Capítulo 23

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João riu ao ver a resposta dela. Por um momento, achou que ela tinha ficado sem palavras e pensou na piada. Bela jogada e fiz um gol!

Ele estava sentado em sua mesa de jantar, sozinho, com o notebook a sua frente. Contas para verificar da empresa e e-mails para mandar, para seu pai e sua irmã. Com uma taça de vinho ao lado, pensou que não poderia sair para a balada, naquela semana. Teria que ajudar ao pai, que saíra do hospital naquela segunda, logo o veria, sempre depois do trabalho.

Levantou para pegar o telefone sem fio, do aparador e discou o número da sua irmã.

- Alô - ela atendeu.

- Joana?

- Oi mano. Tudo bem aí? - ela foi atenciosa.

- Sim. Te mandei as finanças do ano, depois vê no e-mail.

- Tudo bem. Mas e o resto? Badalando por aí?

- Mais ou menos. - ele lembrou de Ana. Badalação agora, será com ela. - Liguei para te contar, que pai saiu do hospital. Já está em casa. Coloquei uma enfermeira com ele, por causa dos remédios que sei, que ele não tomará sozinho. - O silêncio foi incômodo e longo do outro lado. - Joana?

- Que bom. - foi tão seco, que se ela perguntasse quando seria o funeral, soaria mais caloroso.

- Bom Joana, estou te mantendo informada... - ele começou em tom de bronca.

- João, não quero brigar. Não por causa dele. Fico... aliviada, dele ter ido para casa. - Ela falou apenas para agradar o irmão.

- Obrigado. Não quero ser o único a me preocupar. - Ele falou, mesmo sabendo que era o único.

- De nada. Você está se alimentando direito? Tem feito exercícios? Não caia como ele, João, se cuide. - Ele riu da irmã.

- Pode deixar. Vamos dar uma festa de natal, aqui no Rio. Quero você aqui. Virá os investidores do sul.

- Tudo bem. Vou sim. - Joana voltou a ser calorosa com ele.

- Então, te espero. Dormirá na minha casa ou no hotel?

- Sabe que prefiro dormir no hotel, João. Nada contra sua casa, mas você me conhece...

- Independente, sei. Como seu marido lida com isso?

- Muito bem. - Riu Joana.

- Claro. - João achou melhor não se estender.

Se tinha uma coisa que Joana brigava, era pelo marido. João achava ele um explorador, do dinheiro, da empresa, de sua irmã. Mas se alguém dissesse isso em voz alta, Joana saía do sério. Era um amor que ele não sabia explicar. Como ela foi amar Leandro, era uma dúvida, mas ele não estava afim de brigar, não com ela, não naquele dia.

- João...

- Oi, estou aqui. Vendo os e-mails, me distrai. Desculpa.

- Nada irmão. Vá descansar. Depois me diga quando será a festa, para colocar em minha agenda. Já recebi os e-mails. Vou verificar e te falo amanhã.

- Certo, irmã. Beijos e boa noite. - sempre que podia, era atencioso com ela.

- Beijos. - Joana desligou. João sempre esperava ela desligar.

Houve uma vez, em que ele havia pensado que ela desligara e fechou o celular. Quando chegou em casa, ouvira o maior sermão desde que sua mãe morrera. Depois disso, deixava Joana desligar primeiro. Uma coisa ela não podia negar, puxou o jeito autoritário do pai. Pensando melhor, os dois puxaram.

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