Quando se aprende a amar...

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Nota da autora: Como perceberam, a Nanda é fã de Legião Urbana e eu sou LOUCA é a melhor banda do mundo de todos os tempos (Ok ataque de fã. Já parei gente eu juro rsrs) por eles.

Achei essa música bem a cara deles.

"Quando se aprende a amar, o mundo passa ser seu..."



POV: NANDA

Desci as escadas em caracol ainda um pouco zonza de sono e identifiquei o tom baixo da voz da mamãe ao sussurrar no telefone.

— Então é assim que as coisas são? Você rouba anos da minha vida com esse papo mole e me troca por um modelo mais novo?

Sua voz continha uma rispidez quase assustadora. Permaneci imóvel enquanto ela seguia.

— Não Alejandro! Não podemos conversar sobre isso como adultos! Eu era apenas uma adolescente quando você resolveu que seriamos felizes para sempre e me engravidou de uma criança que eu não queria, então acho que agora mereço que me escute quando eu quiser ser escutada!

Apertou o telefone entre as mãos furiosa, seu sorriso convertendo-se em uma careta de puro sarcasmo. Não percebeu que eu estava ali até que esbarrei no pequeno vaso de flores na estante sem querer.

Fitou-me horrorizada e desligou o telefone sem se despedir.

— Nanda...

— Não importa. — Respondi mecanicamente enquanto me esforçava ao máximo por tragar as lágrimas e abrir um sorriso. Meus pais sempre haviam me proporcionado conforto, sempre estiveram presentes quando eu precisei, sempre me protegeram dos pesadelos e me contaram histórias para que eu pudesse dormir. O que quer que eles tivessem desejado antes de eu nascer não importava. Eles eram ótimos pais para mim.

— Querida eu não quis...

— Eu sei mamãe. Vou tomar café. Acho que o Lipe acordou.

Fitou-me em dúvida por algum tempo e relutando, subiu as escadas para ver o meu irmão.


Sentei-me em frente à mesa com um copo de suco de laranja na mão e virei o conteúdo forçando-me a colocar algo no estômago, depois troquei de roupa e saí para correr.

Corri até que meus pulmões pedissem clemência e o sol ameaçasse me derreter. Tinha certeza que se o treinador Tavares me visse pensaria duas vezes antes de me expulsar da equipe de atletismo da faculdade.

Voltei sentindo-me mais leve e dei de cara com Levi na porta do prédio.

Não pude conter o sorriso ao vê-lo. Seus cabelos desarrumados e sua bermuda xadrez, seu nariz arrebitado e seu meio sorriso que faziam seus olhos brilharem de uma forma já tão conhecida pra mim me fizeram relaxar quase instantaneamente.

— Correu até o Japão e voltou? — Fez uma careta ao ver como eu estava transpirada e recuou quando eu fiz menção de abraçá-lo toda asquerosamente suada.

— Fui até o fundo do oceano para encontrar uma estrela pra você.

Dei um passo em sua direção e abri a mão onde deixei que ele observasse a pequena e singular concha em forma de estrela que eu havia encontrado na areia da praia.

— Achei que você fosse gostar. Talvez ela te conte como encontrar uma sereia.

Fitou-me por longos segundos em silêncio enquanto pegava a concha da minha mão. Seu sorriso desapareceu dando lugar a uma dúvida que podia ser sentida por mim.

Sempre foi vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora