restava da Coca no canudinho e a observei fechar a cara, parte pela fúria que a dominava bem rapidamente e parte pelo ruído que eu sabia que ela odiava. — Não é nada sério ok? Quer dizer, pelo amor de Deus Amanda! Você sabe que o Levi e eu somos amigos desde quase sempre! Ele é praticamente parte da minha família! Relaxa!
— Você o beijou?
Fitei-a com o canudo na boca enquanto o pequeno murmúrio ao nosso redor pareceu desaparecer. Senti um martelar incômodo no peito ao me lembrar daquela noite no galpão e me senti especialmente estranha quando me lembrei da sensação desconcertante do toque dele na noite anterior.
Engoli em seco e observei a mesa e as migalhas deixadas pelos sanduíches vendidos na enorme cantina que tínhamos a nossa frente.
— Ai meu Deus você o beijou?! — Levantou-se de um salto e fitou-me com os olhos lacrimejados. — Como pode?! Como depois de saber tudo o que sinto?!
— Amanda...
— Não! Não tente me convencer que isso é tudo por causa do Brian! Não faça isso Nanda!
— Mas é exatamente isso A! — Apertei as mãos em punho e a encarei sem paciência. — Eu não tenho nenhum interesse no Levi ok? Ele é meu amigo, meu melhor amigo, mas é só isso! Eu acabei de pegar meu namorado com a garota mais promiscua da faculdade... — Mordi os lábios e respirei fundo para controlar o tom da minha voz que estava começando a chamar uma atenção não desejada. — Tudo o que quero é que Brian entenda que não sou mais uma na sua lista de garotas descartáveis ok? O quero de volta...
Desviou os olhos dos meus e fitou o espaço vazio na cadeira a sua frente.
— Promete que é só isso? — Engoliu o choro e voltou a sentar-se, lutando por manter os olhos afastados dos meus.
— Sim. Eu tive todo o tempo do mundo para me apaixonar pelo Levi, por que isso aconteceria justo agora? — Sorri enquanto ela finalmente voltava a me olhar e abria um sorriso incerto.
— Ok. — Apertou uma mão contra a outra nervosa e fitou a mesa. — Será só por um mês certo?
— Só até a competição nacional.
— Ok...
— E depois disso acho que deveria falar com ele.
Fitou-me horrorizada, como se eu tivesse dito que ela deveria saltar de uma ponte.
— Eu... Eu não posso... Eu...
— Você é uma garota incrível, só um estúpido não veria isso.
— Mas ele nunca olhou pra mim desse jeito!
— Esse é o Levi. Nunca vi ele olhar desse jeito para nenhuma garota. — Dei de ombros. — Ele nunca está mais que alguns dias com nenhuma menina. Acho que essa é justamente a sua chance... Acho que deveria tentar permanecer mais que alguns dias na vida dele.
Abriu um sorriso doce e seus olhos brilharam enquanto assentia lentamente.
— Então depois das nacionais.
— Sim. Essa é a sua chance.
_________ ❤ ❤ ❤ ❤ ❤ ____________
Joguei a mochila em cima da cadeira e deixei o corpo cair pesadamente sobre a cama. O silêncio nem sempre era sinal de calmaria e a ausência quase total de vida naquele apartamento me assombrava.
Eu geralmente não alimentava medos. Desde pequena aprendi a controlar esse sentimento que em algumas pessoas parece ramificar até que seja praticamente impossível exterminá-lo depois. Medo ao desconhecido, medo do escuro, medo de tentar, medo de ser você mesmo... Contudo, esse silêncio me amedrontava e por mais que eu lutasse contra isso, estava crescendo dentro de mim vagarosamente, como veneno que se espalha a conta gotas.
Observei a telinha do celular por alguns segundos, perdida na foto do Renato Russo que eu havia colocado como proteção de tela. Não que eu o achasse sexy... Ele era um poeta.
Escorreguei o dedo pela tela enquanto o som da minha própria respiração me alentava.
Apertei o ícone do Whatsapp.
Nanda: "O que devemos fazer quando não temos vontade de fazer nada, mas estamos terrivelmente entediados?"
Levi: Podemos tentar descobrir isso amanhã?
Nanda: ...
Levi: Imaginei -.- Está sozinha outra vez?
Nanda: Não exatamente. Você está aí.
Levi: Tenho outra alternativa?
Nanda: Quanto sarcasmo Sartori! Está passando muito tempo comigo!
Levi: Você deveria conversar com eles.
Nanda: Você vai na festa amanhã?
Levi: Nanda... Quanto tempo mais vai fugir disso?
Nanda: Não quero falar sobre isso agora...
Levi: Ok. Mas eles são seus pais. É normal que se preocupe.
Nanda: Você vai na festa?
Levi: Não.
Nanda: Ok. Nos vemos as 21hs em frente a portaria principal.
Levi: ...
Sorri observando a tela do celular por um tempo, imaginando sua expressão contrariada enquanto finalmente me levantava da cama, me arrastava até o banheiro e abria a ducha.
Levi estava certo. Eu tinha que enfrentar esse silêncio. Tinha que afrontar esse sentimento estranho de medo que eu desconhecia.
Mas não agora.
Ainda não estava pronta pra isso.
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Sempre foi você
Roman d'amourLevi e Fernanda são compatíveis em quase tudo. Amigos de infância, suas vidas estão relacionadas nos piores e melhores momentos. Se Levi era a calmaria das águas, Nanda era a tempestade que tumultuava seu mundo tranqüilo. Certos sentimentos perman...