Capítulo 5

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No almoço, com menos sacolas do que pretendia, Antônio deu a Ana um envelope.

-O que é isso? - Ana pegou, abriu e o devolveu. - Não posso aceitar. Você já me deu muitos presentes, hoje.

-Isso faz parte dos presentes. O combinado é te mimar. Então, te comprei roupas para ficar bonita ao meu lado. Agora, o dinheiro é para você se cuidar. Sei que mulher gosta de ir ao salão fazer o cabelo, unhas e outras coisas.

-Você já foi casado? - Ana perguntou sem pensar, mas realmente queria saber, já que ele não falou muito sobre sua vida no primeiro encontro.

-Já - ele foi pego de surpresa. - Sou viúvo e tenho dois filhos. Na verdade, tenho 55 anos, minha filha tem 36 anos e meu filho, que você vai conhecer na sexta, 31.

-Eu vou conhecer seu filho? - Ana quase engasgou com o refrigerante, falara sem pensar mais uma vez. Onde foi parar o freio da minha língua?

-Claro - Antônio suavizou sua expressão. - Ele, estará no jantar.

Ai meu Deus, isso é sério?, Pensou Ana.

-O que você disse? - Perguntou Antônio. Ana o olhou, respirou fundo e manteve acalma.

-Nada - Antônio tinha ouvido o seu pensamento, mas resolveu não insistir.

-Certo. Fique com o dinheiro.

-Antônio, se eu aceitar o que você vai querer em trocar? - Ana olhou-o de um jeito firme. Ela foi direta, não tinha tempo a perder.

-É com isso que você está preocupada? - Antônio sustentou o seu olhar.- Quer deixar isso claro, não? - Ana fez que sim, com a cabeça e ele foi o mais sincero possível. - No momento, a sua companhia, sua conversa. Você é diferente das meninas, que aproximam de mim.

-Sei disso. Não sou tipo, uma modelo loira que você gostaria. - Ana olhou para baixo.

-Isso mesmo - Antônio falou. Ana ruborizou. - Não na beleza, Ana. Você tem uma beleza diferente, natural. Digo a cabeça, você tem ideias. - Ana levantou o olhar esperando que continuasse - Essas modelos, só falam coisa de moda e beleza. As inteligentes já são casadas e não dependem de ninguém.

-Como assim?

-As modelos, que pensam tem seu próprio dinheiro, sabem como subir na vida sem ninguém. As que tem beleza de modelo e se aproximam de mim, são burras.
- Antônio levantou as mãos. - Então não Ana, não quero sexo como pagamento e não forçaria a você a fazer nada que não quisesse. Esse dinheiro é seu, mais um mimo. Use como quiser.

-Confesso, que estou aliviada. - Foi a vez de Antônio arregalar os olhos. - Não, por isso. - Falou Ana, adivinhando os pensamentos dele. - É que transar com alguém assim, sem conhecer direito e por dinheiro, não é a minha. - Antônio entendeu. Se fizesse sexo com ele um dia, seria por gostar dele. Admirou sua sinceridade.

-Então, vamos ser amigos. Resolva a questão de sexta, ok? - Ana assentiu e voltaram a comer.

Conversaram sobre coisas cotidianas e depois Antônio a levou para casa. Se despediram e Ana entrou.

-Que sacolas são essas?

-Boa noite, mãe. São umas roupas que estava precisando. Comprei com o 13º. - Ana falou, indo para o quarto. Seu pai estava na sala e ficou quieto, apenas observando.

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