O restaurante era típico aquele de cidades praianas. Tinha mesas de madeira na varanda em frente à praia. Não precisava de ar condicionado, pois a brisa que vinha da orla refrescava a todos ali. Uma das vantagens de ser a beira mar.Ana dessa vez escolheu um churrasco misto, tinha fome e pelo o que vira no almoço, nada sobraria daquele prato. João o comeria sozinho, se ela deixasse.
-Me conte mais sobre a conversa e com Aline. - Falou Ana, interrompendo o silêncio em que estavam desde da pousada.
-O que quer saber? - ele foi direto, apreciando um drink gelado.
-Como ela reagiu ao término, todos da festa viram, mas o que houve quando conversaram sozinhos? - Ana bebeu um gole de sua cerveja.
Reparou no momento, em ele decidia se contava a verdade ou apenas passava por cima. Ele não conseguia parar os olhos, a confusão estava ali. Mesmo assim falou.
-Ela se magoou, como eu disse na praia. Gosta de mim de verdade - João olhou para a praia. - Disse que queria casar comigo, que tínhamos futuro, mas não a vejo como esposa. Nunca a vi assim, muito menos como mãe. Eu não entendi, porque nunca dei esperanças de algo assim.
O que não falou, foi que Aline implorou chorando para que não terminasse com ela e que ela faria tudo o que ele quisesse. Este tipo de informação, humilhava qualquer um. Apesar de serem da mesma classe social, não gostava de Aline para namorar, ela apenas evoluiu esse pensamento, pelos momentos que passaram juntos. Mas para ele, não passava de mais um caso.
-Você deu oportunidade de ela te mostrar? Você não me conhece, João. Apenas em festas e agora. Não sabe como sou fora daqui ou desarrumada. - Falou Ana.
Ela tinha razão mais uma vez, não a conhecia fora dali mas queria conhecer, e esse era o diferencial. Dois mundos diferentes, duas pessoas se conhecendo normalmente. Como isso pôde acontecer?
-Saí com Aline algumas vezes sozinho. Conheço-a há algum tempo. Não me pareceu diferente das outras meninas, entende? Sabe o que era curtir uma viagem, fala outras línguas, mas não quis se formar. Ainda está se decidindo. Acho que Aline nunca lavou um copo e acredito que suas aventuras na cozinha, era apenas aquelas receitas práticas ou alguma da televisão. Quando eu casar com alguém, quero pelo menos que ela saiba administrar uma casa. - Ana quase levantou a mão, dizendo "eu".
-Se você não sabe fazer, como vai cobrar ou dizer o que quer? - Ana concluiu. João concordou.
Ele se empenhara na graduação justamente por acreditar nisso. Sabia o que fazia e como queria que a empresa funcionasse e desse jeito estava dando certo. Mesmo com Antônio longe do trabalho, fechara dois contratos ótimos com marcas de celulares e notebooks. E renovara três, após o jantar.
-E você? Sabe o que quer Ana? - Demorou para ela responder. Parecia uma pergunta de duplo sentido. Sim, no momento dormir com você. Ela deu um sorriso de lado.
-Se a pergunta foi sobre a casa, sim. - Melhor deixar claro. - Quero ter minha casa, como já tive um dia e sei fazê-la funcionar. Minha família andava limpa e sempre havia as refeições na hora certa. Mas não sirvo para dona de casa. Gosto de trabalhar fora. - Ana pareceu firme, ativa e acumular funções não seria problema para ela.
-Percebo isso em você. - Ele falou cortando a carne que chegara. Suculenta, dava água na boca de qualquer um.
-E você, quer se casar um dia? - ela perguntou, fazendo-o pensar.
João sabia o queria de uma mulher, de uma esposa, mas realmente nunca pensara em se casar, até o momento que surgiu o assunto. Ele tinha mais dinheiro que podia gastar, a mulher que quisesse e quando quisesse. A vida de solteiro era ótima para ele. Será que se casar mudaria isso?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sonho Realizado
RomanceCapa de @RosieSenna Ana é uma mulher comum, mãe solteira e guerreira, que um dia se arrisca em um site de relacionamento. Sua vida muda ao conhecer Antônio, que além dos mimos, lhe dará oportunidades que antes nunca tivera. Mas tudo pode acontecer...