Capítulo 28

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A semana passou rápido. Não, ela voou! O tempo sempre passava rápido, quando se tem muitas coisas para fazer e a sua cabeça, está na lua. Mesmo sendo quinta, Ana já estava com cansaço da semana inteira. Parecia que o seu corpo precisava de férias.

Depois do trabalho, entregou Matheus a avó, dando recomendações para estudar para a prova do dia seguinte. Entrou, se arrumou, passou o seu melhor perfume e saiu, depois de se despedir da mãe.

Sua mente estava leve, seu coração pulando no peito e o estômago... bom, esse ficou em casa, de tanto nervoso com o que poderia acontecer, ele não poderia aguentar.

Avisou a João, que estava no caminho e viu uma chamada perdida de Ricardo. Não ligou, estava sofrendo outras coisas no momento, até uma queimação.

Desceu do ônibus e quando virou a esquina, João estava no portão do prédio e Ana sentiu um aperto no coração e um frio na barriga. Ele riu ao reconhecê-la.

Num movimento rápido, Ana viu uma figura conhecida se levantar da mesa do bar mais adiante. Não pode ser, pensou Ana quando Ricardo veio em sua direção, passando pelo João.

- Ana - Gritou Ricardo. João percebendo o estado do rapaz, ficou ao lado de Ana.

- Ricardo - falou ela baixo. Quando ele a abraçou e tentou beijá-la, ela não deixou.

- Por que não atende minhas ligações? - sua voz já estava confusa pelo excesso de bebida.

- Eu já te falei, que não nos veremos mais, Ricardo. Não mais, sozinhos. - Ana olhou para João. - João esse é Ricardo. Ricardo, João. - Ana apresentou, mas eles não fizeram nada. João percebera a hostilidade no amigo de Ana, ela sentiu a tensão do momento.

- Quem é ele, afinal? Não parece ser apenas um amigo - João olhava para Ana intrigado.

- Eu sou o "ligue e tenha*. - falou Ricardo alterado. - Ela é minha puta.

- Eu não sou sua puta, Ricardo - falou Ana com desdém. - Você está bêbedo!

- Eu fiquei com você quando estava carente, sozinha. Quando ninguém mais te quis! Você não vai me deixar, assim. E, depois, sempre fazia tudo o que eu pedia. Tudo! - Ana sentiu vergonha daquela exposição, humilhada. Na frente de todos, que passavam na rua e estavam no bar. Ela não queria mais aquilo para ela. Não conseguia olhar para ninguém.

- Pare com isso, Ricardo - falou com a voz trêmula.

- É por causa dele, que você não me atende? - Ricardo não parou.

- E daí se for! Eu não te devo explicações! Você que não é e nunca foi, nada meu! - falou Ana se exaltando. Ricardo riu de como a deixou nervosa, estava conseguindo tirá-la do sério.

- Se for por causa dele, nós seremos sócios! - Ricardo sorriu de lado, estava gostando demais daquilo. O que Ana fizera, não saíria de graça.

João que olhava de um para o outro e vendo as pessoas se aproximarem, não aguentou. Ele fechou a mão e socou Ricardo, bem no nariz.

Ana percebeu que João iria bater de novo, quando Ricardo não caiu no chão. Apesar de toda a força, empenhada no golpe. Ela o segurou quando viu os amigos de Ricardo, se aproximarem mais.

- Aprenda a respeitar uma mulher, seu babaca! - gritou João, com Ana o puxando para a portaria do prédio, sem sucesso.

João deu mais um soco em Ricardo, que, dessa vez, caiu nos braços dos amigos. Quando iam revidar, o segurança da rua chegou, perguntando o que estava acontecendo.

- Ele desrespeitou minha namorada! Chamou-a de puta! - falou João alterado e com o dono do bar, afirmando o que ele dizia. Ana que estava segurando o choro há um tempo, já na portaria esperando João.

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