Capítulo 24

924 126 34
                                    

Chegaram ao cinema, entraram na fila e João puxou assunto com Matheus, sobre os jogos que o menino gostava. Ana admirou atitude de João, se fosse outro, teria desistido no primeiro silêncio do menino, mas ele insistiu. A sessão que queriam, estava lotada e compraram os ingressos para a próxima.

Matheus preferiu o lanche a pipoca, então foram lanchar enquanto esperavam a hora do filme. João conseguiu manter o diálogo com Matheus, enquanto Ana via o shopping lotado por ser sábado a noite.

Todos passeavam, compravam ou passavam hora, como eles. As pessoas viam vitrines e riam de alguma coisa que ouviram.

Percebeu nesse momento, que com a presença de João, eles pareciam uma família. As pessoas olhavam e depois desviavam o olhar, como se não pudesse fazer nada a eles. Ana sentiu segurança pela primeira vez em muito tempo, porque sempre que saía com o filho, ficava atenta ao que podia dar errado.

Com João ao seu lado, relaxou e deixou-se levar pelo momento, e com a sua mão no ombro dela e a mão de Matheus no outro lado.

Depois do lanche, passearam pelos corredores do shopping mais uma vez, entrando na livraria. Matheus olhava os livros com capas engraçadas e Ana procurava o livro. João ficou atrás dela espiando, como ela procurava, pegava, lia a contra capa, e se não interessasse, colocava de volta na estante.

Quando uma pessoa passou pelo mesmo corredor em que estavam, João chegou para frente e encostou-se nela, sem perceber. Ela o olhou por cima do ombro e a lembrança daquela manhã voltou a mente dos dois. Com a proximidade, João não resistiu e segurou a cintura dela, beijando-lhe rápido na boca.

Nada de espetáculos, pois estavam com o filho dela. Mesmo assim, os olhos dela faiscaram com a promessa e ele percebeu o desejo neles.

- Procurem um quarto - falou alguém atrás dos dois. Aquela pessoa tinha adivinhando o pensamento de ambos. João virou e sorriu quando viu Nando.

Nando era alto, moreno, de olhos pretos, corpo natural, nem magro nem gordo. Mas deixava de ser belo.

- Fala, cara - João soltou Ana, para apertar a mão do amigo. Ele tinha um carinho especial por Nando.

Ele fora o primeiro amigo que conheceu, quando se mudou para Niterói, sua família o adotou quando a mãe de Nando, descobriu que ele passaria o natal sozinho. E lá se foram dez anos de amizade.

-Não sabia que você, sabia ler. Aprendeu quando? - Perguntou Nando bem-humorado.

- Esta é Ana. Ela é professora, então sabe como é... - João embarcou na brincadeira.

- Prazer Ana. Que bom que ensinou alguma coisa a esse cabeça dura. - Nando deu um tapa nas costas de João.

- O prazer é meu - falou Ana - em ajudar. - os dois riram.

Nesse momento, Matheus se aproximou. Nando olhou para o menino, depois para Ana e depois para João, que entendeu.

- Isso é novidade. - Nando pensou alto.

- O quê? - perguntou Ana.

- Deixa pra lá. - Nando sorriu para ela. - João, amanhã na praia?

- Sim, claro - falou João, sem graça pelo momento. Olhou o relógio. - Vamos, está na hora.

- Matheus está na hora, depois voltamos aqui. - Chamou Ana.
Saíram da livraria, depois de se despedirem de Nando.

Chegando no cinema, foram para a sala de exibição e João teve a sua primeira experiência em filmes de animação.

Mesmo optando por não comprar pipoca , Ana comprou o combo para o filho ganhar o copo do filme e ela pagou a contra gosto de João, que queria bancar tudo. Ela sentou-se no meio dos dois, com o balde e os refrigerantes em seus suportes.
Achou engraçado a reação de João, que riu em cada piada do filme.

Sonho RealizadoOnde histórias criam vida. Descubra agora