Capítulo 13

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Cadê a foto?

A primeira ação de João ao acordar às oito da manhã, foi pegar o celular. Realmente ficara esperando a foto, mas ela nunca chegou. Entrou na conversa com Ana, para ver a última vez que ela vira o aplicativo. Aquilo havia sido as seis e meia da manhã. Essa mulher acordava cedo, o que será que ela fazia?

"Bom dia". Digitou, antes de sentar na mesa para tomar o café da manhã.

Cleuza, sua diarista, já estava quase na metade do trabalho doméstico, que ele nem se atrevia a fazer. Ela se encontrava limpando a cozinha e lavando a roupa, também fazendo o almoço, apenas para ela. Ele almoçava no trabalho mesmo por isso não se preocupava, mas deixava a janta pronta. Saía de manhã e voltara para casa só a noite. Quando voltava.

-Bom dia - ele falou, sem saber onde a diarista estava.

-Bom dia, Seu João. - Falou ela do quarto, pois entendia que quando ele se sentava a mesa, era a deixa para ela arrumá-lo.

Ele riu, pensara que ela estivesse na cozinha, deve ter passado rápido para lá. Ficou sozinho tomando o café e olhando o celular.

Perguntava-se porque se preocupava tanto com Ana. Por que ela não saía de sua cabeça, nunca pensara em mulher alguma assim. Precisava de outra para esquecê-la, afinal tinha que entrar nessa relação de cabeça fria, porque se fosse com muita sede ao pote, poderia acabar levando um tapa na cara. Sim, ela mexia com ele. Sim, ele tinha curiosidade de conhecê-la melhor. Sim, ele queria levá-la para cama. Valha-me Deus!, Pensou ele, passando a mão na cabeça.

Ela plantou a semente em sua cabeça quando falara do biquíni e da depilação. Ficou em dúvida se essa viagem era uma boa ideia. Por que seu pai fizera isso com ele? Por que ela fizera isso com ele? Por que o estigou?

Com as outras meninas era fácil adivinhar como seria a noite da viagem, com Ana não. João na verdade nem sabia se deveria ter esperança com ela. Talvez seu pai soubesse. Talvez ele, precisava de algo diferente, mas cabia a João a decisão de fazer a vontade do pai ou não. Será que valia a pena? pensou ele, enquanto terminava o café da manhã.

Levantou e foi para o banho, tinha que trabalhar e com o pai no hospital, trabalharia mais e até tarde.

Demorou um pouco no banho, enquanto pensava nela. As imagens de misturavam com o encontro que tiveram e com um futuro incerto da viagem.

Ao sair do banheiro de sua suíte, pegou na cama o terno que Cleuza, ao arrumar o quarto, separara para ele e o vestiu. Pegou carteira e chaves de cima da cômoda e saiu do quarto. Como trabalhava no Rio, não teria o feriado na terça, pois esse seria apenas em Niterói. Sabia que Ana era professora então teria a folga, queria saber o que ela faria. Queria saber mais sobre. De repente, já começara a decidir. Será?

Na ponte, a caminha do trabalho, pegou o celular quando o trânsito parou, o que era normal, já que parecia que a maioria das pessoas de Niterói trabalhavam no Rio.

"Bom dia. Tudo bem?" , a mensagem de Ana iluminou o seu sorriso.

Era isso que faltava na vida dele, virar um bobo apaixonado. Ele riu alto desse pensamento.

"Tudo bem e você? Cadê a foto que me prometeu?" Respondeu e deixou o celular de lado, quando o trânsito andou um pouco, sabia que a foto nunca viria, mas não custava tentar.

Chegou no prédio alto com janelas espelhadas, com o seu Ranger Rover Evoque, alto e preto. Apesar do calor, o vento da orla refrescava o seu corpo, dando-lhe uma sensação agradável. Para que passou mais meia hora no trânsito parado, esticar as pernas era ótimo. Chamou o elevador e olhou o celular.

"Você não recebeu? Será que mandei para o outro?" João juntou as sobrancelhas e pensou que tipo de relação ela tinha com o "outro". E se havia outro.

"Eu não recebi. Envia aí!" . Digitou e o elevador chegou ao seu andar, onde as pessoas abriam o caminho para ele passar.

"Agora não dá. Estou ocupada. Depois envio". João riu. Se ela queria fazer aquele jogo, por ele tudo bem, pelo menos o gelo era quebrado.

E se ela queria enrolá-lo por causa de uma foto, ótimo. Ele também sabia jogar, era o mestre nesses jogos. Viu a mensagem de Ana, mas não respondeu. Estava pensando na próxima jogada.

Quando sentou à mesa, só levantou a cabeça na hora do almoço. Sem o Antônio ali, todo a trabalho caíra em cima dele.

Olhou os papéis da bolsa que seria de Ana e precisou de dados que apenas ela podia dar. Próxima rodada.

"Ana, preciso te encontrar. Pode ser hoje?" Mandou a mensagem no meio do almoço/lanche que fazia todo dia.

Seu prato era o de sempre, arroz, salada e frango grelhado. O restaurante era conhecido por todos do escritório e João gostava de ficar na varanda dele.

"Deu sorte. Hoje estou livre." Respondeu ela. Muito bom, ela já estava se enquadrando e ganhou um ponto.

"Ok. Seu filho está com você?" Perguntou ele enquanto vestia o palitó e seguia novamente para o trabalho.

Guardou o celular no bolso, porque ali tinha muito assalto e todo cuidado era pouco. Só o pegou de novo, no escritório.

"Não. Dormirá com a avó. Que horas nos vemos?" Respondeu ela. João pensou.

"Venha a minha casa. Será rápido, prometo. As vinte horas."

O seu assistente, Rodrigo, entrou na sala e deixou mais alguns papéis em sua mesa. O olhar de João, como se fosse comê-lo vivo, fez o rapaz sair correndo de lá e fechar a porta, sem bater. Sua fama de chefe duro não era para menos, não tolerava qualquer deslize de sua equipe, assim como não perdoava o seu. Perfeição era o que queria, mesmo que fosse difícil alcançar.

"Onde você mora?" Ela perguntou.

Ele respondeu com o endereço e depois veio a confirmação.

" Combinando, estarei lá." Ana Iria na sua casa.

Mais uma rodada. Que os jogos comecem!!

Pensou, ele girando em sua cadeira e rindo.

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