Capítulo 6

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O carro parou em frente a um hotel chique no Rio de Janeiro. Ana saiu do carro, com a ajuda de Antônio, olhou para cima e suspirou. Lindo, simplesmente lindo, pensou.

Nunca esteve lá e nunca imaginou estar. Quando entrou, seu queixo caiu de tanta beleza, tanto o espaço quanto as pessoas. Foram até a recepção e Antônio fez o check in. Sua bolsa, com as roupas, fora levada para o quarto junto, com a mala de Antônio.

-Essa é a sua chave - Antônio lhe deu um cartão. - Quando acabar o jantar, te levarei lá. - Ana percebeu, que guardara um cartão parecido com o dela no bolso, interno do palitó. Pôs-se ao seu lado e, ao invés de lhe dar o braço, colocou a mão em suas costas.

Ana empertigou as costas e caminhou junto com ele, até o salão onde seria o jantar.

Chegaram a porta que havia dois seguranças, que os cumprimentaram, com toda a educação e não perguntaram os seus nomes, nem mesmo o dela, por estar com Antônio.

Quando entraram no salão, Ana suspirou de novo. Não era apenas um jantar informal?, Pensou ela, mas resolveu ficar quieta. O salão era grande e tinha para mais de vinte mesas, todas redondas, com oito lugares cada. Os detalhes dos pratos brancos, sobre as toalhas rosês eram ressaltados por buquês de rosas champanhe naturais.

Antônio, que mantinha a mão nas costas de Ana, conduziu-a para a mesa do centro. Nela, já havia dois casais, um mais jovem que o outro, que parecia ter a idade de Antônio.

O rapaz, levantou quando viu Antônio e lhe lançou um olhar terno, para Ana, um olhar indiferente. Ana não pôde deixar de reparar como era bonito, os cabelos loiros escuros, olhos claros e ombros largos. O tipo de homem que Ana gostava, mas que nunca olhava para ela. Quando se aproximaram, todos repetiram o movimento do mais novo.

-Oi pai - falou o rapaz, abraçando Antônio. - Essa é Aline. - Uma loira de cabelos longos, pernas compridas e porte de modelo, deu dois beijos ao cumprimentá-lo.

-Prazer, seu Antônio. - Claro, que o filho de Antônio ficaria com a menina de Malibu, pensou Ana.

-Oi. O prazer é todo meu. Essa é Ana. Ana, esse é meu filho, João e Aline, sua acompanhante. - Ana sorriu e foi educada, cumprimentando-os. Não deixou de notar que João não queria fazê-lo. - Esses, são meus amigos de longa data. Silveira e sua esposa, Beth.

-Muito prazer - ela agiu da mesma forma, só que eles foram mais atenciosos que os outros.

-Ah, as meninas chegaram. Vem Ana, vamos conversar - Aline puxou Ana pela mão. Ela olhou para Antônio, que assentiu e depois seguiu Aline.

-Oi meninas - Aline beijou-as no rosto e apresentou Ana, às três meninas. Juliana, Natália e Bruna.

Todas modelos, lindas com cabelos lisos e longos. Mais altas que Ana, mesmo essa com salto e vestido perfeitos. Ana, pensou que mesmo se elas estivessem de Havaianas, se sentiria da mesma forma: deslocada e feia.

-Ana, adorei o seu vestido. - Falou Bruna, a morena com vestido verde e saltos dourados. - Onde o comprou?

-Quem o desenhou? - Perguntou Natália, a ruiva com vestido azul anil e saltos vermelhos.

-Não sei quem desenhou. Comprei numa loja do shopping. - Ana falou. - Nada como um pretinho básico, não?

-Verdade. - Falou Juliana, bebendo o champanhe. - Eu tenho vários vestidos pretos. Adoro! - Ela era loira e usava um vestido vermelho escuro.

Após meia hora de conversa, Ana sentiu vontade de fumar. Metade da conversa foi sobre vestidos, a outra sobre moda e a parte final sobre Fashion Week, que teria em Paris. Quando Ana falou que nunca estivera lá, elas começaram a dizer como era lindo e um ótimo lugar para passear e namorar. Ana queria correr dali, mas ouvia e sorria educadamente. Esse choque, com seu mundo real, deixava-a inquieta.

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