Incêndio

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No Sábado de manhã resolvi fazer uma faxina no meu quarto. Tirei tudo de dentro do guarda roupa, aproveitei para ver se tinha algo que não me servia mais. Provei peça por peça, algumas estavam curtas e outras velhas demais. Separei as que eu iria guardar, tirei caixas de sapato e abri uma por uma, quando faltava uma caixa, fiquei analisando ela. Era bem familiar, mas não tinha nenhum calçado dentro, estava leve. Quando abri dei de cara com Sr. Jones!

- Mas o que? – Arregalei os olhos ao ver o urso de Erick. Estava comigo e eu não sabia. Tentei relembrar na memória se me recordava de algo, até que vi a Cassie pequena correndo pra dentro de casa com o urso em mãos. No dia em que Erick arrancou a cabeça do Cody eu roubei o Sr. Jones. Meu deus, sou uma ladra. Saí do meu quarto em direção a sala, mas me contive ao lembrar da nossa briga. Parada na escada vi meu pai na cozinha. Voltei ao quarto e guardei o urso. Fui para a cozinha e meu pai lia o jornal.

- Bom dia. – Falei.

- Oi querida. – Sorriu. – Como você está?

- Bem, vamos fazer algo de especial hoje? – Pedi. Dei um grande abraço nele.

- Pensei em fazer um almoço especial hoje.

- Oba!

- Eu e sua mãe vamos ao mercado comprar as coisas, quer ir junto?

- Não, estou fazendo uma faxina no meu quarto e está longe de acabar. – Rimos.

- Tudo bem, estou esperando sua mãe descer aí vamos. – Assenti. Logo depois minha mãe chegou na cozinha então eles foram ao mercado. Coloquei água para esquentar, para fazer um café e assim que a água ferveu fiz uma xícara enorme. Voltei para meu quarto para acabar com meu sofrimento de arrumar tudo. Estava bem distraída tirando cadernos antigos quando sinto um cheiro de queimado. Corro até a cozinha, mas sou barrada pelo fogo que toma ela. Fico paralisada vendo as chamas tomarem conta da casa. Corro para meu quarto em pânico. Soco na mochila o Sr. Jones e meu celular. Vou em disparada para o primeiro andar, mas quando volto boa parte do fogo já está na sala. Cubro meu rosto e chego até a porta saio correndo e me atiro no meio da rua e em segundos a explosão acontece. Por sorte eu não estava na casa! Alisson sai pra fora de sua casa e olha espantada para nossa casa em chamas, ela grita por Erick, que logo está do lado de fora. Assim que me vê atirada na rua corre até mim.

- Meu deus Cass, você está bem? – Pediu.

- Estou. – Respondi. – Saí a tempo...

- Se machucou?

- Acho que só ralei o joelho e meu cotovelo. – Falei fazendo cara de dor. Ele se abaixou e me pegou no colo. – Eu posso caminhar...

- Deixa eu te ajudar Cass. – Me lançou um olhar brabo.

- Cassie está ferida? – Alisson veio em nossa direção.

- Não, foi por pouco. – Falei.

- Eu já chamei os bombeiros. – Informou.

- Obrigada. – Sorri. Alguns minutos depois os bombeiros vieram e apagaram o fogo. Assim que descobriram o motivo quase tive um ataque. Eu havia deixado o fogo ligado. Eu coloquei fogo na casa! O carro dos meus pais dobrou na esquina e quando eles viram o estado da casa pularam do carro.

- Cassie! – Minha mãe me abraçou.

- O que houve? – Meu pai pediu.

- Eu...deixei o fogo ligado. –Falei me sentindo muito culpada.

- Ainda bem que você está bem meu amor. – Minha mãe falou.

- Eu queimei nossa casa. – Falei choramingando.

- Cass o importante é que você está bem. – Meu pai disse.

- Vocês podem ficar aqui em casa por um tempo. – Alisson falou.

- Seria muita gentileza sua. – Minha mãe sorriu. – Se não for atrapalhar, acho que ajudaria muito...

- Que isso, vocês são bem-vindos. Daremos um jeito. – Alisson sorriu.

Entramos na casa queimada para ver se tinha restado alguma coisa. Fui para meu quarto que estava cheio de cinzas. Mas não tinha perdido muitas coisas, o prejuízo maior foi no andar de baixo, mas mesmo assim foi um belo desastre. Na mochila coloquei algumas roupas e esperei meus pais na porta. Seguimos para a casa vizinha. Alisson levou meus pais ao quarto de hóspedes e eu fiquei na sala.

- Vem. – Erick me tirou do meu transe.

- Hã?

- Você pode ficar no meu quarto. – Falou.

- Não, eu fico no sofá. – Bati ao espeço vazio do meu lado.

- Cass pare de ser tão difícil, você vai se sentir melhor se dormir em uma cama. – Me puxou para o andar de cima. – Fique à vontade.

- Obrigada. – Sorri. – Mas e você?

- Eu durmo na cama de baixo. – Mostrou a segunda parte da cama. A que ótimo, vamos dormir no mesmo quarto.

- Ah claro. – Falei baixo.

- Bom eu vou tomar banho. Pode guardar suas coisas nas gavetas de baixo, estão vazias...- Nem prestei atenção no que ele disse, estava vegetando totalmente, apenas respondi qualquer coisa.

- Ok. – Falei e então ele saiu. Fiquei olhando o quarto dele de ponta a ponta, na noite do jantar eu não havia reparado nele, mas agora dava para ver a decoração. Não tinha nada demais, apenas seu violão, algumas cifras, fotos nas paredes e alguns pôsteres de bandas que não conhecia. Peguei minhas roupas intactas e fui até a cômoda, quais gavetas estavam vazias? Droga devia ter prestado atenção. Abri a segunda gaveta e me arrependi totalmente. Tive que abrir justo a gaveta de cuecas? Fechei ligeiro e catei as gavetas vazias. Guardei minhas roupas então desci para beber um copo de água. Meus pais falavam com a mãe de Erick. Procurei meu celular no meu bolso, mas lembrei que havia deixado dentro da mochila. Corri até o quarto e assim que abri a porta dei de cara com Erick de toalha.

- Meu deus! – Exclamei. – Desculpa...- Falei sentindo minhas bochechas ficarem quentes.

- Foi mal. – Riu. – Esqueci que estamos dividindo o quarto.

- Pode me alcançar meu celular? Está no bolso pequeno...- Indiquei. Ele assentiu e foi até minha mochila. Fiquei encarando seu peito nu e seus cabelos recém lavados.

Sexy...

Saí dos meus devaneios quando ele me estendeu o celular.

- Valeu. – Falei e voltei até a sala. Esses dias na casa dele prometem...

Volverte a VerOnde histórias criam vida. Descubra agora