Flawless Curse

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Capítulo 01 - Home

      Então eu fiz... Fiz tudo o que eu deveria fazer para tornar todos felizes. Eu não era uma pessoa de má vontade, pelo contrário; eu sempre fazia de tudo para agradar aos outros, esquecendo-me da minha própria felicidade e, dessa vez, não seria diferente. Aliás, era a felicidade de minha mãe e de meu pai em jogo e eu não poderia dizer não para isso. Quer dizer, a princesinha nunca poderia dizer não a nada. Eu não queria estar fazendo isso outra vez, eu havia jurado não voltar nunca mais para aquela cidade estúpida. Foco, Caroline, faça isso pela sua mãe. E, bem, as circunstâncias e os motivos eram mais fortes do que meu desejo de não voltar para Londres. Há um mês minha irmã, Lucy, havia falecido em um acidente de carro, minha mãe, que morava e cuidava dela, estava deslocada e totalmente frágil com toda essa situação, então sua irmã avisou a mim e ao meu pai e, sem pensar duas vezes, pegamos o primeiro voo para Londres. Lucy sempre foi independente, nunca gostou desse negócio de ser princesa, achava uma perda de tempo. Lucy era o tipo de garota que não era domável, ela fazia o que queria na hora que queria e nada a impedia, nem mesmo quem a colocou no mundo. Papai não aprovava sua atitude, sempre acusava os plebeus de ensiná-la a não se comportar. Como em muitas das vezes que ela havia ido para outro lugar em vez de vir visitar papai, mas eu sabia que a culpa não era de mamãe, Lucy era uma pessoa difícil. Mamãe culpava-se por não ter controlado Lucy, tê-la deixado fazer tudo o que quisesse sem impedi-la e eu odiava vê-la sofrer por algo que não era sua culpa, principalmente quando eu estava com ela. Lucy havia mudado muito desde última vez que eu a tinha visto, seus cabelos, que eram loiros, estavam em um tom preto e seus olhos verdes rodeados por uma maquiagem pesada, suas roupas e vestidos tinham se transformado em calças escuras e blusas rasgadas. Não que eu tivesse algo contra pessoas que gostavam de preto e calças rasgadas, eu até gostava de me vestir assim, mas parecia que Lucy não era a mesma, ela com toda certeza tinha mudado.

      Papai e mamãe eram um casal, quer dizer, costumavam ser um casal, mas com todo os problemas em seu casamento - e com tantos olhares curiosos - eles se separam, mas quem escuta a história deles, gostaria de viver uma igual. Papai era de uma família muito nobre da Itália, sua família era praticamente dona de uma grande parte da Itália. Então, como na Inglaterra, a família de papai foi nomeada como a família real. Papai estava prestes a tornar-se rei quando conheceu minha mãe,e acabaram se apaixonando perdidamente. Então, como em todos os contos de fadas, nasceram duas lindas herdeiras, um tanto quanto brega para os dias de hoje, e eu concordava plenamente. Depois da separação, os dois decidiram que cada um ficaria com uma filha, eu fiquei com meu pai e minha mãe, com Lucy. Príncipe, realeza, soava meio cafona, mas meu pai era sim um príncipe em pleno século 21. Quer dizer, ele agora era rei de Florença, uma das cidades mais lindas da Itália, e eu não queria sair nunca dela, nunca, nunca mesmo, mas como todos dizem: nem sempre temos o que desejamos. Papai havia virado rei logo que seu pai morreu depois do meu nascimento e, em consequência de ter virado rei, eu havia virado uma princesa. Ser princesa não era tão diferente de ser uma plebéia, tirando as festas, os vestidos, e os babões querendo puxar seu saco, da pra ter uma vida normal. Eu não gostava de ser princesa, aliás, quando ia pra casa de minha mãe, eu podia me libertar e fazer tudo que uma garota normal fazia: falava palavrões, arrotava, usava jeans surrado, blusas de bandas e tênis. Pareciam coisas estúpidas, mas, para mim, eram gritos de liberdade. Mas, bem, isso não era o único motivo de eu estar desembarcando em um aeroporto em Londres. Mamãe precisava de mim para ajudá-la com todo esse sofrimento, então como um gesto carinhoso - e depois de muita briga - os dois decidiram que eu deveria morar com ela para ajudá-la a se recompor, decidiram que eu não poderia morar no luxo de um castelo toda a minha vida, pois eu poderia vir a ser uma ditadora no futuro. Calúnia!, era o que tudo isso era. Eu nunca humilhei ninguém nem, muito menos coloquei meu posto como nobre para ganhar as coisas, mas eles tinham a certeza de que eu não iria aceitar - e não ia mesmo - e eu daria uma das soluções dos jovens de hoje, como meu pai diz, para ficar em Florença. Então, decidiram me forçar, mas eu não os odeio por isso. Seria muito mesquinho e eu sabia o que eu deveria fazer, mesmo que isso pudesse acabar com toda a minha vida.

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