Capítulo 31

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Ana estava nervosa. Mesmo com todas as coisas que deixavam uma mulher confiante: um vestido vinho de festa, lindo, tomara-que-caia, longo, que realçava o seu bronzeado de praia; cabelo cacheado com luzes até o meio das costas, afinal era a moda, e a maquiagem perfeita que deixava sua boca em destaque, com batons mate, também da moda.

Chegara em frente ao Copacabana Palace num carro preto e sozinha, apenas com o motorista que foi buscá-la, mas sabia quem encontraria lá dentro para o evento da noite. E isso a deixava nervosa. Sua mão e a face suavam horrores, nem pensar em passar a mão nos olhos, já que a falta dos óculos os faziam piscar.

Estendeu a mão para abrir a porta do carro e sair, mesmo sabendo que o motorista faria esse esforço, e parou:

- O que estou fazendo?

Congelada naquela posição, viu o motorista se aproximar, abrir a porta e lhe estender a mão. Ela segurou, mas não se moveu. Ele a olhou com cumplicidade.

- Vai dar tudo certo. - disse apenas para Ana ouvir.

Ela saiu do carro e olhou em volta. Aquele era um evento diferente, havia um tapete vermelho até a entrada no hotel e fotógrafos de cada lado, porém não havia multidão. Ana segurou a saia do vestido e andou pelo tapete.

Senhor, que eu não tropece e caia! , rezou ela. Respirou fundo e andou, parou quando o fotógrafo do lado esquerdo pediu e sorriu. Entrou no hotel de forma esplêndida até para o nervosismo dela. Havia um segurança muito bem arrumado, que lhe perguntou o nome. Ela respondeu e ele lhe informou que estava sendo esperada. Aquilo deixou o coração e o estômago aos pulos. João já esperava!

Passou pelo saguão de entrada atraindo os olhares de uns poucos que estavam ali e foi para a porta do salão de festas. Nesse havia uma escadaria que descia. Parou ali, olhou para a festa cheia que desenrolava embaixo, procurava o motivo por estar ali.

O salão estava enfeitado com motivos natalinos, nas cores verdes e vermelhas, com toques de dourados. Até os arranjos das mesas continham essas cores, porém as toalhas eram brancas.

Entretida em seus pensamentos, Ana não reparou na comoção que houve atrás dela, como se tivesse chegado alguma celebridade. A pessoa parou ao seu lado, sorrindo e olhando para ela com desdém.

Aline em sua beleza, alta e loira, usava um vestido azul claro, com saias longas que saiam da sua cintura. Todos do salão olharam para o topo da escada e perceberam as duas mulheres deslumbrantes que estavam ali.

Porém sua atenção se voltou para a Aline, que sorria e acenava para alguns amigos. Ana não se importou, ela tinha um objetivo, procurava pelo João.

....

- Ela está demorando - falou João para Antônio, um pouco antes de Ana chegar.

- Calma, filho. Ela chegará. Já está a caminho. - Falou Antônio esfregando as costas de João para reconfortá-lo.

- Eu sei, mas ela está demorando. - João não cabia em si, apertava as mãos para controlar a ansiedade.

Para Ana ser sua namorada se verdade, tinha que apresentá-la a sua irmã. Ele ansiava por isso. Do mesmo jeito que fora rápido a sua mudança.

De novembro até ali, ele mudara, e se arriscava dizer que gostava muito de Ana. Antes a repulsa e o não querer, o faziam ter dúvidas quanto a mulher, que agora estava em seus pensamentos. Mas depois da noite deles, ele sabia que gostava dela, e não podia deixar aquela mulher escapar.

- Olha quem chegou! - falou Joana olhando para o topo da escada. Ela viu a mulher linda de vestido azul e imaginou que era a que João esperava.

Os olhos de João brilharam e Joana pensou que avertara. Ele foi rápido ao pé da escada quando as duas mulheres começaram a descer. As duas eram lindas, porém de belezas diferente.

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